O Bloco de Esquerda declarou ontem que irá chumbar as medidas de austeridade propostas pelo governo no âmbito do novo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC 4). José Manuel Pureza, líder do Grupo Parlamentar , anunciou ainda que o BE irá apresentar "alternativas de crescimento, alternativas de emprego, alternativas de justiça", alternatvas às medidas do PEC 4 que apenas conduzem a economia portuguesa "para um abismo".
O Bloco acusa ainda o governo de ter escondido o novo pacote de medidas do Parlamento, do país e dos parceiros sociais.
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O Bloco acusa ainda o governo de ter escondido o novo pacote de medidas do Parlamento, do país e dos parceiros sociais.
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“Canto da sereia”
ResponderEliminarEu tenho todas as ideias
Mas não as quero gastar
Por isso só uma vou dar
Ouçam cantar as sereias
Cantam com tanta doçura
Que até te podem embalar
Mas não te deixes afundar
No seio dessa sua loucura
Agora que sabes o segredo
Rasga um sorriso ao passar
Mas não te deixes encantar
Podes chocar c’o rochedo
Aprende antes a decifrar
Esses cantos de enfeitiçar.
“O jogo”
ResponderEliminarTemos um PEC surpresa
Bem ao jeito da garotada
Que agora não pára calada
E isto só nos dará despesa
Sobe a renda ao mercado
Ao verem tal bandalheira
Vão-nos fechar a torneira
E o rating será depreciado
Já a população envelhece
Medicamento é aumentado
Só uma coisa embaratece
É um estímulo programado
Jogas golfe quando apetece
Pois o IVA será aligeirado.
“Carneirada”
ResponderEliminarHoje não escrevo nada
Porque não me apetece
E ninguém se aborrece
Só contemplo a manada
Lá ao longe na pastagem
Vejo ovelhas, vacas e bois
Dentre eles distingo dois
Sobretudo pela roupagem
E pergunto pela carneirada
Esses que ninguém esquece
Quando a moção é votada
Hoje ninguém se aborrece
Já que não escrevo nada
Porque não me apetece.
“Fumar a crise”
ResponderEliminarSe a crise entrar em crise
É que a malta se endireita
Por hora a crise é perfeita
Mas pode ser que deslize
Se a crise for persistente
Então a malta tá quilhada
Pois crise assim é tramada
Não há santo que aguente
Vou fumar um cigarrinho
Daqueles que dá pr’a rir
Esqueço a crise é certinho
Outros amigos hão-de vir
Atraídos por este cheirinho
Para sobre a crise reflectir.
Um Pec para rir e chorar, chorar muito!
ResponderEliminarhttp://ositiodosdesenhos.blogspot.com/
“Chouriços”
ResponderEliminarTenho pr’a dar e vender
Mas não vendo nem dou
Que isto era do meu avô
Se é que me faço entender
Façam como ele também
Esgatanhem-se a trabalhar
Para alguma coisa juntar
Ele fê-lo como ninguém
Não se deixem enrascar
Levem a água ao moinho
Para os grãos estilhaçar
Faz-se pão bebe-se o vinho
Que isto é só pr’a começar
E por fim um chouricinho.
“Caos”
ResponderEliminarO país está nesta situação
Mas a culpa não é nossa
Alguém fez asneira grossa
Algo aconteceu no Japão
O voo de uma borboleta
Como na teoria do caos
Origina momentos maus
No outro lado do planeta
Então as culpadas são elas
Batem as asas e sem saber
Põe-nos deste lado a sofrer
Digam às criaturas singelas
Que se abstenham-se de voar
Para aqui se poder descansar.
“Rosa laranja”
ResponderEliminarUm governo de salvação
Já não nos poderá salvar
Malta quer-se endividar
Para comprar um carrão
Tem de haver fumo negro
Para o poder haver branco
No dia D pedes ao banco
No X ao pagar vês-te grego
Vou é pr’a boy do centrão
Pr’a conseguir subir na vida
Tenho cartão rosa numa mão
Se estes entrarem em descida
Cartão laranja entra em acção
Terei uma ascensão merecida.
“Lenços de sangue”
ResponderEliminarHá na guerra quem chore
Também quem venda lenços
Já por lá vi vender pensos
Os vendedores são imensos
Vender esperança é que não
Querem a vida e a morte
Brincam com a nossa sorte
Impera a lei do mais forte
Com suor, lágrimas e sangue
E carne picada para canhão
Vão tornando o império grande
Nas suas mansões douradas
Primem um pequeno botão
As bombas já foram lançadas.
“Aguardente de medronho”
ResponderEliminarPortugal vai ser resgatado
São pr’aí 80 mil milhões
Isto é como o euromilhões
O país vai ser remodelado
Pelo remodelador ansiamos
Ele que já tem voz activa
Prometeu-nos 25% de IVA
Felizes, à cabeça pagamos
Obrigado pela remodelação
É ver nosso futuro risonho
Com FMI exerço governação
Venha qu’eu não me oponho
E vocês apanhem um pifão
Com aguardente de medronho.
“Corrida de camelos”
ResponderEliminarChegou a hora d’ir ao pote
Que está lá na Alemanha
A ver se a malta s’amanha
Vamos de camelo e a trote
Alguns camelos já partiram
E estão bem posicionados
É vê-los muito atarefados
Como os que os seguiram
Nós que pagamos a corrida
Torcemos pl’o seu sucesso
É que por cá está dura a vida
Mas com o ouro desse pote
Viramos o país do avesso
Passos largos deu-nos o mote.
“Folhear a natureza”
ResponderEliminarO livro, a folha, a floresta
São mil folhas na natureza
Folheias, desfrutas a beleza
Descobres toda a sua pureza
Numa imensa praia deserta
Ou numa savana no coração
Num sonho ou numa emoção
Descobres toda a tua ambição
A sede de com ela entender
Toda a alegria que faz viver
Descobres na folha e no livro
A natureza é imenso arquivo
Existe para que a possas ler
E nunca te canses de aprender.
Ray Brown Trio - Summertime
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=YuW26BKVJ3U&feature=player_embedded
“Poesia na tasca”
ResponderEliminarPortugal tem talento
E hoje venceu a poesia
Há muito que não se via
Um tão belo momento
Afinal não somos rasca
Afinal ainda há esperança
Encheu-me de confiança
Eu que escutava na tasca
Venha mais uma rodada
A transbordar de energia
A malta sai embriagada
Por degustar esta poesia
E afinal não custa nada
Acabar com a anestesia.