segunda-feira, 28 de março de 2011

Miguel Portas - O farsolas e o pote - 2011/03/25

7 comentários:

  1. “O tacho”

    Esta política sem ética
    De encenação não passa
    Possui até imensa graça
    Na concretização estética

    Seria uma bela comédia
    Em tempos de abastança
    Agora apertamos a pança
    Não passa de uma tragédia

    Bons actores possuímos
    Nesta peça desgraçada
    Em cena já nós os vimos

    Com o tacho a transbordar
    Mas com o tacho sem nada
    Veremos quem se irá safar.

    ResponderEliminar
  2. “Juros infernais”

    Banco de Portugal prevê
    Este ano recessão maior
    Pr’o ano recessão menor
    Nos seguintes logo se vê

    No boletim de primavera
    Alerta-se para a incerteza
    Nunca haverá uma certeza
    Porque a situação está bera

    Eu prevejo grande buraco
    Com recessão acentuada
    Crescimento muito fraco

    E no boletim de inverno
    A incerteza virá debitada
    Com uns juros do inferno.

    ResponderEliminar
  3. “Em alvoroço”

    Dinossauros já não existem
    Tão pouco galos do campo
    Só por aí vejo muito frango
    Com hormonas subsistem

    Esganiçam-se pelo poleiro
    Os que lá estão, em alvoroço
    Os que irão, fazem o esforço
    Quem chegará em primeiro?

    Criação anda muito agitada
    Nesta disputa pl’o galinheiro
    Nem deverá ser pelo dinheiro

    Bancarrota está confirmada
    Ouçam o que diz o caseiro
    E elejam um galo matreiro.

    ResponderEliminar
  4. “Tordes ilhas”

    Agora já estamos lixados
    O rating está perto do lixo
    Há uma solução pr’a isto
    Pelo Brasil ser anexados

    Lula fica como governador
    É maior a sua competência
    Irá livrar-nos da falência
    Agora que foi feito doutor

    De donos de meio mundo
    Passamos a protectorado
    Mas fintamos o mercado

    E evitamos bater no fundo
    Com o Brasil a comandar
    Talvez consigamos flutuar.

    ResponderEliminar
  5. “Comam bolos”

    Com oito letrinhas apenas
    Escrevo a palavra Portugal
    São oito séculos de historial
    O pior são as últimas cenas

    Da CEE vieram uns milhões
    Chegou a crise internacional
    Onde está o dinheiro afinal?
    Aplicado na terra de Camões

    Em betão e em belas estradas
    Algumas já estão esburacadas
    Pescar e semear é pr’os tolos

    Não há peixe, comam empadas
    Com o chá em vez de torradas
    Se não há trigo, comam bolos.

    ResponderEliminar
  6. “No more rating”

    As agências estão tramadas
    Com este país à beira mar
    Já não têm por onde cortar
    Fim da escala está a chegar

    Vão pensar muito atarantadas
    O que poderá ter corrido mal
    Porque não vergam Portugal
    E falharam os planos afinal ?

    Mas a malta aqui não dobra
    Podem meter as violas no sacos
    Por sorte temos socas e cavacos

    Conhecem bem essa manobra
    Vão tocar pr’a outras bandas
    Que por cá não fazem ondas.

    ResponderEliminar
  7. “Pura ilusão”

    Baralha, parte e dá de novo
    Elege quem te irá governar
    Por nas promessas acreditar
    É mesmo crédulo este povo

    Não temos qualquer remédio
    Por isso remediados estamos
    Tanto que nem estranhamos
    Esta alternância e o assédio

    Bué de empregos prometemos
    Os impostos nunca subiremos
    E jamais vos desiludiremos

    O vosso voto será valorizado
    Na casa de penhores colocado
    Em dívida pública transformado.

    ResponderEliminar