Alcácer do Sal
“Carnaval”O tipo da direita sou euA tipa da esquerda és tuNinguém me reconheceuO rei anda a pé e está nuA rainha chegou vestidaDas terras de vera cruzNo cortejo vai despida Está frio mas vamos nus Este ano não há gravetoPara os carros alegóricosPor isso não comprometoOs recursos no carnaval Podemos ser categóricosVamos a pé com fio dental.
“A luta é alegria”Homens da luta ai estãoO povo votou em massaE assim ganharam a taçaA do festival da canção É passaporte pr’a eurovisãoPartem com luta engraçadaOu verão a luta censurada?Já muita gente se arranha Este humor é um caso sérioQue promete longe chegar A chanceler Merkel brindar Quem sabe o festival ganharPelo menos levar-lhe um ar Cá do nosso quinto império.
Deixar o Bernardino a ler o jornal do BE pode ser uma boa piada de carnaval, não sei é se os torranenses se vão rir ;)
Bethania - Poema do Menino Jesus - Fernando Pessoa http://www.youtube.com/watch?v=gWI1gs0dJYk&feature=related
“Horizonte”Rosa de oiro minha mágoaCabelos doirados ao ventoNão escutas o meu lamentoEscutas só as gotas de águaVento forte trás boaventuraA navegação faz-se velozUltrapassamos tempo feroz E um vento calmo perduraNesta brisa de bom auguroPassada a grande tormentaCimentamos o nosso futuroApesar do passado lamacentoVejo esperança que aumentaCabelos doirados ao vento.
“Portugal tálento”É mais um cavaquistãoA seguir a tantos outrosÉ bom colher os frutosDestes que pr’áqui estãoCom imensa actividadeSe exercerá magistraturaSerá bom enquanto duraE promove a estabilidadeNo final virá a reformaE por certo bem douradaO bom filho a casa tornaJá não será na casa velhaMas na sua nova moradaLá pr’ós lados da coelha.
“Receita d’avozinha”Portugal está em apurosO mercado não se acalmaAo diabo vendemos a almaApareceu escrito nos murosMas dizem vozes eruditasResolveremos os problemasE não vai ser com esquemasMas com umas rezas benditasO azeite num prato de barroE umas rosinhas de cheiroMexes três vezes c’um cigarroE dizes uma certa ladainhaJuntas-lhe um olho de carneiroNunca falha a receita d’avozinha.
“A concertina”Da concertina estratégicaAté ao sobressalto cívicoRessoa um som diatónicoNo acordeão seria trágicoAbre o fole solta uma notaFecha-o e a nota é distintaTocas tu com muita pintaUma modinha bem janotaTocadores de concertinaHá-os por cá com farturaE não é que o povo atina?Solta um pézinho de dançaSacode a letargia prematuraAssim o país pula e avança.
“À rasca”Jovens andam drogadosO Ben Ladem é culpadoOuvem disco e não fadoE dizem estar enrascadosCom a carola queimadaConvocaram uma manifHão-de apanhar o patifeQu’os meteu nesta saladaJovens deixem-se de tretasE ponham juízo na monaAgarrem-se às picaretasVão pr’apanha da azeitonaOu falem com os profetasSe querem manter-se à tona.
“Preocupação”Já há muito não se viaUm secretário de estadoMuito muito preocupadoC’o jovem desempregadoAproveitem a embalagemE alastrem a preocupaçãoConvoquem manifestaçãoSeguida de um arrastãoArrastem c’a vossa alegriaEsta malta que já não viaPreocupar-se nem um diaChamem os homens da lutaIncomodam gente impolutaJá que eles gritam à bruta.
“Faz-te à estrada”Eu lembro-me do tempoEm que não havia nadaA malta fazia-se à estradaPr’a não se ver enrascadaHoje olhas com relutânciaE uma relativa ignorânciaMas vives na abundânciaDesemprego é passatempoFaz-te à estrada novamenteQue o ouro está-se a acabarNão podia durar eternamenteDeves começar já a escavarE procurar reter na menteAqueles tempos de penar.
“Paraíso”Procuro mas não encontroIntensifica-se esta procuraHá um vazio que perduraPor encontrar tudo prontoDo nada irei recomeçarCom apenas uma certezaSerá de uma eterna belezaO que achar sem procurar Continuo com intensidadeA percorrer esta estradaMas sem aquela ansiedadeDe uma marcha apressadaVou com a mesma felicidadeMesmo sem encontrar nada.
“Desfilai”Quatro putos enrascadosDesta enrascada geraçãoConvocam a manifestaçãoA sério não foram levadosMas à rasca está a naçãoComo ficou demonstradoNa rua o povo enrascadoGritou a pleno pulmão Mas não sabem os petizesQue a enrascadela é globalFruto de uma ganância talE já nem contam os paísesNão passamos de aprendizesPodem desfilar não faz mal.
“Velha austeridade”Durão saúda a austeridadeLá da sua austera poltronaCá a nossa já é quarentonaEstá-se a acabar a mocidadeEstá a começar a envelhecerE já tem umas rugas na faceNão é coisa que lhe desejasseUm dia acabará por morrer Outra coisa não era de esperarBem austero será seu funeralPor isso comecem já a pensarQuem lhe sucederá em PortugalSerá outra e não tarda a chegarNum estilo bem mais ditatorial.
“Escrito no céu”Fukushima meu amorApelo ao teu coraçãoLiga lá a refrigeraçãoArrefece esse reactorUsa esse poder nuclearComo um dom especialPr’o bem e não pr’o malNão nos queiras dilacerar Japão meu coração choraNo céu apareceu escritoA homenagem nesta horaA estes irmãos devastadosSoltem um profundo gritoFicámos todos prostrados.
“Aperta o cinto”A oeste nada de novoA não ser austeridadeE esta sua autoridadeMas lá falou ao povoPovo que lavas no rioTalhas com o machadoEm resumo tás lixadoAperto o cinto com brio Eu estou aqui pr’a ficarVou defender PortugalNinguém nos vai ajudarIsso era um acto falhadoIsto não é um bananalEu vou fintar o mercado.
“Carnaval”
ResponderEliminarO tipo da direita sou eu
A tipa da esquerda és tu
Ninguém me reconheceu
O rei anda a pé e está nu
A rainha chegou vestida
Das terras de vera cruz
No cortejo vai despida
Está frio mas vamos nus
Este ano não há graveto
Para os carros alegóricos
Por isso não comprometo
Os recursos no carnaval
Podemos ser categóricos
Vamos a pé com fio dental.
“A luta é alegria”
ResponderEliminarHomens da luta ai estão
O povo votou em massa
E assim ganharam a taça
A do festival da canção
É passaporte pr’a eurovisão
Partem com luta engraçada
Ou verão a luta censurada?
Já muita gente se arranha
Este humor é um caso sério
Que promete longe chegar
A chanceler Merkel brindar
Quem sabe o festival ganhar
Pelo menos levar-lhe um ar
Cá do nosso quinto império.
Deixar o Bernardino a ler o jornal do BE pode ser uma boa piada de carnaval, não sei é se os torranenses se vão rir ;)
ResponderEliminarBethania - Poema do Menino Jesus - Fernando Pessoa
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=gWI1gs0dJYk&feature=related
“Horizonte”
ResponderEliminarRosa de oiro minha mágoa
Cabelos doirados ao vento
Não escutas o meu lamento
Escutas só as gotas de água
Vento forte trás boaventura
A navegação faz-se veloz
Ultrapassamos tempo feroz
E um vento calmo perdura
Nesta brisa de bom auguro
Passada a grande tormenta
Cimentamos o nosso futuro
Apesar do passado lamacento
Vejo esperança que aumenta
Cabelos doirados ao vento.
“Portugal tálento”
ResponderEliminarÉ mais um cavaquistão
A seguir a tantos outros
É bom colher os frutos
Destes que pr’áqui estão
Com imensa actividade
Se exercerá magistratura
Será bom enquanto dura
E promove a estabilidade
No final virá a reforma
E por certo bem dourada
O bom filho a casa torna
Já não será na casa velha
Mas na sua nova morada
Lá pr’ós lados da coelha.
“Receita d’avozinha”
ResponderEliminarPortugal está em apuros
O mercado não se acalma
Ao diabo vendemos a alma
Apareceu escrito nos muros
Mas dizem vozes eruditas
Resolveremos os problemas
E não vai ser com esquemas
Mas com umas rezas benditas
O azeite num prato de barro
E umas rosinhas de cheiro
Mexes três vezes c’um cigarro
E dizes uma certa ladainha
Juntas-lhe um olho de carneiro
Nunca falha a receita d’avozinha.
“A concertina”
ResponderEliminarDa concertina estratégica
Até ao sobressalto cívico
Ressoa um som diatónico
No acordeão seria trágico
Abre o fole solta uma nota
Fecha-o e a nota é distinta
Tocas tu com muita pinta
Uma modinha bem janota
Tocadores de concertina
Há-os por cá com fartura
E não é que o povo atina?
Solta um pézinho de dança
Sacode a letargia prematura
Assim o país pula e avança.
“À rasca”
ResponderEliminarJovens andam drogados
O Ben Ladem é culpado
Ouvem disco e não fado
E dizem estar enrascados
Com a carola queimada
Convocaram uma manif
Hão-de apanhar o patife
Qu’os meteu nesta salada
Jovens deixem-se de tretas
E ponham juízo na mona
Agarrem-se às picaretas
Vão pr’apanha da azeitona
Ou falem com os profetas
Se querem manter-se à tona.
“Preocupação”
ResponderEliminarJá há muito não se via
Um secretário de estado
Muito muito preocupado
C’o jovem desempregado
Aproveitem a embalagem
E alastrem a preocupação
Convoquem manifestação
Seguida de um arrastão
Arrastem c’a vossa alegria
Esta malta que já não via
Preocupar-se nem um dia
Chamem os homens da luta
Incomodam gente impoluta
Já que eles gritam à bruta.
“Faz-te à estrada”
ResponderEliminarEu lembro-me do tempo
Em que não havia nada
A malta fazia-se à estrada
Pr’a não se ver enrascada
Hoje olhas com relutância
E uma relativa ignorância
Mas vives na abundância
Desemprego é passatempo
Faz-te à estrada novamente
Que o ouro está-se a acabar
Não podia durar eternamente
Deves começar já a escavar
E procurar reter na mente
Aqueles tempos de penar.
“Paraíso”
ResponderEliminarProcuro mas não encontro
Intensifica-se esta procura
Há um vazio que perdura
Por encontrar tudo pronto
Do nada irei recomeçar
Com apenas uma certeza
Será de uma eterna beleza
O que achar sem procurar
Continuo com intensidade
A percorrer esta estrada
Mas sem aquela ansiedade
De uma marcha apressada
Vou com a mesma felicidade
Mesmo sem encontrar nada.
“Desfilai”
ResponderEliminarQuatro putos enrascados
Desta enrascada geração
Convocam a manifestação
A sério não foram levados
Mas à rasca está a nação
Como ficou demonstrado
Na rua o povo enrascado
Gritou a pleno pulmão
Mas não sabem os petizes
Que a enrascadela é global
Fruto de uma ganância tal
E já nem contam os países
Não passamos de aprendizes
Podem desfilar não faz mal.
“Velha austeridade”
ResponderEliminarDurão saúda a austeridade
Lá da sua austera poltrona
Cá a nossa já é quarentona
Está-se a acabar a mocidade
Está a começar a envelhecer
E já tem umas rugas na face
Não é coisa que lhe desejasse
Um dia acabará por morrer
Outra coisa não era de esperar
Bem austero será seu funeral
Por isso comecem já a pensar
Quem lhe sucederá em Portugal
Será outra e não tarda a chegar
Num estilo bem mais ditatorial.
“Escrito no céu”
ResponderEliminarFukushima meu amor
Apelo ao teu coração
Liga lá a refrigeração
Arrefece esse reactor
Usa esse poder nuclear
Como um dom especial
Pr’o bem e não pr’o mal
Não nos queiras dilacerar
Japão meu coração chora
No céu apareceu escrito
A homenagem nesta hora
A estes irmãos devastados
Soltem um profundo grito
Ficámos todos prostrados.
“Aperta o cinto”
ResponderEliminarA oeste nada de novo
A não ser austeridade
E esta sua autoridade
Mas lá falou ao povo
Povo que lavas no rio
Talhas com o machado
Em resumo tás lixado
Aperto o cinto com brio
Eu estou aqui pr’a ficar
Vou defender Portugal
Ninguém nos vai ajudar
Isso era um acto falhado
Isto não é um bananal
Eu vou fintar o mercado.