domingo, 5 de dezembro de 2010

BLOCO DE ESQUERDA | TEMPO DE ANTENA | Dezembro | 2010

30 comentários:

  1. Situação Financeira e Parcerias Público-Privadas

    http://www.sic.sapo.pt:80/online/video/informacao/Negocios%20da%20Semana/2010/11/situacao-financeira-e-parcerias-publico-privadas04-11-2010-03750.htm

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  2. A Felicidade vem da Monotonia

    Em sua essência a vida é monótona. A felicidade consiste pois numa adaptação razoavelmente exacta à monotonia da vida. Tornarmo-nos monótonos é tornarmo-nos iguais à vida; é, em suma, viver plenamente. E viver plenamente é ser feliz.
    Os ilógicos doentes riem - de mau grado, no fundo - da felicidade burguesa, da monotonia da vida do burguês que vive em regularidade quotidiana e, da mulher dele que se entretém no arranjo da casa e se distrai nas minúcias de cuidar dos filhos e fala dos vizinhos e dos conhecidos. Isto, porém, é que é a felicidade.
    Parece, a princípio, que as cousas novas é que devem dar prazer ao espírito; mas as cousas novas são poucas e cada uma delas é nova só uma vez. Depois, a sensibilidade é limitada, e não vibra indefinidamente. Um excesso de cousas novas acabará por cansar, porque não há sensibilidade para acompanhar os estímulos dela.
    Conformar-se com a monotonia é achar tudo novo sempre. A visão burguesa da vida é a visão científica; porque, com efeito, tudo é sempre novo, e antes de este hoje nunca houve este hoje.

    Fernando Pessoa, in 'Reflexões Pessoais'

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  3. A RTP acabou com o contra-informação, o popular programa de sátira em que os políticos eram bonecos manipulados.
    Esta decisão insere-se na política da estação de não ter reality shows.

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  4. “Corrupção”

    Verdade não pode escandalizar
    Nem mentira pode tirar do sério
    De mãos dadas são um mistério
    Nunca sabes em qual acreditar

    Acredita na mentira que te serve
    Rejeita verdade que compromete
    Junta ambas e pr’á dúvida remete
    Trocando os olhos a quem observe

    Lucras sempre tudo jogando assim
    E se ainda te acusam de corrupção
    Tens um recurso, acredita em mim

    Evocas o estado de grande confusão
    Não dizes talvez, nem não, nem sim
    Fazendo uso duma oportuna omissão.

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  5. “Açucar”

    O país está sem açúcar
    Que vai ser de nós agora?
    Se a reposição demora
    Como vamos caramelizar?

    Deram voltas à mioleira
    E foi encontrada a solução
    Pr’o Brasil parte a missão
    Vai negociar na terça-feira

    Venda da dívida negoceiam
    Enviam valores acordados
    E de uma parte se alheiam

    Para não ficarmos chateados
    Umas arrobas de açúcar rateiam
    Já podemos ser caramelizados.

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  6. “Mar encapelado”

    Heróis do mar, nobre povo
    Andas mas é todo enrolado
    Tens que inventar hino novo
    Melhor que o hino, um fado

    Andam a vender-te a retalho
    Estes vendilhões de ilusões
    Vais ficar feito num frangalho
    Ficas à mercê dos vilões...

    Pobre povo, mar encapelado
    Será a letra desta tua canção
    Que não quer ver-te enganado

    Tão pouco manter-te na ilusão
    Teu novo destino será marcado
    Por outro estilo de navegação.

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  7. “Reformas”

    O governo faz reformas
    Que agradam aos mercados
    Mudaram uns cortinados
    E também umas poltronas

    Na grande sala do conselho
    Tapeçarias foram reformadas
    Vieram da China as aplicadas
    Mudaram também um espelho

    Lá no ministério da defesa
    Ficou tudo muito distinto
    Do Brasil veio centro de mesa

    Da Venezuela veio o absinto
    Que se prova, tenho a certeza
    Pois outra disposição já sinto.

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  8. Time: Fundador do WikiLeaks eleito personalidade do ano

    Terça-feira, 14 de Dezembro de 2010 15:00

    O criador do site WikiLeaks, o australiano Julian Assange, foi eleito a personalidade deste ano pelo voto popular no site da revista americana Time. Assange lidera a lista das 25 personalidades de política, desporto, entretenimento, entre outros, que mais se destacaram em 2010 na opinião dos cibernautas.
    Assange recebeu 382.020 mil votos de um total de 1.249.425, superando nomes como o do presidente dos EUA, Barack Obama, o do presidente-executivo da Apple, Steve Jobs, o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, e o jogador de basquete LeBron James, do Miami Heat.

    http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=18&id_news=483552

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  9. "Continuo fiel aos meus ideais. Estas circunstâncias não me vão mudar. Se consegui algo com este processo foi reforçar a minha determinação na verdade", manifestou Assange na declaração lida pela mãe e ditada a partir da prisão.

    http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1113353.html

    http://mouta.org/cartaz/

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  10. “Guerra digital”

    O nosso digníssimo cherne
    Recusa esta guerra comentar
    Se outra ajudou a fomentar
    Mas até acho bem que alterne

    Se pelo petróleo era a outra
    Esta ainda não se vislumbra
    Melhor é ficar na penumbra
    E manter uma posição neutra

    Os grandes senhores do mundo
    Estão a fazer registo completo
    Emitirão um relatório profundo

    Por agora vou ficar bem quieto
    Se vir um lugarzinho repleto
    Depois logo me comprometo.

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  11. “Chinelas”

    Relançar a economia
    A cento e vinte à hora
    Pior é que ela não queria
    E foi-se daqui embora

    Mas que tipa tão ingrata
    Julga-se alguma doutora
    O que ela tem é muita lata
    Está armada em sedutora

    Foi seduzir os mercados
    Agora não largam a trela
    Ficaram tão embasbacados

    Andam todos lá por Bruxelas
    A fazer a corte à donzela,
    Ficámos pr’aqui de chinelas.

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  12. “Urso”

    À dúzia será mais barato
    À meia centena não sei
    Mas duma coisa suspeitei
    E não quero parecer chato

    Com tanta medida junta
    Juntem-lhe só a derradeira
    Não me ataquem a algibeira
    E carreguem quem vos unta

    Façam traduzir o documento
    Para brasileiro, chinês e russo
    Aprovem-no no parlamento

    E não pensem que eu sou urso
    Só estou à espera do momento
    Pr’a poder tirar o vosso curso.

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  13. “Reanimação”

    O euro estava prostrado
    Tinha sido atropelado
    O INEM foi chamado
    E o euro foi reanimado

    Na veia trinta miligramas
    Feitos logo os diagramas
    E também os radiogramas
    Vais daqui e não reclamas

    Mete a maca no helicóptero
    Em Sta.Maria foi ao fotómetro
    Levou logo com o termómetro

    Mais rápido não se podia
    Recuperação é só mais um dia
    Trabalho todo o mundo elogia.

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  14. “Debate-se”

    Debate-se o tema da pobreza
    Em pleno casino do Estoril
    Lá empobreceram mais de mil
    Não há melhor local de certeza

    A fome debate-se nas avenidas
    Onde dormitam os sem abrigo
    Há também por lá muito amigo
    Com cinco estrelas em dormidas

    Debate-se na magna assembleia
    O estado desta república agora
    Mas há quem diga à boca cheia

    Portugal está no pelotão da frente
    No combate à crise que veio de fora,
    Agende-se já outro debate urgente.

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  15. “Paradoxo”

    Portugueses estão a gastar mais
    E o paradoxo de Zenão explica
    Grandes e pequenas são iguais
    E à carteira também se aplica

    Posso por isso não ter dinheiro
    Que é igual a possuir um milhão
    É difícil de entender primeiro
    Mas tal foi explicado por Zenão

    Por tal paradoxo bem entender
    Também o governo cá da malta
    Pode sem muito dinheiro ter

    Fazer boa vida e andar na ribalta
    Os demais nunca irão perceber
    Por isso um bom paradoxo faz falta.

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  16. “Sorrisos”

    Por favor deixai-me chorar
    Quando me invade a alegria
    Por escutar a tonal melodia
    Das cordas do piano a vibrar

    Por favor deixai-me sorrir
    Quando observo a inocência
    Que me desperta a consciência
    Do petiz a saltar, correr e rir

    Não vendo as minhas emoções
    Mas é possível que as ofereça
    Ou as reparta em mil fracções

    Bastando que o dia amanheça
    Com sorrisos de luz aos milhões
    E impeçam que este escureça.

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  17. “Coração aberto”

    Aqui estou eu coração aberto
    Perguntar-me-ão é possível ?
    Tão pouco sei se é impossível
    Sei que nunca estive tão perto

    É certo que responder não sei
    Mas também não vale especular
    Apenas poderei experimentar
    E desta forma descobrir-me-ei

    Agora já sabes com que contas
    O meu coração vou tentar abrir
    Já sabes não há receitas prontas

    E até pode a minha receita falir,
    Ultrapassarei todas as afrontas ?
    Só saberei se o coração se abrir.

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  18. “Esquecimento”

    Estou aqui pr’anunciar
    Já nasceu lá em Belém
    Fruto que a Senhora tem
    E veio pr’a nos salvar

    Filho da virgem Maria
    Obra do Espírito Santo
    José acha-o um espanto
    Rejubilai com alegria

    Dois mil anos decorrerão
    Prevejo vida complicada
    Aos propósitos da missão

    A malta andará atrapalhada
    Será grande a convulsão
    Já não se lembrarão de nada.

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  19. “Ladainha de Natal”

    Meus caros concidadãos
    Neste Natal tão atribulado
    Não quero ser mal amado
    Vou daqui lavar as mãos

    Vejam-me como salvador
    À crise vamos fazer peito
    Faremos reformas a eito
    O futuro será prometedor

    O país assim reformado
    Passará a ser respeitado
    Não mais passaremos mal

    Muito emprego será criado
    O crescimento consolidado
    Salvaremos o estado social.

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  20. “Amazónicos”

    Esquecemos o GPS da alma
    O nosso dispositivo milenar
    Que nos impedia de crashar
    Nunca mais tivemos calma

    Podemos sempre reaprender
    Com os índios da Amazónia
    São duma ancestral colónia
    E sempre se soube defender

    Podíamos com eles caminhar
    E o GPS da alma revitalizar
    Pois na selva onde vivemos

    Em que todos querem ganhar
    E o ruído não pára de aumentar
    Sem alma renovada morremos.

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  21. “Resgatados”

    Se queres alguém encontrar
    Melhor é que fiques parado
    Esperas um tempo sentado
    Esse alguém há-de passar

    Nós que estamos parados
    Há espera de uma solução
    Basta ficar nesta posição
    Pela sorte seremos bafejados

    Vão aparecer uns senhores
    Com vistoso fato cinzento
    Não são da casa de penhores

    Trazem grande carregamento
    São sim os nossos salvadores
    Eu sabia, parado há salvamento.

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  22. “RBP”

    Rafael Bordalo Pinheiro
    Já vos fizera um manguito
    Estou de acordo com o dito
    Só não me lembrei primeiro

    Um é pouco, mais não digo
    Que este povo é daninho
    Mas também não adivinho
    O porquê de tanto castigo

    Rafael faz outra cerâmica
    Que represente a dinâmica
    Do nosso estado de direito

    Será uma figura cómica
    Doutorado em económica
    E muitos cravos ao peito.

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  23. “Sempre em festa”

    A velha crise vamos festejar
    No Natal iniciámos celebrações
    Com mais de cinco mil milhões
    No ano novo vamos continuar

    Já escolhemos quentes destinos
    Brasil, Punta Cana e Ilha do Sal
    Para início de festa não está mal
    E não se aflijam meus meninos

    Que isto é só pr’a aquecimento
    Pois não somos dados ao lamento
    Faremos de 2011 um ano à maneira

    No Carnaval será só contentamento
    A Páscoa passaremos no barlavento
    E no Verão iremos até à Madeira.

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  24. “Aviso à navegação”

    Se alguém me anda a ler
    Com alguma regularidade
    Deve parar de o fazer
    Sob pena de insanidade

    A mensagem encriptada
    Deixa no subconsciente
    Muita informação gravada
    Lá permanece efervescente

    Depois com meus poderes
    E mesmo sem tu saberes
    O conteúdo vou libertando

    Será muito fácil perderes
    Os teus normais quereres
    E ficares sob meu comando.

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  25. “Capitão dos piratas”

    A cópia não é pirata
    Pirata é quem copia
    Depois com tanta lata
    Ganha assim o seu dia

    Alem de pirata é ladrão
    Pois defrauda o autor
    Que em vez de ganha-pão
    Passa a ter um dissabor

    O roubo alimentamos
    Não queremos empatas
    Muito alegres andamos

    Temos as cópias baratas
    Enquanto assim actuamos
    Somos o capitão dos piratas.

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  26. “Supernova”

    Enquanto o país não estoirar
    Cá vamos criando excepções
    Para dar a volta às restrições
    Vilões continuam a alambazar

    Mas quando o estoiro se der
    Eu vou querer estar presente
    Irradiará um clarão certamente
    Que a quilómetros se irá ver

    Uma supernova daí aparecerá
    Muitos astrónomos virão até cá
    Para observar esta rara criação

    Novo estado da matéria originará
    E uma nova espécie aqui nascerá
    Massa amorfa feita de excepção.

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  27. “Número do azar”

    Agora é que há grande crise
    No tempo do meu avô não
    Com seis sardinhas e um pão
    Servia-se a refeição a treze

    Eram onze irmãos e os pais
    E se algum ficava com fome
    No outro dia de novo come
    Que não chegava pr’a mais

    Treze nessa mesa dava azar
    E já perceberam qual a razão
    Para todos os filhos contentar

    Aos pais cabia apenas o pão,
    Dez filhos decidiram emigrar
    Meu avô ficou, inquietação !

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  28. Lindo projecto que vale a pena divulgar e apoiar,

    http://takeustobruges.blogs.sapo.pt/

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  29. Para 2011 tudo fiado.

    “Queres fiado”

    Eu não ando a vender dívida
    Eu ando a vender caramelos
    Já muitos vendi aos amarelos
    E na Venezuela sem dúvida

    Vendi uns sacos no planalto
    E no médio oriente também
    Só não vendo à minha mãe
    Senão entra em sobressalto

    Se vender mais de um bilião
    Ficará o nosso ouro preservado
    As contas do país equilibrarão

    Mas se o negócio sair furado
    Posso sempre abrir um balcão
    Nunca poderei é vender fiado.

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  30. “Obra-prima”

    O meu voto eu vou utilizar
    Vocês podem ter a certeza
    Nem que seja pr’a não votar
    No nosso estado de tristeza

    Pode ser que ao votar assim
    Comecem todos a perceber
    Que nasceu mais um motim
    E muitos mais hão-de nascer

    E se a maioria se amotinar
    Quero ver o que vai pensar
    Esse eleito pela minoria

    O seu retrato hão-de pintar
    É provável que vá divulgar
    Ser obra-prima da maioria.

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