quinta-feira, 18 de novembro de 2010


4 comentários:

  1. "Grilhetas"

    Nem um cêntimo pr’a guerras
    Ou um tostão pr’a grilhetas
    Tu que ouves tantas petas
    Vê lá bem em quem ferras

    Põe um filtro muito grande
    Na antecâmara do teu pensar
    Porque se não consegues filtrar
    Vai haver quem te comande

    Nem um escudo pr’a tabaco
    Ou um euro pr’a whisky velho
    Tanto fumar parte-te o caco

    Beber ofusca-te o trambelho
    O antepassado era um macaco
    Tenta não ser um escaravelho.

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  2. "Tubarões"

    Obamemo-nos meu irmão
    Que o homem está a chegar
    Terá vindo para nos salvar?
    Temos que aguardar o sermão

    Aos peixes não discursará
    Nem por certo aos camarões
    Acredito, falará aos tubarões
    Qu’ele sabe bem onde os há

    Estiquem bem a passadeira
    Vermelha em seu esplendor
    Desfraldem a sua bandeira

    Rufem os tambores a rigor
    Em sua honra cerrem fileira
    Será ele o salvador?...

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  3. "Dentagard"

    O brilho da super nova
    Ofusca a estrela cadente
    Atente-se em cada dente
    Que o firmamento renova

    Ri sem medo e por gosto
    Em tempo de crise também
    E até no Palácio de Belém
    Rir ainda não paga imposto

    Ó Senhores Presidentes
    Soltem lá uma gargalhada
    Arreganhem esses dentes

    Pr’a vós não significa nada,
    Pr’a maralha de descrentes
    É uma esperança renovada.

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  4. "A cadeira"

    Mas que raio de cimeira
    Não se parece com nada
    Nem um pouco de porrada
    E ninguém cai da cadeira

    Ó meu querido salazar
    Foste o único a fazê-lo
    Hoje é só dor de cotovelo
    Nem se sabem estatelar

    Vou-m’amandar da cadeira
    Estatelar-me na almofada
    Vão-se é encher de poeira

    Nem um pouco de porrada
    Mas que raio de cimeira
    Nem Black Bloc nem nada.

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