sábado, 24 de abril de 2010

Reconquistar Abril

Justiça social, pleno emprego, fim dos privilégios dos poderosos, direito a uma vida e condições de trabalho dignos, democracia política, liberdade de expressão e associação. PAZ, PÃO, HABITAÇÃO, SAÚDE, EDUCAÇÃO!:
Foi por isto e muito mais que, há 36 anos, o 25 de Abril pôs fim a um pesadelo de quase cinquenta anos de ditadura. Foram conquistas obtidas a pulso, despoletadas pelo Movimento dos Capitães/Movimento das Forças Armadas, e abraçadas em força pela esmagadora maioria da população deste país.
Chegámos a 2010, e pouco resta daquilo por que tanto se combateu:
- o já tristemente conhecido PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) penaliza precisamente os trabalhadores, desestabiliza, e estagna em vez de desenvolver;
- as grandes fortunas continuam a ser protegidas pelos sucessivos governos, os bancos vão auferindo lucros fabulosos enquanto os salários congelam, os impostos sobem e o desemprego aumenta;
- a promiscuidade entre o poder político e os grandes grupos económicos reporta-nos para o tempo em que o estado fascista português se sustinha com o apoio de Espírito Santos, Champalimaud e Cia.
É urgente juntar forças para reconquistar Abril para o futuro!

16 comentários:

  1. “Trinta e seis anos”

    Trinta e seis anos Abril madrugada
    Ruas cheias, cravos na espingarda,
    Mandado às urtigas regime mal amado
    Má a memória de quem foi torturado;

    Conquistas muitas e ilusões mil
    Muitos já sonham com o novo Abril,
    Do primeiro resta lindo foguetório
    E na manhã seguinte grande oratório.

    Pagamos agora a quem mal nos governa
    E já Amália não temos p’ra nos distrair
    Com a bolsa vazia uns tintos na taberna,

    Dos outros falando limpam aos milhões
    Muitos mais que antes e mais hão-de vir
    São vidas faustosas e lautas refeições.

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  2. Grândola Vila Morena
    Zeca Afonso

    Grândola, vila morena
    Terra da fraternidade
    O povo é quem mais ordena
    Dentro de ti, ó cidade

    Dentro de ti, ó cidade
    O povo é quem mais ordena
    Terra da fraternidade
    Grândola, vila morena

    Em cada esquina, um amigo
    Em cada rosto, igualdade
    Grândola, vila morena
    Terra da fraternidade

    Terra da fraternidade
    Grândola, vila morena
    Em cada rosto, igualdade
    O povo é quem mais ordena

    À sombra duma azinheira
    Que já não sabia a idade
    Jurei ter por companheira
    Grândola, a tua vontade

    Grândola a tua vontade
    Jurei ter por companheira
    À sombra duma azinheira
    Que já não sabia a idade

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  3. Assinalam-se hoje os 36 anos do 25 de Abril de 1974. Acha que o país precisa de uma nova revolução?

    Sem dúvida: 5021 (69%)

    Talvez: 1261 (17%)

    Não: 1013 (14%)

    http://www.sapo.pt/#/noticias

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  4. “Lenine”

    O nosso presidente descobriu hoje que na nossa sociedade persistem desigualdades sociais e existem casos imerecidos de riqueza que chocam e tudo o mais que ele sabe e que ele sabe que nós sabemos e não disse, um outro ilustre parlamentar citou Lenine dizendo que “uma organização morre quando os de baixo não querem e os de cima já não podem” e no final acabam todos a elogiar-se mutuamente, até parecem saídos do mesmo saco.

    Todas estas descobertas e acontecimentos recentes remetem-me para os anos sessenta quando ouvíamos dizer que estávamos atrasados cinquenta anos em relação aos EUA, nós tinhamos a rádio eles tinham a TV a preto e branco, nós tinhamos a TV a preto e branco, eles tinham a TV a cores, os nossos automóveis eram económicos e pequeninos os deles eram grandes bombas e gastavam até mais não, isto tudo relativamente aos aspectos tecnológicos.

    E ouvíamos simultaneamente dizer que a terra do tio Sam era terra de oportunidades, mas só quem tinha dinheiro tinha protecção social, os demais que se amanhassem e que nós aqui tinhamos a sorte de ter um estado social muito evoluído, aqui por sua vez os salários de todos em geral eram baixos, não existindo grandes desigualdades, enquanto lá já havia gestores muito bem pagos, mas quem trabalhava também era bem remunerado, embora o leque salarial fosse mais alargado.

    Nos dias de hoje com a velocidade a que a informação flui e os bens de consumo são escoados as diferenças tecnológicas esbateram-se por completo, quanto às outras diferenças se antes caminhávamos em contra ciclo, a coisa agora parece manter-se mas eles na curva ascendente e nós na descendente.

    Enquanto por lá parecem ter tomado uma maior consciência social e querem alargar o espectro desta protecção, também a nível salarial parecem querer conter mais as desigualdades pois quem trabalha aufere bons salários e os de topo não estão tão afastados, já nos automóveis buscam cada vez mais a economia enquanto antes isso nem sequer constituía uma preocupação.

    Por cá parece andarmos a querer reduzir o nível das prestações sociais e o seu espectro de aplicação, relativamente aos salários dos de cima e dos de baixo nem é bom fazer comparações e já nos fazemos transportar em grandes bombas, sinais dos tempos, será talvez por que pensamos caminhar para a vida eterna organizacional, isto à luz da citação de Lenine, pois os de cima podem tudo, é a falta de vergonha completa e os de baixo já não podem mais.

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  5. “Hoje não”

    Hoje não estou com vontade de me dedicar a assuntos sérios e ainda bem pois dei-me conta de uma curiosidade que é a seguinte, agora para além da pressão dos média para que haja acontecimentos fora do comum, existe também a pressão da indústria de jogos electrónicos para que tais acontecimentos ocorram para de seguida aproveitarem a deixa e lançar logo no mercado os respectivos jogos.

    E é a isso que eu tenho estado a dedicar-me hoje, a um novo jogo on-line que descobri, tem a ver com esta crise global e já integra também a crise provocada pelo vulcão, é bastante complicado de princípio mas depois de algumas horas em frente ao PC e de entender umas quantas regras básicas até não me estou a sair nada mal.

    Queiram então saber que comecei por investir um dinheirito que herdei de uma tia rica, em Wall street, é quase sempre assim as histórias de sucesso começam sempre por um golpe de sorte, dei-me bem e ganhei uma massas valentes, mas melhor que isso como joguei na principal praça tive também a sorte de me fazer notado e conhecer uns tipos influentes, é claro tive que investir um pouco de início, mas agora tenho-os na mão.

    Numa jantarada, diga-se que me custou bastante cara, no Manhattan Chase Hilton convenci os tipos a vir para a imprensa especializada dizer que Portugal e a Grécia estavam de pantanas e tal, o resto já vocês sabem, foi o último investimento que tive que realizar, a partir daí tem sido só facturar, já vos conto.

    Com a massa que ganhei investi forte e feio na dívida pública destes países, é claro que depois das declarações dos meus amigos na imprensa os meus títulos valorizaram uns milhões, vendi deles uma parte substancial e realizei logo uma maquia que nem vos digo quanto para não vos baralhar, tantos eram os zeros.

    Com parte deste dinheiro adquiri a Islândia que como sabem estava de pantanas, eles até me agradeceram e tratei logo de lançar em erupção os dois principais vulcões do país, neste momento os céus da Europa e dos EUA estão cobertos por uma nuvem que paralisou 85% da aviação no hemisfério norte, as cotações do barril de crude estão a cair fortemente, pois a aviação é um dos principais clientes das refinarias.

    Dei ordens em bolsa para comprar tudo o que apareça de companhias petrolíferas, pois muitas estão em forte queda devido à minha nuvem e vai daí conto em breve tornar-me dono das principais empresas de refinação do planeta, depois é só fechar as válvulas de queima dos vulcões para que aviação volte aos céus e aí já serei eu a controlar quase na totalidade os preços dos combustíveis, aí sim vou ganhar como nem imaginam e já estou a pensar em especular na indústria extractiva de metais pesados, para de seguida vir a controlar a fatia da energia nuclear e em breve serei dono do mundo por via do controlo da energia…

    …ai o PC desligou, faltou a energia, bolas e eu nem gravei esta treta, que maçada vou ter que começar tudo de novo, bom mas com a experiência de hoje tenho cá a impressão que amanhã ainda me vai correr melhor o dia, deixa-me cá ligar já aos meus amigos de Wall street.

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  6. “Os binóculos”

    O meu tio africano perguntou-me uma vez se eu sabia como caçar um elefante com os seguintes objectos, uma caixa de fósforos, uma pinça e uns binóculos, eu fiz uma cara de espanto, pensei alguns instantes e dei-lhe a resposta óbvia, não, pois é simples disse-me ele, com os binóculos procuras na savana um elefante, ao encontrá-lo vais-te aproximando cuidadosamente, quando já estiveres bem próximo abres a caixa de fósforos, viras os binóculos ao contrário, pegas no elefante com a pinça e coloca-lo dentro da caixa e já está, vês é simples.

    Veio isto a propósito de quê, de quase tudo em geral e de nada em particular, como dizia o outro, mas ao ler que o governo está a estudar um determinado sector da actividade administrativa, porque descobriu que este tem administradores a mais, eu acabo por fazer a mesma cara de espanto que fiz quando o meu tio naquela época me ensinou a caçar elefantes.

    Faço também uma imensa cara de espanto quando os nossos governantes e demais líderes afirmam, como há uns dias o ministro que disse não compreender o mecanismo que leva à formação dos preços de determinados bens.

    Faço também uma imensa cara de espanto, quando em vez de se remunerar a pouca poupança do português, com os célebres certificados de aforro se opta por remunerar os especuladores ao emitir dívida pública para o mercado internacional e os certificados que demoraram quarenta ou mais anos a conquistar fama estejam agora a ser assassinados desta forma, não que eu seja um especialista na matéria, mas de tanto os ouvir falar.

    Poderia dar muitos mais exemplos para justificar a cara de espanto que sou obrigado a fazer amiúde, o que eu não vejo é nenhum dos nossos responsáveis fazer uma cara de espanto, ao ver a ginástica que por aí se faz para conseguir ir vivendo com o custo de vida e os rendimentos disponíveis, como diz o outro, os especuladores voltaram ao mercado, embora eu ache que nunca de lá saíram e se não forem tomadas medidas drásticas não vamos ter um futuro brilhante.

    Parece-me que temos sido governados por ilustres e brilhantes personalidades, ninguém lhes retirará o mérito, mas que na minha modesta opinião têm andado a olhar para as realidades com os binóculos virados ao contrário, será talvez chegada a hora, se é que ainda vamos a tempo, de voltar a virar os binóculos, para tentar perceber a verdadeira dimensão do problema e rapidamente encontrar a melhor forma de enfrentar o elefante.

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  7. “Os extremos”

    É comum ouvir-se dizer que os extremos se tocam, não é verdade os extremos nunca coexistem logo não podem tocar-se, pois os acontecimentos no nosso mundo seguem uma linha sinusoidal ou seja alternam entre um mínimo e um máximo passando por todos os pontos intermédios, à medida que o tempo corre, isso só aconteceria se o tempo não corresse, não fosse mensurável ou seja não existisse, aí poderíamos atingir o mínimo e o máximo em simultâneo, é possível imaginar mas não é assim.

    Um exemplo prático, eu aperto o cinto, estamos no ponto de máximo estrangulamento da cintura, se porventura eu decidir afrouxar o cinto posso fazê-lo, mas entretanto já decorreu um certo período de tempo até se atingir um ponto de estrangulamento intermédio e se eu decidir retirar o cinto já outro período de tempo passou até ao ponto de estrangulamento mínimo ou de não estrangulamento.

    Pegando ainda no conceito tempo nós somos a existência aqui hoje, neste lugar, mas não representamos nada na escala global do tempo, desde que o tempo é tempo e até que o tempo decida deixar de o ser, não sabemos quando, logo somos uma ínfima porção de existência nessa escala que se convencionou mediria existências.

    Quanto à nossa dimensão então aí é que somos nada, se pensarmos na real dimensão do universo em que ouvimos falar de poeiras cósmicas, nós nem chegamos a representar um grão apenas dessa poeira, tal é a imensidão desse universo conhecido, fora aquele que ainda não se conhece.

    É por isto tudo que eu penso não devemos preocupar-nos demasiado com ratings pois o que hoje é amanhã já era, devido à linha sinusoidal e quando já for outra vez provavelmente já se foi para nós devido à nossa pequenez existencial e se o for por muito tempo, o que eu não acredito, não vai logo afectar o nada que somos em tamanho.

    Como português e alentejano eu gosto sempre de pensar que somos balizados por dois extremos entre os quais oscilamos e assim vai continuar a ser enquanto cá existirmos, o máximo que é o porreiro pá, representa o tudo bem e passando por todos os pontos intermédios à medida que o tempo corre, somos levados ao outro extremo, o mínimo ou o anti-porreiro pá que é o tudo mal que para quem não sabe costuma dizer-se, porra pá.

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  8. “Confiança”

    Atrás de mim virá quem bom de mim fará, parece ser a regra do momento, juntamente com o tiro ao boneco, pois parece também que quanto mais depressa se mudar os bonecos melhor.

    Veja-se o exemplo de ontem em que os dois principais líderes da nossa praça se reuniram para tentar restabelecer os níveis de confiança quando um deles, em entrevista publicada hoje no diário Espanhol ABC, veio à praça dos nossos dias, a comunicação social, dar umas facadinhas no outro.

    Isto leva a uma total perda de confiança, se é que ainda existia alguma, nas pessoas que nos dirigem e por seu lado acredito que não lhes proporcionará a elas a calma suficiente para que possam tomar as melhores decisões.

    Já das instituições falando e das suas conclusões e recomendações também que confiança pode haver se observarmos o rol de diferentes opiniões e conclusões, por vezes até em sentido contrário, cada um puxa a brasa à sua sardinha mais uma vez na praça dos nossos dias, a comunicação social.

    Existem tanto exemplos domésticos como fora de portas, é a desconfiança de tudo e todos para com tudo e todos que parece ter vindo para ficar, este tipo de clima favorece seguramente a venda de notícias e parece favorecer também o quanto pior melhor, pois com este tipo de atitudes estamos a proporcionar uma descida de nível, degrau a degrau na escadinha que nos leva ao inferno.

    Tal como na anedota da velha senhora que morreu e chega junto a duas portas e logo vêm recebê-la, então vem para o céu, sim claro, mas escuta um ruído de berbequim a perfurar e pergunta que ruído é aquele, então estão a furar a cabeça do último que chegou para colocar a auréola, e esse outro ruído, então estão a furar as costas para colocar as asas, então não, vou para ali, bom mas ali é o inferno, certo mas ao menos se quiserem pôr-me um rabo já tenho o furo feito.

    E é assim mesmo, sem medos, vamos lá pois se for preciso já temos o furo feito.

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  9. “Tico e Teco”

    O Tico e o Teco são os dois neurónios que habitam no meu cérebro, o Tico é um tipo racional e reside no hemisfério esquerdo, normalmente e por vocação ocupa-se dos assuntos mais ligados aos números, já o Teco é um tipo mais dado ao sentimento e criatividade que reside no hemisfério direito.

    Por serem dois tipos com personalidades muito diferentes e que residem próximo um do outro por vezes envolvem-se em acesas discussões, expressando normalmente os seus pontos de vista, ambos válidos e defensáveis.

    No outro dia a propósito da vocação do nosso país o Tico com o pragmatismo que o caracteriza defendia que a adesão à união europeia e à moeda única tinha sido a melhor solução, já o Teco com uma visão mais histórica defendia a nossa vocação africana e qual mini jangada de pedra, dizia ele, devíamos ter-nos separado deste continente e ter acostado ao continente africano.

    Quanto aquilo que devem ser as nossas opções ferroviárias também têm ambos visões muito distintas, enquanto o Tico concorda com a ligação à rede europeia de alta velocidade através do TGV, o Teco advoga que nós devíamos adquirir o recentemente desactivado expresso do oriente e estender as suas linhas desde o Algarve até à Côte d’Azur, numa linha de vocação turística ao longo do mediterrâneo.

    Já no que diz respeito aos gastos com as grandes obras públicas, O Tico com a sua habitual visão muito tecnicista da coisa defende que devem ser executadas sob elevado controlo e rigor financeiro, enquanto o Teco não vê mal nenhum se daquela dinheirama toda e assim sem dar muito nas vistas, uma pequeníssima percentagem sirva para financiar outros projectozitos paralelos.

    No que toca ao futuro imediato do país o Tico, claro está, defende uma discussão alargada com tecnocratas, economistas, gestores e outros para encontrar as melhores soluções, já o danado do Teco saiu-se com a ideia de convidar um plateau de criativos, tais como encenadores, realizadores e outros, no sentido da criação de outros cenários e daquilo que bem poderia ser o início de um novo filme.

    Como eu dizia ambos têm as suas razões e pontos de vista amplamente defensáveis, mas eu como face visível e hospedeiro destes dois cretinos já começo a estar um pouco farto das suas discussões, de tal forma que começo mesmo a considerar a hipótese de, no período que agora se avizinha, dar a ambos umas férias e sentar-me no sofá a ver os jogos do mundial.

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  10. “Frases”

    “Crise que afecta Portugal não é um problema do país, mas sim um problema global”, a propósito deste branqueamento no meu tempo dizia-se OMO lava mais branco, é claro que interessa colar esta mensagem à realidade actual, alguém acreditará que os anjos sejamos nós e os outros os diabos? mas a ser verdade então só nos resta esperar que os diabos se convertam.

    “A vida política portuguesa não pode ser crispada, não interessam as culpas, o que interessa é que estamos sob fogo”, é verdade nós somos um país de brandos costumes, muito tolerante e nada melhor que uma boa fogueira para espiar os nossos pecados e limpar as nossas almas, terão sido portanto os diabos externos que atearam a fogueira com o objectivo de limpar as nossas culpas.

    “Nenhum movimento especulativo fará o governo mudar o seu plano”, mas é claro rente e para diante, porque haveríamos de vender a alma ao diabo e desviarmo-nos da nossa rota, a menos que seja ele o possuidor dos recursos que nos faltam para concretizar o plano e aí não nos convém vender-lhe a alma por três dinheiros apenas para satisfazer alguns caprichos.

    “Sabemos que há uma crise internacional, mas nós pusemo-nos a jeito”, pusemo-nos a jeito e se calhar também houve alguma falta de jeito, costuma dizer-se que foi assim que a Alemanha perdeu a guerra, e se não quiser perder esta também no limite vai ter que deixar-nos arder a todos no inferno das nossas tentações.

    “O pais sofreu um ataque severo e o senhor chegou aqui a dizer que não vai mudar nada”, percebo bem é a tradicional resistência à mudança, mas quando as chamas baixarem de intensidade e for preciso renascer das cinzas, qual fénix, seguramente tudo será diferente, ou não pois parece que a memória dos homens se tornou tão volátil que este perdeu a capacidade de aprender com os próprios erros.

    Vamos pois acreditar que os diabos à solta se irão converter, que o fogo limpará de facto as nossas culpas e que iremos renascer das cinzas com a capacidade de aprender com os erros renovada, para que ao olhar para o passado possamos dizer como os Xutos, e o que foi não volta a ser, mesmo que muito se queira, e querer muito é poder, e o que foi não volta a ser.

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  11. OS MAILS

    Primeiro:

    ---Mensagem original---
    De:PAUL...Ric...
    Para: Maur..Fél..@m-alcacerdosal.pt
    Assunto:PIQUENIQUE NA BARRAGEM

    Sr. Maur...Fél...

    Como conversa telefónica,segue o pedido de colaboração no piquenique que o Millieuros BC...está a organizar para os COLABORADORES da DIRECÇÃO COMERCIAL 12 do MI.. ao Tej..,solicito-vos o seguinte:
    CASAS DE BANHO, BALDES PARA O LIXO e RECOLHA DOS MESMOS, a PASSAGEM de uma máquina (Ex.RECTRO-ESCAVADORA)no local que está escolhido que ainda care-se(sic) de aprovação da ASS.de Reg...do Vale do S...,por o facto de se encontrar com alguma vestação(sic).

    Com os melhores cumprimentos

    Paul..Ri...

    Segundo:


    De: Paul..Ri..@MillieurosBc....pt
    Para:Maur...Fél...
    Assunto:PIQUENIQUE NA BARRAGEM
    Sr. Maur...Fél...,
    Em seguimento do mail anterior,já temos local escolhido será Rio Mourinho(Santa Susana)dia 29 de Maio de 2010, solicito-vos o seguinte: casas de banho, baldes do lixo e recolha dos mesmos, se possível também BALDES DO LIXO (NOVOS)PARA COLOCAR BEBIDAS COM GELO.

    Meu contacto: 9639119..

    Se possível enviar me o seu contacto QUE SEMPRE QUE LIGO PARA A CÂM...ATENDE O SR.ASSESSOR DO PRESIDENTE.

    Cumprimentos,
    Paul...Ri...

    A Banca Privada a fazer piqueniques particulares à conta dos nossos impostos???!!!

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  12. A Câmara cobra aluguer de autocarros a grupos de crianças para visitarem o Jardim Zoológico...
    Mas para PIQUENIQUES de grupos da BANCA PRIVADA é à conta dos nossos impostos???!!!

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  13. “O próximo carnaval”

    O Nobre já anunciou
    O Alegre a caminho vai
    O Cavaco ainda é tabu
    O PC não se descai

    Presidentes à mão cheia
    P’ra este nosso Portugal
    Qu’o povo desta aldeia
    Está farto de se dar mal

    Com escolha assim vasta
    Triste sina em bom agoiro
    Que p’ra desgraça já basta

    Esta maldita crise mundial
    Por ela nos levam o coiro
    Mas deixem-nos o carnaval.

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  14. "O seu nome é Deolinda e tem idade suficiente para saber que a vida não é tão fácil como parece, solteira de amores, casada com desamores, natural de Lisboa, habita um rés-do-chão algures nos subúrbios da capital. Compõe as suas canções a olhar por entre as cortinas da janela, inspirada pelos discos de grafonola da avó e pela vida bizarra dos vizinhos. Vive com 2 gatos e um peixinho vermelho..."

    Deolinda é um original projecto de música popular portuguesa (MPP), inspirado pelo fado e as suas origens tradicionais. Formado em 2006 por 4 jovens músicos com experiências musicais diversas (jazz, música clássica, música étnica e tradicional), procuram, através do cruzamento das diferentes linguagens e pesquisa musical, recriar uma sonoridade de cariz popular que sirva de base às composições originais do grupo.

    http://www.myspace.com/deolindalisboa

    Os Songlines Music Awards 2010, organizados pela revista inglesa Songlines, premiaram os portugueses Deolinda, na categoria "Newcomer", com o álbum Canção ao Lado.

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  15. “Mãe há só uma”

    Naquele dia de festa era tal a bebedeira
    Minha mãe e amigas vazaram a garrafeira
    Ó Zé meu querido desce à cave por favor
    Que agora não posso, tal não é meu torpor

    Traz-nos duas garrafinhas que a secura é atroz
    Se não bebemos depressa é um ardor bem feroz
    Teu desejo é uma ordem, escada abaixo lá vou eu
    Com a pressa quase caio e parto o nariz meu

    Felizmente me equilibro e chego bem de saúde
    Vasculho tudo em redor e uma garrafa encontro
    Escada acima toda a pressa, três degraus amiúde

    Finalmente lá na sala a tristeza não se esfuma
    Ao verem-me a mão vazia na hora do reencontro
    Triste notícia tenho eu que dar, mãe há só uma.

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  16. “Agora comam poesia...”

    Portugal é um país de poetas
    Coisa que há séculos sabemos
    Também houve alguns atletas
    Pior é que poesia não comemos

    Andamos deprimidos sem cheta
    Com o estado a que isto chegou
    Mas com um Presidente poeta
    Tomar Prozac é coisa que acabou

    Teremos saraus bem compostos
    Para nossa grande felicidade,
    Não poderemos pagar impostos

    Dirá o novo Presidente um dia
    Sem tusto mas com autoridade
    Agora comam poesia...

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