terça-feira, 4 de maio de 2010

Assembleia Municipal de 30 de Abril


Mais uma Assembleia Municipal em que o executivo PS foi igual a ele próprio! Ou seja, demonstrou uma enorme dificuldade em responder às questões que lhe colocámos.
Por vezes, simplesmente insistiu em ignorar a questão. Não disse porque motivo propõe o executivo a doação ao IGFIJ do terreno camarário onde se situa o Tribunal! E que têm os munícipes e a autarquia a ganhar com esta proposta? Não disse se o executivo tem, ou não, uma politica cultural para o Concelho!
Noutros momentos, responde, literalmente, fugindo à questão. Quando confrontado com a necessidade de reabilitar algumas das casas camarárias do Bairro de São João, o Presidente Paredes limitou-se a comentar que nenhum dos moradores quer comprar as casas porque é mais barato ter um senhorio com oficina. Quando confrontado com a inexistência de actividades de descentralização cultural, limitou-se a escamotear as suas óbvias responsabilidades afirmando que aquele é um problema para as Juntas de freguesia resolverem.

Nesta mesma Assembleia, com surpresa, constatamos que o Executivo e o Presidente da Assembleia Municipal não tinham oficialmente conhecimento das propostas elaboradas pela Comissão de Educação na sua reunião de 23 de Março!
O deputado do BE empenhou-se na realização dessa reunião, desde logo, relembrando ao Coordenador da Comissão e ao Presidente da Assembleia a necessidade de a agendar o quanto antes. Depois, participando activamente nos assuntos em debate: a definição do espaço da Assembleia, bem como dos partidos nela representados, na “ Folha de Alcácer”, e a elaboração de um programa de actividades para as comemorações do Centenário da I República. Por fim, coube-lhe a redacção da acta que rapidamente foi enviada ao Coordenador da Comissão.
O Coordenador da Comissão – e, também, líder da bancada do PS – comprometeu-se a transmitir ao executivo as propostas saídas da reunião.
Como o Vereador da Cultura - depois de a isso se haver comprometido – não compareceu na reunião, o Coordenador da Comissão sugeriu a realização de uma reunião entre aquele e representantes da Comissão. O deputado do BE - proponente da maior parte das actividades do programa - manifestou a sua disponibilidade e aguardou pela convocação.
Ora, sucede que essa convocatória nunca chegou. E, como se percebeu na Assembleia, nem tão pouco o Coordenador da Comissão e líder da bancada parlamentar do PS informou o Executivo ou o Presidente da Assembleia das propostas da Comissão! É preciso que sejam assumidas responsabilidades políticas!

Neste contexto, o Bloco de Esquerda insiste em fazer a Diferença. Nos pequenos combates, como a instalação de protecções nas paragens dos autocarros urbanos. Nos grandes combates, como o fim do trabalho precário nas autarquias do concelho. Nesse sentido, foi aprovada pela Assembleia uma moção do Bloco de Esquerda requerendo: a) o levantamento e uma listagem de todos os trabalhadores com vínculo laboral precário que desempenhem funções nos serviços e empresas municipais; b) a criação de uma Comissão, constituída por elementos indicados pelos trabalhadores precários, Câmara Municipal, Assembleia Municipal, Partidos aí representados e organizações representativas dos trabalhadores, com o objectivo de analisar e dar provimento à integração de todos os trabalhadores precários nos quadros das autarquias.
Bloco é Esquerda de Confiança!

2 comentários:

  1. “A escola do tempo”

    Faz tempo que não pensava no tempo, mas hoje não sei porque carga de água dei comigo a pensar nessa escola que é o tempo, o tempo não pára, o tempo urge e o tempo tudo resolve, fantástico, estas três formas que o tempo tem de nos ensinar.

    O tempo não pára, o que nos permite estar em constante evolução, dá assim ênfase àquela máxima “nada é permanente a não ser a mudança” e se pensarmos bem assim é de facto, nada pode ser dado como adquirido a não ser a mudança constante, e é esta mudança que nos permitiu ser aquilo que hoje somos, é toda uma aprendizagem de séculos da qual agora podemos usufruir.

    O tempo urge, é quase sempre assim, mas isso tem mais a ver com aquilo que fazemos com o tempo que nos é disponibilizado, enfim como o gastamos, existem tantas formas de gastá-lo mas hoje em dia parece que o esbanjamos, tal é a correria, mas é nesta correria que somos obrigados a dar os nossos tombos e é com os tombos que se aprende, logo esta não é senão uma forma acelerada de aprendizagem.

    É pois o tempo sempre a ensinar-nos em função das nossas necessidades, se antes as coisas corriam devagar o tempo se encarregou de nos ir ensinando ao longo de séculos e se agora a vida é bem mais frenética então o tempo adaptou-se e pôs-nos aos tombos, pois viu que só dessa forma nos consegue ensinar tudo aquilo que necessitamos aprender.

    E finalmente o tempo tudo resolve, é bem verdade, nunca vi mal que sempre durasse, é uma vez mais o tempo a ensinar-nos, pois mesmo que não tenhamos aprendido ao longo dos séculos nem com a sua forma de aprendizagem acelerada, então ele como bom professor que é, e adaptado aos tempos modernos, proporciona-nos assim um género de passagem administrativa, eliminando todos os erros dos seus discípulos menos dotados que nem mesmo aos tombos tenham conseguido aprender.

    ResponderEliminar
  2. “Acordei”

    Acordei muito dormente, não me lembrava bem de como tinha ido ali parar, reparei num botão e toquei, veio uma senhora vestida de branco e perguntei-lhe o que se tinha passado, ela explicou-me que eu tinha tido um acidente, entrara em coma e se tinham passado uma dúzia de anos, não me lembrava muito bem do sucedido.

    Recebi muitas visitas, familiares e amigos, estavam todos muito mais crescidos e outros com aspecto mais velho, finalmente tive alta, vim para casa e comecei a informar-me sobre a nova sociedade, nova para mim passados estes anos, verifiquei que o buraco da camada de ozono tinha sensivelmente o mesmo tamanho e que já havia mais carros eléctricos.

    Verifiquei que já não havia polémicas na vida pública, já não se falava de esquemas nem de corrupção e parecia ter havido um grande desenvolvimento a nível de infra-estruturas, tanto em novas como na conservação das existentes, estranhei, mas um dia recebi a visita de mais um amigo e resolvi informar-me melhor com ele.

    Olha lá, disse-lhe eu, como é que estas evoluções se deram, tu sabes a nível da vida pública, da sua gestão e então ele explicou-me que a dada altura as coisas se tinham tornado incomportáveis, quase ao nível da convulsão social e então alguém se tinha lembrado de criar a figura do provedor do contribuinte, provedor esse que era responsável por controlar rigorosamente o orçamento público e desbloquear toda e qualquer verba.

    Fiquei perplexo e perguntei-lhe, então mas esse tipo não está debaixo de fogo constante, não lhe limparam já o sarampo e aí ele explicou-me que não se tratava de um tipo mas de um sistema para onde confluía todo o dinheiro dos contribuintes e este fazia um controlo cego e rigoroso do orçamento e que mediante a emissão de notas codificadas disponibilizava as verbas inscritas e nem um tostão mais.

    Mas isso obriga a um rigoroso planeamento e orçamentação, exclamei, não via o pessoal preparado para tal, não houve criativos a tentar dar a volta ao sistema, perguntei-lhe, então ele disse-me que de início sim, havia uma ponte lá no norte que só chegava a meio do rio pois tinham desviado metade da verba e também uma auto-estrada no oeste que tinha duas faixas num sentido e uma só no outro, pois tinham desviado um quarto da verba, mas foi só de início, porque depois a coisa dava tanto nas vistas que toda a gente se retraia de fazer tais aldrabices.

    E ia eu colocar-lhe uma nova questão, que já não recordo qual quando o vejo a ficar ténue como uma nuvem de fumo e ouço um ruído assim muito ao fundo, era o despertador, sete da manhã, hora de ir trabalhar, tudo não passara de um sonho, levantei-me parei como é hábito para tomar um café e ler o jornal, dei-me conta de que afinal estava tudo na mesma, todos continuavam a roubar e o contribuinte a pagar... volta provedor...

    ResponderEliminar