Em Bloco Alcácer é diferente. Isso ficou provado na Assembleia Municipal de dia 30 de Outubro!
A quem pretendia promover a bipolarização na Assembleia demonstramos que, pelo contrário, é possível ampliar o espaço de participação democrática e afirmar propostas alternativas.
Por nossa iniciativa, a votação para a Mesa da Assembleia não se fez por lista – o que favoreceria apenas o PS e a CDU - mas, antes, através do voto uninominal – abrindo a possibilidade de participação a todas as forças políticas.
Na eleição para a Mesa apresentamos a nossa candidatura a todos os cargos afirmando, desse modo, a independência, a autonomia e a alternativa do Bloco. Essa afirmação acabou por condicionar a força política maioritária na Assembleia, a CDU, a mudar a sua orientação de voto para o 2º Secretário e a votar na candidatura do Bloco.
Para impedir uma mesa com dois representantes do PS, face à impossibilidade de eleger o seu representante, à CDU não restava outra hipótese senão votar no Bloco.
Deste modo, a CDU ajudou a construir uma mesa para a Assembleia Municipal com várias forças partidárias (PS/CDU/BE) coisa que dias antes inviabilizara para a Junta de Freguesia da Comporta. Importa esclarecer, desde logo, que consequências retira a Presidente da Junta de Freguesia da Comporta (CDU) do seu voto na Assembleia?
Com a eleição para a Mesa da Assembleia o deputado do BE viu reconhecida a sua relevância política e conseguiu uma maior notoriedade. Nessa Mesa estará, como declarou, atento ao sentido de toda e qualquer proposta dos partidos e autarcas do Concelho. Dirá sim às que no entender do Bloco beneficiem a maioria da população. Dirá não às que suscitarem dúvidas. Como frisou, venham as propostas de que partido vierem.
A quem pretendia promover a bipolarização na Assembleia demonstramos que, pelo contrário, é possível ampliar o espaço de participação democrática e afirmar propostas alternativas.
Por nossa iniciativa, a votação para a Mesa da Assembleia não se fez por lista – o que favoreceria apenas o PS e a CDU - mas, antes, através do voto uninominal – abrindo a possibilidade de participação a todas as forças políticas.
Na eleição para a Mesa apresentamos a nossa candidatura a todos os cargos afirmando, desse modo, a independência, a autonomia e a alternativa do Bloco. Essa afirmação acabou por condicionar a força política maioritária na Assembleia, a CDU, a mudar a sua orientação de voto para o 2º Secretário e a votar na candidatura do Bloco.
Para impedir uma mesa com dois representantes do PS, face à impossibilidade de eleger o seu representante, à CDU não restava outra hipótese senão votar no Bloco.
Deste modo, a CDU ajudou a construir uma mesa para a Assembleia Municipal com várias forças partidárias (PS/CDU/BE) coisa que dias antes inviabilizara para a Junta de Freguesia da Comporta. Importa esclarecer, desde logo, que consequências retira a Presidente da Junta de Freguesia da Comporta (CDU) do seu voto na Assembleia?
Com a eleição para a Mesa da Assembleia o deputado do BE viu reconhecida a sua relevância política e conseguiu uma maior notoriedade. Nessa Mesa estará, como declarou, atento ao sentido de toda e qualquer proposta dos partidos e autarcas do Concelho. Dirá sim às que no entender do Bloco beneficiem a maioria da população. Dirá não às que suscitarem dúvidas. Como frisou, venham as propostas de que partido vierem.
“GATEC ao poder”
ResponderEliminarI Acto
GATEC ao poder podia ser o nome da peça, para começar arrebanhavam uma quantidade enorme de figurantes, para coitados cheios de ilusões irem votar, ficando a pensar que desta vez é que iriam ver os seus problemas resolvidos.
Tinham ainda que arranjar uns mangas de alpaca para redigir uns quantos documentos cheios de promessas e de floreados, que seriam chamados de programas eleitorais, que uns quantos arautos distribuiriam juntamente com caramelos, ao povo em festa.
II Acto
Depois arranjavam um figurão bem posto, bem falante e com a carteira bem recheada, esse aí seria um espírito sempre ausente, mas cuja ausência influenciaria todas as decisões passadas e futuras que viessem a ser tomadas no sítio.
Com todo este arranjinho e contados os votos sairia eleito um executivo e uma oposição, e aqui para comandar o poder tinham que escolher um actor bem maleável para fazer todo o jogo de cintura necessário nestas situações e uma oposição constituída por umas personagens de cassete bem estudada.
III Acto
De preferência no guião deveriam citar que a eleição não fosse por maioria, pois no final podiam acabar todos a desculpar-se uns com os outros, ou em alternativa se estivesse prevista uma maioria, no guião constaria uma forte crise internacional.
E para a peça terminar novamente em festa, podiam passar-se quatro anos e acabavam novamente em campanha eleitoral, num ambiente muito cordial e a distribuir ao povo os caramelos que tivessem sobrado do I acto.
Fado Tropical
ResponderEliminarChico Buarque
Composição: Chico Buarque/ Ruy Guerra
Oh, musa do meu fado
Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."
Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"
Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre trás-os-montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
Excepcional versão :
http://www.youtube.com/watch?v=LCi-3G-Y3oA
Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.
ResponderEliminarCongratulo-me com os resultados do BE nas eleições locais.
ResponderEliminarApós as duas últimas eleições (Parlamento Europeu e Legislativas), a expectativa era grande naturalmente, tão grande quanto o sonho de poder participar activa e intensamente nos diversos órgãos; se os resultados a muitos que se empenharam souberam a pouco, a esses direi que importa agora saber criar as condições para que no futuro o sonho seja mais saboroso. O trabalho que se fizer ainda hoje e nos dias que se seguirão até um novo sufrágio, ditará o resultado que agora, como semente, foi lançado à terra.
São dois os representantes do BE, sobre eles recai uma grande responsabilidade porque é através dos seus rostos que um ideal, princípios éticos, e a diferença de actuação se revelarão.
Ambos os camaradas, quer queiram quer não, entraram para história, desejo-lhes o maior sucesso e que nos momentos de maior tensão e cansaço não lhes falte a solidariedade daqueles que os ajudaram a chegar a onde estão e que no final cada voto que receberam se multiplique por muitos.
Um abraço,
Ratinho.
Passada uma semana depois da suposta tomada de posse do Executivo e da Assembleia da Junta de freguesia da Comporta(está tudo por defenir por responsabilidade da SrªMaria José e da CDU).
ResponderEliminarOuvem-se rumones que a Srª Maria José anda a dizer de rua em rua, de café em café, que foi a oposição quem inviabilizou a tomada de posse, que não consegue trabalhar com outros que não sejam os seus amigos...Então pergunto à SrªMaria José, se a Junta não é algo demasiado sério para trabalhar-mos só por e com amizades? Ou a senhora acha que as carências da Comporta se resolvem com caprichos, viagens para idosos, favorecimentos laborais, vinganças pelo que aconteceu no passado?
A Senhora devia de assumir que falhou naquela noite, pois não cumprio o que a lei diz, e não ande a empurrar para cima dos outros a sua falta de sabedoria ou a sua teimosia.
Eu não admito como comportense, que algumas pessoas do seu partido pensem que a intervenção de cidadania é só propriedade de vossa e que são os únicos democratas a habitarem esta terra!
Deixem a arrogância e o veneno em casa e sejam responsáveis.
Não usem a mentira como arma política, usem argumentos válidos!
Não usem a vitimização, pois são os primeiros e únicos responsáveis desta situação!
A população da Comporta andou bastante tempo de costas voltadas para o Poder Local, agora tudo está a mudar!
“Aluno”
ResponderEliminarAluno sou
eternamente.
Professor não posso
só vagamente.
Aluno sou,
fui de meu avô
que me ensinou
ele que traçou
por onde vou.
Aluno e mais,
sou de meus pais
que por seus ais
nunca demais
são tão reais.
Aluno agora,
de meus filhos, ora
quem em boa hora
milagre na aurora
um ainda chora.
Professor um dia ?
Imaginar podia
não sei se veria
florir semente sadia
e surgir um guia.
Professor talvez,
mas só uma vez
e tu que vês ?
Olhando de viés
mesmo a teus pés.
Aluno sou
por onde vou.
Professor um dia ?
Imaginar podia.
Ainda não perceberam que o lugar de secretario tira qualquer hipotese de intervenção ao deputado do be, se é que ele iria falar ?
ResponderEliminarAté O Fim
ResponderEliminarNey Matogrosso
Composição: Chico Buarque
Quando eu nasci veio um anjo safado
O chato "dum" querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
"Inda" garoto deixei de ir à escola
Cassaram meu boletim
Não sou ladrão, eu não sou bom de bola
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou
Mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso
Virei cantor de festim
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso
Em Quixeramobim
Não sei como o maracatu começou
Mas vou até o fim
Por conta de umas questões paralelas
Quebraram meu bandolim
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chinfrim
Criei barriga, a minha mula empacou
Mas vou até o fim
Não tem cigarro acabou minha renda
Deu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que será de mim ?
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que vou
Mas vou até o fim
Como já disse é um anjo safado
O chato "dum" Querubim
Que decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
http://www.youtube.com/watch?v=DJYbje-UGto&feature=related
Os intocáveis por Mário Crespo
ResponderEliminarO processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.
Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.
O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (…)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.
Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.
Inacreditável essa apresentação de uma ucraniana de 24 anos chamada Kseniya Simonova, há alguns meses, no “Ukraine’s Got Talent”.
ResponderEliminarA jovem impressionou e levou às lágrimas toda a plateia ao elaborar uma série de desenhos feitos em uma mesa de areia iluminada, mostrando como as pessoas de seu país foram afetadas pela invasão alemã durante a Segunda Guerra Mundial.
Se não conhecem, assistam. Vale a pena. Ela nunca erra o traço, trabalha com rapidez surpreendente e o que é melhor: conhece a história de seu país! Não há palavras para descrever...
http://www.youtube.com:80/watch?v=518XP8prwZo&feature=player_embedded
“Sinais interiores de pobreza”
ResponderEliminarMuito se tem falado e então ultimamente ainda mais, a propósito do caso mais mediático do momento, de corrupções activas e passivas, de corruptores e corrompidos, de luvas, de tráficos de influências, de trafulhices várias, de ofertas a ascender a largas somas, enfim situações várias que redundam quase sempre em sinais exteriores de riqueza de diversos actores, que habitam quase sempre em lugares de grande destaque no seio das nossas instituições.
Mas o que eu ainda não vi, nem ouvi, foi quem se ocupasse de tratar a verdadeira causa de todas estas situações que reside precisamente na existência de sinais interiores de pobreza, sinais estes que levam a que humanos por fora, desumanizem por dentro, pois levam à destruição dos mais básicos valores morais do indivíduo, ficando estes destituídos de honra, de dever para com próximo e para com o estado, enfim destituídos de sentido de missão, quais andróides da usurpação.
É comum ver-se, e a princípio estranhava-se mas penso que agora já se entranhou, antigos altos mandatários da nação ocuparem depois cargos altamente remunerados na gestão de grandes empresas públicas e privadas, numa habitual dança das cadeiras que é necessário se volte a estranhar, senão qualquer dia estes andróides estarão disseminados por todo o tecido nacional, levando a que riqueza não seja canalizada para o desenvolvimento, mas sim para a irrigação dos seus próprios interesses.
É pois urgente que os magistrados da nação, os que não forem desta classe, se ainda os houver, legislem no sentido de impedir que esta espécie de humanos provida de sinais interiores de pobreza, possa ocupar lugares de responsabilidade na vida política e na gestão das instituições públicas, para que se impeça que por cada unidade de riqueza absorvida pelo estado, outra equivalente esteja a engordar as contas destes usurpadores.
Sabemos que a legislação não faz tudo, ou que não faz quase nada, pelo menos enquanto formos geridos desta forma, mas urge dar o sinal de que o caminho não é este, e esse exemplo, e essa imposição por via da lei tem que vir de cima, dos governantes e dos gestores, para que depois na lama e na sucata seja também seguida, ou caso contrário exista a forte punição de todos quantos apresentem sinais interiores de pobreza, seja qual for o cargo que ocupem.
Fundação Calouste Gulbenkian
ResponderEliminar1º Workshop de Investigação "Respostas à Crise"
Sala 1 - 13 de Novembro
9h30 - 13h00
Alternativas à crise do emprego: desafios à educação e formação e novas formas de regulação
Ilona Kovács e Margarida Chagas Lopes (SOCIUS/ISEG)
Comentador: José Maria Carvalho Ferreira (SOCIUS)
Os Estudos Literários no séc. XXI: o passado próximo, a crise e o próximo futuro
Isabel Fernandes (Centro de Estudos Anglísticos/UL)
Comentador: João Ferreira Duarte (Centro de Estudos Comparatísticos/UL)
A Crise e o discurso adaptativo dos economistas
José Luís Cardoso (Instituto de Ciências Sociais)
Comentador: Sandro Mendonça (Dinâmia/ISCTE)
Qual crise? As várias frentes da relação entre a normalidade e quebra sistémica na contemporaneidade
João de Pina Cabral (Instituto de Ciências Sociais)
Comentador: Vítor Moura (Centro de Estudos Humanísticos/UM)
14h30 - 17h30
Lições das Crises Económicas de 2008: como gerir uma solução política?
Miguel Rocha de Sousa (NICPRI/UE-UM)
Cultura e Cognição – ou o Poder do Conhecimento Tácito
Peter Hanenberg (Centro de Estudos de Comunicação e Cultura/UCP)
Comentador: Miriam Tavares (Centro de Investigação em Artes e Comunicação/UAlg)
Da impossibilidade de superar a actual crise do capitalismo
José Maria Carvalho Ferreira (SOCIUS/ISEG)
Comentador: António Pinto Ribeiro
A Crise é a vida normal. A Antropologia face à crise.
Vários autores (CRIA)
Comentador: Ana Célia Gomes (SOCIUS/ISEG)
Detalhes em : http://www.gulbenkian.pt/proximofuturo
“Inaugurou-se”
ResponderEliminarInaugurou-se, foi na passada sexta-feira, sob o lema “Construir o futuro, é perseguir um sonho e torná-lo realidade”, e de facto só para relatar alguns pormenores da irrepreensível organização posso dizer que existia um espaço de check-in onde nenhum aspecto foi deixado ao acaso, um grupo de hospedeiras de compostura sem mácula e transbordantes de simpatia, uma mesa de honra onde todo o protocolo foi observado na integra e um conjunto de cinco cabinas onde foi feita a tradução simultânea para outros tantos idiomas e à saída não faltou uma lembrança relevante do melhor que se produz nesta unidade industrial.
Estávamos perante uma audiência de largas centenas de pessoas, de todo o mundo, literalmente todo o mundo, havia desde nipónicos até neustros hermanos, naquilo que posso considerar uma cerimónia digna de qualquer organização de topo a nível planetário e não ocorreu nem no EUA, nem na Alemanha, ocorreu isso sim aqui bem pertinho de nós, na península de Setúbal, terá sido quiçá a maior operação de marketing e charme a que assisti até hoje, para a inauguração da fábrica que no momento presente é a mais moderna e “performante” em todo o mundo.
A cerimónia foi presidida pelo primeiro magistrado da nação que enalteceu toda a grandiosidade da obra, desde os aspectos tecnológicos até à sua componente humana, tendo no fim condecorado o mentor e presidente deste grupo, com toda a justiça digo eu e por sua vez o presidente do grupo referiu todo o rigor posto na realização, desde o planeamento, passando pelo rigoroso cumprimento do orçamento e controlo, sem esquecer é claro toda a equipa envolvida, até à finalização observando o calendário previsto, que o tempo é mais valioso que dinheiro, já alguém disse, pois dinheiro podemos sempre obter mais e o tempo esgota-se a cada instante.
No final da cerimónia um repasto a condizer, ou não fosse a irmã do presidente dona de um dos mais prestigiados e antigos hotéis da nossa capital, tempo houve ainda para um momento cultural no decurso da refeição, com a actuação de um grupo de precursão cujo berço remontam à época da Expo 98 e que são agora uma escola viva deste tipo de arte, tudo planeado e executado a rigor.
Em jeito de remate e se como se costuma dizer “O hábito faz o monge”, pode ser que seguindo este e outros exemplos similares, donde se pode extrair muita coisa de positivo, alguém por aí comece a distribuir hábitos de planeamento, rigor, disciplina e controlo, por forma a que no nosso país floresçam exemplos de obras com substância e de matriz estruturante e para as quais valha a pena realizar inaugurações marcantes como a presente, assim saibamos todos nós perseguir os sonhos e torná-los realidade.
O governo vai acabar com as taxas moderadoras no sns para 2010. Estão a ver já o BE a trabalhar, ou não??
ResponderEliminar“O bacalhau e as águas”
ResponderEliminarMas que falta de originalidade, eis que surge mais um daqueles casos mediáticos na esfera da justiça e muitos protagonistas adormecidos voltam a saltar para a ribalta, a advogar esta ou aquela forma de lidar com a situação, então mas não existirão os órgãos competentes ? Ou não serão porventura suficientemente competentes ?
Existem pois, e estes protagonistas não terão mais o que fazer do que de vez em quanto surgir para meter a foice em seara alheia ? Ainda se daqui resultasse um contributo para a melhoria do sistema, mas não habitualmente como surgem logo se dissipam numa cortina de fumo, não sei se branco se negro. Ou só procuram protagonismo a troco de um pseudo esclarecimento por vezes desnecessário ?
Melhor seria se cada um na sua esfera de competência se preocupasse em fazer progredir e melhorar aquilo que lhes diz respeito, os da educação na educação, os da saúde na saúde, os da justiça na justiça e assim por diante, e já agora os incompetentes melhor seria que ficassem dissimulados na cortina de fumo, pelo menos não causariam dano, nem contribuíram para a desinformação que por vezes graça.
Esta desinformação e este alimentar do debate sem conhecimento de causa, muitas das vezes até serve mais aos prevaricadores, que por esta via ganham tempo e conseguem fazer enredar os processos de tal maneira que no final em vez de uma condenação ainda se vêm a braços com uma choruda indemnização, mas que chatice !
Eu penso que melhor conselheira nestas situações seria a discrição, mas se a tanto não quiserem chegar pelo menos não se preocupem em demasia com estas temáticas das justiças e das injustiças, dos culpados e dos presumidos inocentes, pois nós já estamos todos muito habituados a que se passem uns bons pares de anos até que nada se resolva, ou melhor até que tudo fique em águas de bacalhau.
“Muros ou paz”
ResponderEliminarSanta ingenuidade esta de comemorar e meter comemoração pelos olhos dentro de todos nós a propósito da queda de um muro, o muro de Berlim, quando em todo o mundo existem mais de uma dezena de muros, recentemente construídos uns e outros ainda em construção, será que nos querem vender o ideal de democracia sanitária, enquanto nos tentam esconder a porcaria que por aí vai.
Só para citar a título de mero exemplo, alguns dos muros em construção, na Índia está a ser erigido um, com mais de 3 000 quilómetros, para separar este país do Bangladesh, alegadamente, para impedir a imigração ilegal proveniente do país vizinho. Pelos vistos as razões também passam por questões religiosas e pelo terrorismo islâmico.
Um outro está a ser erigido, nos EUA, na fronteira com o México com o pretexto de impedir a entrada de imigrantes ilegais, sobretudo mexicanos e centro-americanos e que se tornou já numa fonte de horrores, de sofrimento e de morte para as populações pobres do sul, onde 3 000 cruzes junto ao muro recordam os imigrantes falecidos.
Está também em fase avançada de construção, o muro entre Israel e a Palestina, três vezes maior que o de Berlim e duas vezes mais alto, que confiscará parte das terras da Cisjordânia e deixará os palestinos fechados e fragmentados em três cantões principais subdivididos em diferentes regiões incomunicáveis.
Existe ainda uma nova modalidade, agora nas cidades da América do Sul, do qual o muro do Rio de Janeiro é o exemplo mais recente, aqui com o pretexto de conter a expansão das comunidades e proteger a floresta nativa restante, quando toda a gente sabe a destruição que está em curso nessa mesma floresta.
Estes são só um punhado de exemplos das dezenas possíveis que folheando as páginas virtuais da net se podem encontrar e que nos devem fazer meditar, independentemente das boas razões que assistem a todos os mandantes destas obras, que esquartejam territórios e semeiam sizões entre povos e populações, se será esta política de construção de muros que agudiza tensões e ódios que se deve fomentar ou se pelo contrário será preferível investir esforços numa outra via de diálogo e conciliação, com vista à obtenção da paz.
A Cultura e a Corrupção
ResponderEliminarQualquer um pode ser bom no campo. Lá não há tentações. É por isso que as pessoas que não vivem na cidade são tão terrivelmente bárbaras. A civilização não é de modo nenhum uma coisa fácil de atingir. Há duas maneiras de um homem a alcançar. Uma é pela cultura e outra é pela corrupção. As pessoas do campo não têm qualquer oportunidade de praticar nenhuma delas e, por conseguinte, estagnam.
Oscar Wilde, in "O Retrato de Dorian Gray"
“Flexi sem segurança à portuguesa”
ResponderEliminarA ministra do trabalho, não exclui que no futuro a legislação laboral venha a incluir algumas regras da flexisegurança, afirmação hoje veiculada pela nossa imprensa escrita, sendo esta uma estratégia aplicada nos países nórdicos, que permite por exemplo uma menor rigidez nos horários de trabalho, e fez bem em afirmá-lo utilizando a expressão algumas regras.
Algumas que serão aquelas que um país pobre como o nosso poderá por em prática, por contraste com os países nórdicos onde o conceito se pode aplicar na sua plenitude, ou seja o trabalhador dá um pouco mais de si, em termos de adaptabilidade ao que se sabe são os mercados de hoje em dia e o estado dá mais um pouco quando por algum motivo é necessário, digamos que é uma troca de suor por algum conforto extra.
Senão vejamos, quando nalgum desses países um casal tem um filho, um deles tem o direito de optar por ficar em casa até que o mesmo dê entrada no sistema de ensino obrigatório, público e tendencialmente gratuito, a partir dos três anos de idade, auferindo de uma remuneração considerável, posso dizer que na Dinamarca por exemplo ultrapassa o triplo do nosso salário mínimo, estaria o nosso pobre país em condições de suportar tal medida ?
Existe também um sistema de apoio no desemprego, ou em condições de lay-off como agora se aplica devido à crise, que apoia monetariamente com subsídios de valor considerável e por períodos muito mais dilatados que aqui, disponibilizando também em paralelo mecanismos de apoio efectivo na procura de soluções alternativas em caso de desemprego, estaria o nosso pobre país em condições de suportar tal medida ?
Para quem quiser conhecer mais em detalhe a legislação aplicada nesses países ela está disponível, estas foram apenas breves notas, para concluir que fez bem a Sra.ministra ao aplicar as expressões “algumas regras” e “menor rigidez nos horários de trabalho”, pois essa é a parte que seguramente poderemos implementar, sai do lado do suor, quanto às contrapartidas que sairiam do lado do conforto extra já não estou tão seguro que um país como o nosso tenha condições para as colocar em prática, e então para não dar azo a confusões, até porque os países nórdicos titulares de tal sistema poderiam não gostar, melhor seria que ao fazermos uso da sua aplicação parcial lhe alterássemos o nome para flexi sem segurança à portuguesa.
“100 anos”
ResponderEliminarApesar das minhas noites não andarem assim tão descansadas, devido ao mano mais novo, decidi aceitar o desafio proposto por Jimmy Cobb e a sua so what band, e embarquei a bordo do concerto comemorativo do cinquenta anos do lançamento da primeira edição do disco Kind of Blue de Miles Davis.
Neste concerto intitulado Kind of Blue @ 50, Jimmy Cobb, único elemento da formação original, e a sua so what band não deixaram créditos por mãos alheias na interpretação daquele que é tido por muitos, e não apenas os amantes do jazz, como o melhor álbum de sempre, ele que passados cinquenta anos continua a vender qualquer coisa como cinco mil cópias semanalmente, é obra.
Na base de todos os temas esteve sempre presente o piano, magistralmente teclado por Larry Willis, o contrabaixo de tom altivo e com variações permanentes pelas mãos de Buster Williams e o ritmo sempre vincado pela bateria do próprio Jimmy Cobb, sobrepondo-se, a espaços, em magníficas interpretações os metais, ora a solo, ora em duo ou trio, pelo trompete de Wallace Roney, o sax tenor de Javon Jackson e sax alto de Vincent Herring.
Foi uma viagem de permanente emoção, bem marcada pelas constantes variações típicas deste tipo de música, quais poços de ar e turbulências várias, ou não estivéssemos a escutar jazz e do melhor, em que não faltaram os característicos solos, que arrancaram todos eles unânimes ovações do público, no final um encore com mais uma interpretação magnífica como a que a antever aterragem isenta de sobressaltos, pena é que não tivéssemos ficado mais tempo no ar.
Pela minha parte só espero que daqui a cinquenta anos, quando subir a bordo, para assistir ao concerto comemorativo dos cem anos, Kind of Blue @ 100, tenha tido umas noites melhor dormidas, pois por essa altura já o mano mais novo terá cinquenta e um anos.
“A primeira curva”
ResponderEliminarPela primeira vez e após cinco audiências pedidas e não atendidas na anterior legislatura, a CNIPE, Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, leva agora à nova ministra as suas preocupações e propostas para a educação em Portugal, é um facto extraordinário e que a mim cidadão anónimo não me deixou indiferente.
Cidadão anónimo, mas com filhos para educar e que acha incompreensível que quando se discute o sistema de ensino se fale de tudo menos da razão primeira e para a qual o sistema existe, os educandos, razão pela qual o envolvimento das associações representantes do pais, entre outras, me parece de vital importância para a melhoria de qualquer sistema dinâmico como o presente, em que eu penso todos contam.
Eu penso e vejo que pela sua actuação, a actual ministra da educação também como eu pensa que é importante estar na posse de todos os dados, para tomar as decisões de forma sustentada e com a rapidez que um sistema dinâmico e em constante mutação exige, sem cair no erro anterior de apontar a um alvo, qualquer que ele seja e deixar que o sistema evolua por si só, sem controlo, pois o seu dinamismo intrínseco a isso leva.
È pois por isso muito melhor ter uma ministra que está na frente e envolve os outros, do que uma ministra que está dentro, ao lado, atrás, ou não sei onde e se vê envolvida por um turbilhão de acontecimentos que o sistema por ser dinâmico nunca poderia ter deixado de gerar, penso pois que este novo formato é sempre desejável e irá permitir o controlo da evolução do sistema e imprimir-lhe aqui e acolá as pequenas melhorais de que o mesmo carece.
Pequenas melhorias pois que todos os ingredientes já lá estão, não se pense que vai haver nova pedagogia, novas políticas, novos professores, novos funcionários, novos pais ou mesmos novos alunos, não, todos já lá estão e a todos compete melhorar um pouco, mas a principal diferença aqui reside no envolvimento e participação de todos que só uma nova e diferente condução deste complexo processo permitirá, e penso que neste arranque está de parabéns a nova ministra pois saiu na frente após a primeira curva.
Escrevam qualquer coisa. Hoje já é dia 13. A última notícia foi há mais de uma semana... a malta gosta dos vossos artigos. Escrevam lá.
ResponderEliminar“Portugal - Bósnia”
ResponderEliminarLogo vamos assistir a mais um jogo da nossa selecção, desta feita com a Bósnia, jogo entre duas equipas com onze jogadores de cada lado a correr atrás de uma bola, com o objectivo de a introduzir no interior de um espaço confinado por dois postes, uma trave e atrás por um rede, parece simples e é.
É simples mas também se pode tornar complexo e por vezes até violento, mas esses sentimentos não vêm do objecto do jogo em si, mas daquilo em que as pessoas o tornam, porque o mal ou o bem está mas nossas cabeças, conforme sejam os objectivos que nos orientam.
Mas simples é também a resposta que eu ouvi de um bósnio residente em Portugal há vários anos entrevistado pela Antena 1, em resposta à pergunta “Sendo o senhor de nacionalidade bósnia, mas a residir em Portugal por quem vai torcer ?”, ao que saiu, “Sabe minha senhora eu vou só ver o jogo e aquele que jogar melhor leva a minha simpatia”.
Será possível que aquilo que nos divide, possa servir para nos unir e vice-versa, creio que sim basta olhar de forma diversa e buscar pontos de conflito, ou pontos de comunhão, vão ver que os vinte e dois jogadores vão dar o seu melhor durante os noventa minutos, provavelmente uma equipa sairá vencedora, mas vão todos acabar unidos e em são convívio, mais que não seja pelo que os une, o futebol.
E é assim também desta forma que eu em solidariedade para com este compatriota bósnio, mas também português, e compartilhando com ele esta ideia de união, em torno deste jogo simples que é o futebol, que eu vou também só ver o jogo e já agora que ganhe quem marcar mais golos.
“Já não seremos humanos”
ResponderEliminarMorreu recentemente com 100 anos Claude Lévi-Strauss, ele que afirmava numa das suas obras "O Pensamento Selvagem" (1962), não haver uma verdadeira diferença entre o pensamento primitivo e o moderno, o que até parece ser verdadeiro embora não possa ser visto de forma linear, pois houve outras formas de pensar noutras tantas civilizações bastante evoluídas que sem se saber bem como entretanto se extinguiram, ou foram sendo extintas.
Se traçarmos a linha recta entre as civilizações primitivas e essas outras civilizações entretanto extintas de forma mais ou menos misteriosa, diríamos que teria havido desenvolvimento tecnológico e evolução na forma de pensar, se outra linha recta fosse traçada desse ponto até às civilizações modernas diríamos que continuou a existir desenvolvimento tecnológico mas que terá havido regressão na forma de pensar.
E é este parêntesis que faltava fazer para validar aquela teoria de CLS, o desenvolvimento tecnológico sempre foi uma constante das nossas sociedades, mas a evolução na forma de pensar sempre foi sendo aniquilada, normalmente pelas tais sociedades mais primitivas, às quais o desenvolvimento tecnológico interessava, mas a evolução na forma de pensar era vista como uma ameaça, daí que tenhamos chegado aos nossos dias no tal ponto em o pensamento moderno converge no pensamento primitivo.
E assim se atingiu esta modernidade tecnológica de pensamento primitivo em que todos observamos o definhar da sociedade e dos seus valores a cada dia, mas em que parece também não haver ninguém com capacidade para inverter este estado de coisas, isto porque a evolução na forma de pensar continua e continuará a ser vista como uma ameaça que importa travar a todo o custo e o desenvolvimento tecnológico parecer não ter fim.
E é aqui neste ponto que temos que procurar o equilíbrio, tentando contrariar os interesses instalados que nos querem primitivos na forma de pensar, mas rodeados da mais bela tecnologia, porque a continuar assim iremos desembocar na sociedade hiper-tecnológica mas em que provavelmente já nem sequer pensamos, em que todos os valores humanos estarão definitivamente perdidos, seremos também nós nessa altura produtos da tecnologia em que nos deixámos afogar, mas seguramente já não seremos humanos.
Desde odia 2 sem publicarem um artigozinho?
ResponderEliminarVá lá. contem qualquer coisa,do tio, do sobrinho ou da nossa terra.
Gostamos dos vossos textos!
As carroças do passado
ResponderEliminarcom um jumento diligente
ainda vão a muito lado !
Já com um asno mandrião,
as carretas do presente
jamais saem de onde estão.
E não falta diligência
aos que ao serviço do Povo
aprenderam a trabalhar !
Mas falta-lhes a paciência
pr'a ver tanto burro novo
que não faz senão zurrar.
“Já não merecemos viver”
ResponderEliminarTeve lugar em Roma esta semana uma cimeira sobre segurança alimentar onde várias dezenas de dirigentes mundiais se fizeram representar para decidir sobre a erradicação da fome no mundo e dizem eles contam fazê-lo tão rápido quanto lhes seja possível.
Ou seja esses mesmos governantes recusaram fixar 2025 como data limite para a total erradicação da fome no mundo, quando cerca de 6% do orçamento bélico desses mesmos países seria suficiente para cumprir aquele desígnio num prazo bastante mais curto.
Isto representa o total desprezo pelo mais básico direito do ser humano, o direito à vida, por um grupo onde estão representados os mais poderosos do planeta e as organizações que supostamente têm por missão defender as populações mais carenciadas.
Esta situação é agravada pelo facto de os mesmos não terem tomado uma posição quanto à fixação do preço dos cereais, bem alimentar mais comum para acorrer a estas populações, deixando a sua fixação nas mãos da especulação, que pela ganância do homem chega assim aos bens alimentares.
Tomou-se claramente uma opção pela condenação à morte de milhares de seres humanos, quando se poderia ter optado por condená-los à vida, não será este um gigantesco genocídio do qual ninguém fala ? Mas enquanto branqueado desta forma, ainda serve para retirar dividendos políticos ?
Não me convencem, pois se a nossa opção é esta quando sabemos que a cada seis minutos morre de fome uma criança no mundo, se a nossa opção é deixar morrer e de uma forma deliberada alargando o prazo para solucionar o problema até nunca mais, então já não merecemos viver, pelo menos já não merecemos viver de consciência tranquila.
Nota : confesso que me teria sido mais fácil ignorar este assunto do que escrever sobre ele, talvez dessa forma pudesse estar de consciência mais tranquila, mas ele é por demais ignóbil para puder ser ignorado, talvez uma estrofes do Sérgio para amenizar a coisa “Ah que estou arrependido, de ter feito e de ter tido, ai coração, ora seja, como a que ouvi na igreja, mea culpa, mea culpa, minha máxima desculpa, é ter vindo p´ro presente, conservado em aguardente”.
Nada novo?
ResponderEliminarVá lá façam 1 forcinha k já não é sem tempo.
“Evolução das espécies”
ResponderEliminarSabe-se que a princípio, não existiam seres vivos possuidores de coluna vertebral. Antes do surgimento dos primeiros vertebrados milhões de anos se passaram na história da evolução. Os primeiros a aparecer tinham a forma de peixe, e somente milhões de anos após é que os primeiros anfíbios passaram a existir, e depois vieram os répteis, pássaros e mamíferos.
Após milhões de anos, a aparência de animais e plantas ficou bem diferente do que era. Aqueles que se desenvolveram melhor, foram os que tiveram a chance de se adaptar as inúmeras mudanças que ocorreram no nosso planeta. Esta teoria desenvolvida por Charles Darwin é hoje aceite no seio da comunidade científica internacional e contem inúmeros outros conceitos ainda com potencial de estudo e desenvolvimento.
E seguindo esta linha de raciocínio e trabalho complementar dessa mesma comunidade científica, sobre a discussão e até de adaptação a mutações mais recentes das sociedades que continuam a ocorrer após o desaparecimento do seu autor, e embora Darwin não o tenha na altura explicado, talvez por falta de tempo ou de dados mais concretos, sabe-se hoje que existem inúmeros casos particulares possíveis de explicar à luz da sua teoria no sentido lato.
Um deles veio esclarecer uma dúvida que sempre me assaltou e que era o facto que existirem alguns de nós que são de famílias reais, vulgarmente designados por possuidores de sangue azul, e hoje à luz do desenvolvimento desta teoria, sabe-se que aquela categoria de seres humanos evoluiu a partir da tainha realis, tendo ao longo do tempo conseguido conservar a sua característica de realeza que os distingue até aos nossos dias.
Um outro caso já hoje sobejamente documentado e comprovado tem origem na descendência da tainha flexibilis adaptabilis coruptibilis e que deu origem a uma classe de seres nossos semelhantes com grandes capacidades para ocupar altos cargos na chefia do estado ou em grandes empresas públicas e por vezes também em pequenas empresas satélite, sendo que quando não estão no poder povoam em grande número os círculos das assembleias eleitas pelos seres comuns, que se sabe hoje terem evoluído da tainha votantis memoris curtis, que como o próprio nome indica era provida de uma memória limitada e muito volátil.
Quanto à tainha clepotomanis existem dados que apontam terá dado origem as seres que hoje são presidentes de países possuidores de grandes riquezas naturais, donos de imensas fortunas e com povos imensamente pobres que terão evoluído da tainha sofribilis ignorabilis, que como o próprio nome indica nasceram para sofrer e ser ignorados por todos.
Mas como nem tudo são más notícias sabe-se agora que a tainha honradis honorabilis e que se julgava extinta há milhares de anos, terá evoluído e terão chegado aos nossos dias alguns seres que tentam preservar os valores básicos da vida em sociedade, mas que por não serem talvez ainda em número suficiente têm tido uma tarefa bastante complicada, mas que no entanto nos deixa a nós todos, seres que evoluímos da tainha inertis obesvatoris, ainda alguma esperança de evolução.
“Chiclete”
ResponderEliminar“E como tudo o que é coisa que promete
A gente vê como uma chiclete
Que se prova, mastiga e deita fora, sem demora
Como esta música é produto acabado
Da sociedade de consumo imediato
Como tudo o que se promete nesta vida, chiclete”
Quem não se lembra deste excerto da letra de uma música do grupo Taxi no seu 1º álbum de 1981, parece bastante mais actual agora que a sociedade de consumo parece ter entrado numa espiral de aceleração sem precedentes e em que a respostas imediatas são como o mascar da dita, logo o sabor se vai.
Eu pessoalmente nunca acreditei em respostas imediatas e com o passar dos anos cada vez acredito menos, mas verifico que nesta sociedade chiclete existem imensas respostas imediatas, basta ver televisão e todos os dias nos são apresentadas sob a forma das desgraças que nos rodeiam, basta frequentar o centro comercial e todos os dias nos são apresentadas sob a forma da nova colecção Outono/Inverno, são no entanto respostas que não me satisfazem.
Mas tenho que vos dizer que compreendo perfeitamente quem se sentir satisfeito e realizado com este tipo de respostas, pois sei o quanto é longo e penoso o caminho em busca de respostas não imediatas e para mais correndo o risco de que as mesmas nunca venham a ser alcançadas.
E é sobre trajectos desse caminho que vos quero deixar com dois episódios recentes, curiosamente ambos passados em Évora, linda cidade património da humanidade, que desde muito novo visitava pela mão de meus pais e onde porventura é possível encontrar muitas respostas.
Num fim de semana recente em que frequentei uma formação para chefias, no Seminário Maior desta cidade, foi-nos proposto o seguinte jogo que achei extraordinário, fomos convidados a seguir um percurso pelos claustros onde ao longo do mesmo nos eram apresentadas várias imagens sempre com a pergunta “Onde está o chefe ?”, mas em que a resposta em face da imagem não era consensual e no final do percurso foi-nos apresentada então a imagem representativa do chefe, era um espelho em cada um se via a si mesmo, isto para dizer o quê, que as verdadeiras respostas vêm de dentro de nós mesmos, ninguém no-las pode dar.
Neste mesmo fim de semana em que frequentei um estágio internacional de artes marciais, na Arena de Évora, bonito recinto que ainda não conhecia com esta nova roupagem, tive a feliz possibilidade de conhecer, entre muitos outros, um praticante Inglês de Jutsu com 68 anos, que pratica há 56 anos, 21 dos quais no Japão onde procurou respostas e vejo que as terá alcançado, pois a convicção com que fala e o poder e eficácia dos seus golpes que pude comprovar é de facto impressionante, tendo eu no entanto ficado com dúvidas se será aquele o verdadeiro caminho, isto para dizer o quê, que por vezes as respostas que servem a uns não serão as mesmas que servem a outros.
Faço pois votos para que todos encontrem as suas respostas, alertando no entanto todos aqueles que buscam respostas não imediatas que poderão nunca vir a alcançá-las, mas podendo por outro lado garantir a todos os que procuram respostas imediatas que as podem encontrar garantidamente, seja na televisão, no centro comercial ou na chiclete.