sábado, 31 de outubro de 2009

Comunicado

O Bloco de Esquerda acaba de eleger, pela primeira vez, um deputado municipal, um menbro na Assembleia de Freguesia da Comporta e, por uma margem razoavelmente curta, por pouco não elegeu uma vereadora. Estes resultados deixam-nos, naturalmente, satisfeitos.
Está de parabéns o Bloco, e estão especialmente de parabéns todos os que votaram BE, os que em nós depositaram a sua inteira confiança. Está de parabéns a candidata à Câmara Municipal - Ana Penas -que, apesar de não ter sido eleita, continuará a não correr sozinha. E até os cerca de 8% que tendo votado BE nas legislativas, se deixaram levar no engodo do voto útil no PS ou na CDU locais.
Mas, antes de tudo, está de parabéns o povo do concelho de Alcácer.
Porque com o Bloco de Esquerda, Alcácer ganhou um novo alento, uma nova força, que não está comprometida com as nódoas da gestão autárquica do passado. Que quase todos sabemos quais foram.

O que implica, pois, a eleição destes representantes do BE?

Implica o compromisso intransigente, à revelia de quaisquer interesses particulares, com o bem-estar e os direitos da população do concelho. Sem cedências a favorecimentos ou a acordos obscuros e duvidosos, que só beneficiam uns quantos em detrimento da maioria. Sem pactuar com tudo aquilo que não signifique transparência. Doa a quem doer.
Ouviremos com reglaridade, a população de todas as freguesias do concelho, onde nos deslocaremos para os "Encontros em Bloco".
Apresentaremos, nos orgãos autárquicos onde fomos eleitos, as nossas propostas de acordo com o nosso programa e os compromissos que nele assumimos, acrescidas de outras que a população nos for transmitindo.
E estaremos permanentemente atentos ao sentido de toda e qualquer proposta dos partidos políticos e autarcas do concelho: SIM ás que no entender do Bloco, beneficiem a maioria da população; NÃO a todas as que suscitarem dúvidas. Venham as propostas de que partido vierem.
Sabemos que o resultado destas eleições, em Alcácer, fez cair sobre nós a tremenda responsabilidade de, eventualmente, nos caber a última palavra em algumas questões decisivas . Estamos dispostos e preparados para a assumir. Mas ninguém conte com o Bloco para "negociatas" à margem dos interesses legitimos do concelho.

Alcácer pode contar com o Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda está cá para mudar e fazer diferente.
Na Assembleia Municipal para fazer aprovar as nossas propostas, e fiscalizar a acção do executivo. Na freguesia da Comporta para conduzir a população à sua verdadeira participação no pode local.
Estaremos em permanência junto das populações de todo o concelho na defesa dos seus interesses e na denúncia das arbitrariedades que aí poderão vir.

Em BLOCO vamos lá!

2 comentários:

  1. “O Executivo deveria ser”

    Não tenho a menor dúvida, o executivo deveria ser e não parecer, embora também e como à mulher de César, a qualquer executivo não baste apenas ser, terá também que parecer, sob pena de perder a credibilidade com que foi investido em tão nobre acto como aquele que é uma eleição, no tão digno regime democrático.

    Eu diria mesmo que a qualquer executivo não bastará apenas ser e parecer, terá também que saber honrar, honrar um compromisso que fez com o povo anónimo que nele confiou e que dele espera mais do que o simples desbaratar de tempo e energia a discutir uma simples matemática de trazer por casa.

    Eu diria mesmo que a qualquer executivo não bastará apenas ser, parecer e honrar, terá também que ter a inteligência, inteligência suficiente para que as simples questões matemáticas, uma ciência exacta tão ao alcance de qualquer computador, possam ser ultrapassadas quase que de forma imediata.

    E para quê ? Para que simplesmente não se fiquem por essas simples discussões e possam utilizar a energia e inteligência para alcançar os nossos sonhos, não sendo demais lembrar que nossos significa de todos e não só de alguns, pois os executivos executam para todos e o que o futuro é daqueles que tiverem a capacidade de o sonhar.

    Não só de o sonhar como de posteriormente ligar esse sonho à acção, pois também não será demais lembrar que o executivo é o órgão que executa, logo que transpõe as barreiras que se interpõem entre o presente e o futuro sonhado, materializando dessa forma as esperanças de todos os que ao votar sonharam, mas que depois não têm esse poder de executar.

    E se os poderes hoje em dia parecem ser cada vez mais herméticos, incapazes de sonhar e alheados das reais necessidades de quem sonhou e votou, eu diria que o executivo para além de ser, de parecer, de honrar, de actuar de forma inteligente, de executar, deveria ter a capacidade de em permanência escutar quem votou e sonhou, quem sabe dessa forma continuaria ligado às suas origens e assim se trilhasse o caminho certo.

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  2. O Poema Original

    Original é o poeta
    que se origina a si mesmo
    que numa sílaba é seta
    noutra pasmo ou cataclismo
    o que se atira ao poema
    como se fosse ao abismo
    e faz um filho às palavras
    na cama do romantismo.
    Original é o poeta
    capaz de escrever em sismo.

    Original é o poeta
    de origem clara e comum
    que sendo de toda a parte
    não é de lugar algum.
    O que gera a própria arte
    na força de ser só um
    por todos a quem a sorte
    faz devorar em jejum.
    Original é o poeta
    que de todos for só um.

    Original é o poeta
    expulso do paraíso
    por saber compreender
    o que é o choro e o riso;
    aquele que desce à rua
    bebe copos quebra nozes
    e ferra em quem tem juízo
    versos brancos e ferozes.
    Original é o poeta
    que é gato de sete vozes.

    Original é o poeta
    que chega ao despudor
    de escrever todos os dias
    como se fizesse amor.

    Esse que despe a poesia
    como se fosse mulher
    e nela emprenha a alegria
    de ser um homem qualquer.

    Ary dos Santos, in 'Resumo'

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