domingo, 8 de janeiro de 2012

Bloco recomenda ao Governo a reposição das paragens do intercidades em Setúbal e Alcácer



O distrito de Setúbal tem vindo a sofrer sucessivas supressões do serviço de transporte ferroviário, deixando uma série de localidades a sul do distrito de Setúbal e no litoral alentejano sem qualquer alternativa de mobilidade. Recorde-se que, após a modernização da Linha do Sado, o serviço regional de ligação a Tunes tem sido consecutivamente alterado, com o encurtamento do seu percurso, culminando, agora, na sua erradicação total.
O Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia da República um Projecto de Resolução para a reposição dos locais de paragem do serviço Intercidades nas cidades de Setúbal e Alcácer do Sal, bem como a restituição do serviço regional que ligava Barreiro a Tunes.
A 1 de Dezembro de 2011, a CP anunciou as alterações de horário e modelo de exploração do serviço ferroviário de passageiros da Linha do Sul, alegadamente “com o objectivo de gerar condições de atractividade e sustentabilidade do transporte ferroviário” na região. Assim, foi suprimido o serviço regional na ligação entre Setúbal e Tunes e alterado o percurso e locais de paragem do serviço Intercidades Lisboa-Faro.
Estas decisões, tomadas à margem dos interesses das populações, são o espelho do desrespeito revelado pelos sucessivos governos PS, PSD e CDS/PP pela preservação e valorização da ferrovia como elemento essencial para o desenvolvimento económico e social do país. De facto, as opções governativas têm apontado no sentido inverso e são demonstrativas da ausência de um plano estratégico de longo prazo que coloque o transporte ferroviário como aposta fundamental no actual momento de recessão económica, onde a taxa de desemprego atinge o valor mais elevado dos últimos cem anos.
A decisão de supressão das paragens do serviço Intercidades em Setúbal e Alcácer do Sal tem como consequências evidentes o aumento do tempo total das deslocações, o incremento do seu custo para os utentes, a que acresce a transferência de uma parte dos passageiros para as empresas de transporte público rodoviário privadas, bem como para o transporte individual privado, cujos custos ambientais, sociais e económicos não podem, de todo, ser escamoteados.
O encerramento do serviço regional da Linha do Sul, aliado à supressão dos locais de paragem do serviço Intercidades, representa o fim de um património com quase 100 anos de vida, contribui, flagrantemente, para o atraso, empobrecimento e isolamento das regiões afectadas.
O Bloco de Esquerda considera que esta situação é intolerável e exige um sistema de acessibilidades sustentado que garanta a mobilidade, a preços justos, das populações do distrito de Setúbal, necessidade urgente para devolver às populações qualidade de vida.

Conhece aqui o projecto de resolução.

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