No âmbito das medidas de austeridade previstas para Portugal, FMI e União Europeia vão propor alterações no mercado da habitação em Portugal, prevendo substituir a casa própria pelo arrendamento. As medidas defendidas pelo FMI, no seu Relatório de Estabilidade Financeira Global, estavam já contempladas no PEC IV do Governo, que defendia também a liberalização das rendas, o fim dos incentivos fiscais à compra de casa própria e a facilitação dos despejos. O FMI vem agora defender o desincentivo à compra de casa própria, a promoção do arrendamento e a introdução de uma maior “dinâmica” nos preços. Assim, algumas das medidas defendidas pelo FMI passam pela reavaliação da dedução em sede de IRS dos juros da habitação, propondo a instituição um tecto máximo ou que seja apenas aplicada nos primeiros contratos de crédito para compra da residência principal. O Bloco opôs-se às medidas do PEC IV, agora também defendidas pelo FMI, nomeadamente no que refere à facilitação dos despejos e à liberalização das rendas. A este respeito, a deputada Rita Calvário justificou as posições do Bloco num artigo de Opinião.
“Beirão”
ResponderEliminarPortugal é único no mundo
É uma pequeníssima nação
Irá manter-se em recessão
Esquece e bebe um Beirão
Ganha um Porsche amarelo
Nunca vi automóvel tão belo
Põe qualquer um no chinelo
Podes acelerar prego a fundo
Deixas a recessão a milhas
Esqueces este país sem alento
E passeias de cabelos ao vento
Vai por mim sócio que brilhas
O Porsche e o Beirão com gelo
Far-te-ão esquecer tanto camelo.
Primeiro contacto técnico do FMI
ResponderEliminarpor FERREIRA FERNANDES
Hotel Tivoli? Daqui, do aeroporto, é um tiro... Então o amigo é o camone que vem mandar nisto? A gente bem precisa. Uma cambada de gatunos, sabe? E não é só estes que caíram agora. É tudo igual, querem é tacho. Tá a ver o que é? Tacho, pilim, dólares. Ainda bem que vossemecê vem cá dizer alto e pára o baile... O nome da ponte? Vasco da Gama. A gente chega ao outro lado, vira à direita, outra ponte, e estamos no hotel. Mas, como eu tava a dizer, isto precisa é de um gajo com pulso. Já tivemos um FMI, sabe? Chamava-se Salazar. Nessa altura não era esta pouca-vergonha, todos a mamar. E havia respeito... Ouvi na rádio que amanhã o amigo já está no Ministério a bombar. Se chega cedo, arrisca-se a não encontrar ninguém. É uma corja que não quer fazer nenhum. Se fosse comigo era tudo prà rua. Gente nova é qu'a gente precisa. O meu filho, por exemplo, não é por ser meu filho, mas ele andou em Relações Internacionais e eu gostava de o encaixar. A si dava-lhe um jeitaço, ele sabe inglês e tudo, passa os dias a ver filmes. A minha mais velha também precisa de emprego, tirou Psicologia, mas vou ser sincero consigo: em Junho ela tem as férias marcadas em Punta Cana, com o namorado. Se me deixar o contacto depois ela fala consigo, ai fala, fala, que sou eu que lhe pago as prestações do carro... Bom, cá estamos. Um tirinho, como lhe disse. O quê, factura? Oh diabo, esgotaram-se-me há bocadinho.
“Paraíso fiscal”
ResponderEliminarTenho encontro c’a morte
E com os do fisco também
Assim não me vou dar bem
Era merecedor doutra sorte
Vou para um paraíso fiscal
Que é pr’a lá da vida eterna
Lá qualquer um se governa
Nunca ninguém se deu mal
Não digam à morte e ao fisco
Qual a minha nova morada
Assim não me cobram nada
E se um dia fôr descoberto
Com trezentos anos ou mais
Podem levar-me e aos metais.
“Santa Economia”
ResponderEliminarVivemos tempos extraordinários
Guiados por homens ordinários
Em breve habitarão em ossários
E também seus correligionários
Quem restará para nos iluminar?
Necessitamos de figura sem par,
Santa Economia vamos acreditar
Em tuas capacidades de nos guiar
Nosso futuro deixamos na tua mão
Governo e troika contigo negociarão
De acordo com tuas leis privatizarão
Seremos sem abrigo, a ti a habitação
Seremos analfabetos, a ti a educação
Os que não comprem saúde morrerão.
“Trinta e sete anos”
ResponderEliminarTrinta e sete anos Abril madrugada
Tudo bem espremido não resta nada
Nem cravo esquecido na espingarda
Assistimos ao passar duma cambada
Amanhã aperaltado eu falarei ao povo
E com palavras gastas eu me promovo
Que escolhi para não causar estorvo
A quem agora financia o estado novo
É que precisamos dos milhões da troika
Para alimentar os filhos da nação valente
E prosseguir nossa caminhada heróica
Rumo a mais dez anos de estagnação
Na avenida gritaremos energicamente
Troika ao poder para salvar esta nação.
Lluís Llach i Grande, conhecido como Lluís Llach, é um cantor e compositor catalão, nascido em Girona (Girona) no dia 7 de maio de 1948 , e cantando em catalão. Iniciou a carreira em 1965 , sendo um dos mais conhecidos cantores da designada Nova cançó catalã.
ResponderEliminarDe entre os seus maiores êxitos destaca-se o tema L'Estaca, de 1968 , um hino da resistência ao regime franquista, mais tarde adotado por outros movimentos. Um exemplo é o tema Mury , hino não-oficial do sindicato Solidarność, na Polónia de regime pró-soviético.
L'estaca Lluis Llach IES Sentmenat
http://www.youtube.com/watch?v=gxxkO9-EBkw
Jean Michel Jarre - Mury - Stocznia Gdańska SOLIDARNOŚĆ
http://www.youtube.com/watch?v=FVPJ01HsM2U
“Perfil”
ResponderEliminarTenho o perfil certo pr’a isto
Por mais que digam que não
Nem sequer ouçam a oposição
Votem em mim pr’a 1ºministro
Fui atingido por cabalas mil
Que mais ainda irão inventar?
No final ainda se vão retractar
Por assumirem postura tão vil
Votem em mim sem duvidar
Da minha enorme capacidade
Para a todos vocês governar
Como o detentor da verdade
Muitos andam cá para mamar
Eu estou na luta com seriedade.
“Não pagamos”
ResponderEliminarO melhor será não pagar
Para voltarmos a crescer
Diz quem parece saber
Daquilo que está a falar
Obrigado pela sugestão
Essa mesmo vou seguir
Já posso voltar a dormir
Não devo um único tostão
Senhores da troika abalai
Pois terminou a negociação
Aos quatro ventos espalhai
Aquela malta é dura de roer
Mesmo em decomposição
Prefere não pagar a morrer.