quinta-feira, 14 de abril de 2011

FMI quer casas mais caras!


No âmbito das medidas de austeridade previstas para Portugal, FMI e União Europeia vão propor alterações no mercado da habitação em Portugal, prevendo substituir a casa própria pelo arrendamento. As medidas defendidas pelo FMI, no seu Relatório de Estabilidade Financeira Global, estavam já contempladas no PEC IV do Governo, que defendia também a liberalização das rendas, o fim dos incentivos fiscais à compra de casa própria e a facilitação dos despejos. O FMI vem agora defender o desincentivo à compra de casa própria, a promoção do arrendamento e a introdução de uma maior “dinâmica” nos preços. Assim, algumas das medidas defendidas pelo FMI passam pela reavaliação da dedução em sede de IRS dos juros da habitação, propondo a instituição um tecto máximo ou que seja apenas aplicada nos primeiros contratos de crédito para compra da residência principal. O Bloco opôs-se às medidas do PEC IV, agora também defendidas pelo FMI, nomeadamente no que refere à facilitação dos despejos e à liberalização das rendas. A este respeito, a deputada Rita Calvário justificou as posições do Bloco num artigo de Opinião.

8 comentários:

  1. “Beirão”

    Portugal é único no mundo
    É uma pequeníssima nação
    Irá manter-se em recessão
    Esquece e bebe um Beirão

    Ganha um Porsche amarelo
    Nunca vi automóvel tão belo
    Põe qualquer um no chinelo
    Podes acelerar prego a fundo

    Deixas a recessão a milhas
    Esqueces este país sem alento
    E passeias de cabelos ao vento

    Vai por mim sócio que brilhas
    O Porsche e o Beirão com gelo
    Far-te-ão esquecer tanto camelo.

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  2. Primeiro contacto técnico do FMI

    por FERREIRA FERNANDES

    Hotel Tivoli? Daqui, do aeroporto, é um tiro... Então o amigo é o camone que vem mandar nisto? A gente bem precisa. Uma cambada de gatunos, sabe? E não é só estes que caíram agora. É tudo igual, querem é tacho. Tá a ver o que é? Tacho, pilim, dólares. Ainda bem que vossemecê vem cá dizer alto e pára o baile... O nome da ponte? Vasco da Gama. A gente chega ao outro lado, vira à direita, outra ponte, e estamos no hotel. Mas, como eu tava a dizer, isto precisa é de um gajo com pulso. Já tivemos um FMI, sabe? Chamava-se Salazar. Nessa altura não era esta pouca-vergonha, todos a mamar. E havia respeito... Ouvi na rádio que amanhã o amigo já está no Ministério a bombar. Se chega cedo, arrisca-se a não encontrar ninguém. É uma corja que não quer fazer nenhum. Se fosse comigo era tudo prà rua. Gente nova é qu'a gente precisa. O meu filho, por exemplo, não é por ser meu filho, mas ele andou em Relações Internacionais e eu gostava de o encaixar. A si dava-lhe um jeitaço, ele sabe inglês e tudo, passa os dias a ver filmes. A minha mais velha também precisa de emprego, tirou Psicologia, mas vou ser sincero consigo: em Junho ela tem as férias marcadas em Punta Cana, com o namorado. Se me deixar o contacto depois ela fala consigo, ai fala, fala, que sou eu que lhe pago as prestações do carro... Bom, cá estamos. Um tirinho, como lhe disse. O quê, factura? Oh diabo, esgotaram-se-me há bocadinho.

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  3. “Paraíso fiscal”

    Tenho encontro c’a morte
    E com os do fisco também
    Assim não me vou dar bem
    Era merecedor doutra sorte

    Vou para um paraíso fiscal
    Que é pr’a lá da vida eterna
    Lá qualquer um se governa
    Nunca ninguém se deu mal

    Não digam à morte e ao fisco
    Qual a minha nova morada
    Assim não me cobram nada

    E se um dia fôr descoberto
    Com trezentos anos ou mais
    Podem levar-me e aos metais.

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  4. “Santa Economia”

    Vivemos tempos extraordinários
    Guiados por homens ordinários
    Em breve habitarão em ossários
    E também seus correligionários

    Quem restará para nos iluminar?
    Necessitamos de figura sem par,
    Santa Economia vamos acreditar
    Em tuas capacidades de nos guiar

    Nosso futuro deixamos na tua mão
    Governo e troika contigo negociarão
    De acordo com tuas leis privatizarão

    Seremos sem abrigo, a ti a habitação
    Seremos analfabetos, a ti a educação
    Os que não comprem saúde morrerão.

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  5. “Trinta e sete anos”

    Trinta e sete anos Abril madrugada
    Tudo bem espremido não resta nada
    Nem cravo esquecido na espingarda
    Assistimos ao passar duma cambada

    Amanhã aperaltado eu falarei ao povo
    E com palavras gastas eu me promovo
    Que escolhi para não causar estorvo
    A quem agora financia o estado novo

    É que precisamos dos milhões da troika
    Para alimentar os filhos da nação valente
    E prosseguir nossa caminhada heróica

    Rumo a mais dez anos de estagnação
    Na avenida gritaremos energicamente
    Troika ao poder para salvar esta nação.

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  6. Lluís Llach i Grande, conhecido como Lluís Llach, é um cantor e compositor catalão, nascido em Girona (Girona) no dia 7 de maio de 1948 , e cantando em catalão. Iniciou a carreira em 1965 , sendo um dos mais conhecidos cantores da designada Nova cançó catalã.

    De entre os seus maiores êxitos destaca-se o tema L'Estaca, de 1968 , um hino da resistência ao regime franquista, mais tarde adotado por outros movimentos. Um exemplo é o tema Mury , hino não-oficial do sindicato Solidarność, na Polónia de regime pró-soviético.


    L'estaca Lluis Llach IES Sentmenat

    http://www.youtube.com/watch?v=gxxkO9-EBkw


    Jean Michel Jarre - Mury - Stocznia Gdańska SOLIDARNOŚĆ

    http://www.youtube.com/watch?v=FVPJ01HsM2U

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  7. “Perfil”

    Tenho o perfil certo pr’a isto
    Por mais que digam que não
    Nem sequer ouçam a oposição
    Votem em mim pr’a 1ºministro

    Fui atingido por cabalas mil
    Que mais ainda irão inventar?
    No final ainda se vão retractar
    Por assumirem postura tão vil

    Votem em mim sem duvidar
    Da minha enorme capacidade
    Para a todos vocês governar

    Como o detentor da verdade
    Muitos andam cá para mamar
    Eu estou na luta com seriedade.

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  8. “Não pagamos”

    O melhor será não pagar
    Para voltarmos a crescer
    Diz quem parece saber
    Daquilo que está a falar

    Obrigado pela sugestão
    Essa mesmo vou seguir
    Já posso voltar a dormir
    Não devo um único tostão

    Senhores da troika abalai
    Pois terminou a negociação
    Aos quatro ventos espalhai

    Aquela malta é dura de roer
    Mesmo em decomposição
    Prefere não pagar a morrer.

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