segunda-feira, 31 de maio de 2010

Assembleia Municipal de 27 de Maio

A Assembleia Municipal aprovou na última sessão (27 de Maio) o Regulamento e Tabela de Taxas do Município.
Depois de dois chumbos sucessivos das Taxas, o executivo foi obrigado a negociar com as oposições. Percebeu que o diálogo é uma prática indispensável à Democracia?!
Durante o processo negocial, o Bloco de Esquerda conseguiu introduzir alterações significativas no Regulamento, nomeadamente, no que às isenções diz respeito. Foi suprimida a alínea que beneficiava as Instituições Católicas pelos simples facto de serem… Católicas! E valorizadas as Instituições Culturais que agora podem passar a usufruir dos mesmos benefícios que as demais associações. Foi, igualmente, por proposta do Bloco de Esquerda que os mecanismos de controlo das isenções foram reforçados. Assim, as pessoas singulares para requerem isenções passam a ter que apresentar, para além da declaração do IRS, uma certidão de bens emitida pelas finanças. O poder de decisão sobre esses requerimentos deixa, agora, de ser de uma única pessoa, o vereador das finanças, para caber a um colectivo pluripartidário, a Câmara Municipal.
O executivo dialogou mas nem sempre foi capaz de honrar a sua palavra. Apesar de ter concordado em introduzir alterações no artigo que define os “casos especiais” passíveis de isenções indo ao encontro do propósito do Bloco de definir e estreitar estes casos especiais, para nossa surpresa, nenhuma alteração foi introduzida!
Perante esta insistência do executivo em manter indefinidos estes "casos especiais", este Regulamento não pode contar com o nosso voto favorável!


O Bloco de Esquerda é fiel aos seus compromissos. O mesmo não se pode dizer de todas as forças de Esquerda. O mesmo não se pode dizer da CDU!
A moção pelo “Pelo Fim do Precário nas Autarquias” foi apresentada pelo Deputado do Bloco na Assembleia de 30 de Abril de 2010 e aprovada por maioria com os votos favoráveis do BE e da CDU. Esta moção requeria a criação de uma comissão com o objectivo de analisar e dar provimento à integração dos trabalhadores precários no quadro das autarquias.
Pois bem, na Assembleia da última quinta-feira (27 de Maio) a CDU questionou a validade desta comissão e votou contra a sua constituição! O seja a CDU resolveu dar o dito por não dito, voltar com a palavra atrás e votar contra o que tinha aprovado!
Foi notório o incómodo de alguns deputados da CDU. Quanto a explicações para a sua “pirueta”, limitaram-se a dizer que o trabalho da comissão iria - imagine-se! – esvaziar o trabalho da delegação sindical do STAL! Convenhamos fraca e inoperante seria a delegação sindical que fosse ultrapassada por uma Comissão da Assembleia Municipal! Por acaso, ou talvez não, a delegação sindical do STAL é liderada por militantes do PCP! Será que o voto da CDU foi ditado, não pelos interesses dos trabalhadores precários, mas pela simples estratégia política do PCP?

No final da Assembleia, durante o período de intervenção do público, Ana Penas (reconhecida militante do Bloco de Esquerda) interpelou o executivo sobre a relação da autarquia com a empresa Rotas do Sal. Lembrou que a Rotas do Sal - a promotora da viagem durante a qual ocorreu lamentável acidente de 14 de Maio – ocupa um espaço na antiga Estação de Caminho de Ferro que lhe foi cedido pela Câmara Municipal em regime de comodato e, na internet, indica como sendo parte integrante da sua frota o galeão Pinto Luísa. O Vereador Gabriel Geraldo, apesar de afirmar que a câmara não tem qualquer relação contratual com a empresa Rotas do Sal, deixou transparecer como os Galeões tem sido repetidamente utilizados por empresas privadas sem qualquer contrapartida para a câmara municipal. Pelo contrário, com um evidente prejuízo para a autarquia que fornece combustível, paga o mestre da embarcação e o seu ajudante, e deixa que os privados aufiram lucros sem qualquer investimento. E pior um pouco se, como foi dito pelo Presidente Paredes, este procedimento já remonta ao mandato da CDU!
Será esta a gestão autárquica que queremos? Será aceitável este dilapidar dos recursos do concelho? Para o Bloco de Esquerda, Não!

29 comentários:

  1. Surge Janeiro frio e pardacento,
    Descem da serra os lobos ao povoado;
    Assentam-se os fantoches em São Bento
    E o Decreto da fome é publicado.

    Edita-se a novela do Orçamento;
    Cresce a miséria ao povo amordaçado;
    Mas os biltres do novo parlamento
    Usufruem seis contos de ordenado.

    E enquanto à fome o povo se estiola,
    Certo santo pupilo de Loyola,
    Mistura de judeu e de vilão,

    Também faz o pequeno "sacrifício"
    De trinta contos - só! - por seu ofício
    Receber, a bem dele... e da nação.

    JOSÉ RÉGIO, Soneto escrito em 1969 no dia de uma reunião de antigos alunos, tão actual então, como hoje...

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  2. Aumento no preço dos transportes obriga portugueses a usarem teletransporte do Star Trek

    Domingo, Maio 30, 2010, 10:00

    DR. SPOCK/RJC – O aumento no preço dos transportes públicos deixou os portugueses à beira de um ataque de nervos. Muitos estão em pânico por ter de apanhar um táxi em Lisboa, por exemplo – especialistas defendem que é mais seguro caminhar por uma estrada repleta de minas enquanto se faz malabarismo com cocktails molotov. São cada vez mais os utentes que optam por meios de transporte mais em conta como o teletransporte Star Trek, se bem que não é uma solução do agrado de todos, como nos confidenciou uma senhora que costuma bater palmas no programa do João Kleber: “Preferia o sistema antigo: é verdade que quando ia da Amadora para o Marquês de Pombal tinha de me levantar às 3:30 da manhã, apanhar dois autocarros, um ferry, o foguetão do Tintim, o comboio, um cessna e ser carregada por dois escravos. O teletransporte, pronto… pode ser mais rápido, mas isto de andar através do Star Trek causa-me muito transtorno: fico com pele de galinha e uma comichão na garganta muito chata!”

    http://prioradodeidiotas.com/oindesmentivel/seccoes/vida/aumento-preco-dos-transportes-obriga-portugueses-usarem-teletransporte-star-trek

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  3. QUEM NÃO OS CONHECER QUE OS COMPRE!

    Amigos ,então e se a comissão contra o trabalho precário conseguia,pela sua representatividade, resolver alguns dos problemas?!

    O problema das baralhações da CDU é que existem por ali muitos interesses obscuros! Já pensou, que com a criação dessa comissão contra a precariedade, e tendo uma ampla representação, o Passos perdia o protagonismo?
    A verdade é que não existe por parte da CDU vontade política para resolver os problemas dos trabalhadores precários nem de outros,assim têm sempre uma lutazinha para travar mesmo que não resolvam nada!
    Não se esqueça,que o Passos durante anos foi o responsável máximo da EMSUAS!Se ele estivesse interessado em metê-los no quadro tinha pelo menos tentado,mas o que eu ouvi, foi muitos trabalhadores revoltados,pois ao que parece o Passos agia pior que muitos patrões capitalistas.Era um Cão para alguns, muitos deles ficaram felizes quando ele perdeu o tacho.
    Ai meu amigo,eles são capazes de rifar a mãe para tirar dividendos materiais,não são dividendos políticos.

    ABRAÇOS

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  4. “Travessia do deserto”

    Certo dia um conhecido milionário decide fazer uma travessia pelo deserto, planeou tudo, comprou os melhores camelos, contratou os melhores guias, equiparam-se e lá partiram, só que não contavam com uma tempestade de areia fortíssima que a certa altura os deixou apeados e já em estado de alucinação, conta-se que o dito milionário terá a dada altura prometido o seu reino por um camelo, mas nada a fazer, existem ocasiões em que milhões ou tostões resolvem o mesmo.

    Hoje em dia nós desconhecidos contribuintes estávamos a fazer uma imposta travessia do deserto, não estava planeada mas aconteceu, não tínhamos os melhores contabilistas, não nos equipámos previamente mas cá íamos andando, só que não contávamos com um potente tornado vindo dos mercados financeiros norte americanos e já em estado de quase subnutrição, veio a solução, juntar todos os nossos tostões, perfazendo milhões para conseguir devolver a sanidade ao orçamento do reino.

    Como se vê as travessias do deserto, sendo estas voluntárias ou impostas, planeadas ou não, acarretam sempre situações imprevistas de risco elevado que podem comprometer de forma mais ou menos irreversível, todo um reino, um ou outro milionário, uns bons milhões, uns bons magotes de ilustres desconhecidos e seus tostões e não há muita coisa a fazer pois o ser humano é mesmo assim, só se lembra de Santa Bárbara quando troveja e no meio da tempestade a pobre não tem mãos a medir, tantas as solicitações.

    Certo dia um ilustre visionário decide ir passear ao deserto, comprou a passagem aérea, instalou-se num hotel de luxo à beira do deserto, rodeado dos mais iluminados homens de negócios e com os camelos que tinham ficado no reino em mente, precavendo o tempo que todos antecipavam longo até à chegada da bonança, decide aplicar uns milhões na aquisição de camelos de raça mais apurada e treinados com vista a dotar os camelos do reino de melhores meios com vista à próxima travessia do deserto.

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  5. “Vegeto-retroactivos”

    Não há que ter muitas preocupações, nós todos somos um pouco assim e agora com o evoluir da nossa sociedade, para uma sociedade coisistica e estética ainda menos temos que nos preocupar com este tipo de questões, pois logo à nascença hipotecamos todo o nosso futuro em função da esperança média de vida, com a vantagem de à medida que a esperança média de vida é actualizada podemos acrescentar um pouco à hipoteca.

    Senão vejamos, nascemos e os nossos pais fazem-nos uma conta poupança até à maioridade, para a qual o estado também contribui, o exercício é simples colocamo-nos vinte e um anos à frente e planeamos desse ponto para trás uma expectativa ao chegar lá, já com a compra da habitação é a mesma coisa colocamo-nos sessenta anos à frente e retroactivamente a partir desse ponto gastamos tudo numa bela mansão, mais uns trocos para a piscina e o carro.

    Com os países e os governos é a mesma coisa, com a vantagem de não sabermos bem a esperança média de vida de um país e assim podermos antecipá-la enorme, colocamo-nos nesse ponto bem lá à frente e planeamos o gasto que retroactivamente podemos realizar, já se aperceberam bem a quantidade de massa que isso coloca à nossa disposição, se calhar nem todos, mas alguns seguramente já.

    Daí que no limite seja fácil à humanidade e a partir de um ponto no infinito planear retroactivamente gastos também infinitos, a saldar em suaves prestações até esse instante, lá bem longe, logo e para quem já se apercebeu desta possibilidade real, seja possível planear e realizar por exemplo o TGV Caia, Poceirão, Faro, Marrakech, Cidade do Cabo e quem sabe num dos próximos campeonatos do mundo a realizar em Luanda a selecção já se desloque de comboio.

    Mas como nem tudo são rosas existe um pequenino reverso da medalha que é o facto de comprometermos desta forma os rendimentos da humanidade por um período alargado, o que na sociedade das coisas dir-se-ia até nem é um grande problema, pois estamos a investir precisamente em coisas, restamos nós que com este evoluir nos tornamos uma espécie ornamental tão necessária nesta sociedade também da estética, seremos portanto os futuros vegetais e poderá pensar-se que estamos a actuar vegeto-retroactivamente.

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  6. “Inquietude”

    Já ouvi chamar aos tempos actuais, tempos de irracionalidade e tempos de incerteza, mas ao ler escritos de outras eras sempre vi neles doses de incerteza e irracionalidade em menor ou maior grau, mas sempre presentes, na leitura dos acontecimentos mais recentes vejo sobretudo que estamos perante tempos de inquietude, em que nos deve assaltar nova necessidade de descoberta.

    Que melhor exemplo querem de irracionalidade do que construir naus e partir mar fora à descoberta de novos mundos, quando podíamos ter ficado aqui bem quietinhos no nosso canto à espera de um subsídio e que maior grau de incerteza podíamos tentar alcançar ao lançamo-nos numa epopeia desta dimensão, só mesmo tentar enriquecer no second life, pois não consta que alguém já o tenha conseguido.

    Eram já tempos de alguma inquietude os que nos impulsionaram em tamanha cruzada, pois só assim se justifica termos partido tentando espalhar a nossa verdade e escutando simultaneamente outras verdades, e se a inquietude relativa desses tempos nada era face à inquietude dos tempos actuais, o que nos faz ficar agora parados, absortos a escutar todas as mentiras daqui e de além mar.

    Só pode ser explicado à custa da nossa mais pura irracionalidade, pois antes não eram sequer as verdades dos outros que nos detinham em querer também espalhar a nossa verdade, quando agora as nossas próprias mentiras nos conseguem paralisar, vindo as mentiras dos outros apenas como um complemento das nossas.

    Mas se quando podíamos ter ficado quietinhos à espera do subsídio não o fizemos então agora que o tempo do subsídio está a chegar ao fim, não adianta ficar à espera dele, seria irracional e se a incerteza de enriquecer no second life é superior àquela que enfrentamos fazendo-nos ao mar será pois chegada a hora de uma nova epopeia, sem subsídio e sem enriquecimento fácil.

    É tempo pois de encetar uma nova caminhada, carregados de toda a nossa irracionalidade, de toda a incerteza que nos possa assaltar, mas movidos pela inquietude que os tempos presentes nos induzem, ignorando todas as mentiras que teimam em querer-nos vender e partindo à descoberta de todas as verdades ainda por descobrir.

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  7. “Führer”

    Führer, líder em alemão, o "condutor", "guia", "líder" ou "chefe", deriva do verbo führen “para conduzir” é uma palavra comum na língua alemã, embora permaneça para sempre associada a um período negro da história da humanidade, mas isso é passado que alguns até dizem nem ter existido, hoje a liderança é mais que nunca necessária e parece estarmos cada vez mais rodeados de não líderes.

    O tipo que dobrava colheres com a força da mente também só apareceu aquele e nunca mais apareceu nenhum, já com os líderes parece um pouco assim, escasseiam, mas isto de dobrar colheres e ser líder não é para quem quer, mas sim quem sabe e pode, por isso temos que continuar insistentemente na busca de quem melhor sirva para nos liderar.

    Existiu em tempos também aquele líder ao qual bastava olhar profundamente para os seus seguidores e sem quase ter que lhes dirigir palavra, estes entendiam na perfeição o que havia a realizar, mas também desta craveira não consta que mais algum tenha alguma vez aparecido, estamos pois a atravessar uma profunda crise no que às verdadeiras lideranças diz respeito.

    E não se pense que ser condutor, guia ou chefe, como na definição, são condições para bem liderar, nada disso, pode-se ser um bom chefe, um bom condutor e bom guia e não se chegar sequer aos calcanhares de um líder, e nunca se diga aquele tipo é um mau líder, isso não existe, líder ou se é ou não, e hoje em dia encontramos muito poucos ou nenhuns.

    Daí que estejamos rodeados de pseudo líderes ou não líderes, esses sim abundam por aí e até se atrapalham uns aos outros, com as constantes declarações para o nosso belo esclarecimento, por vezes até se atrapalham a eles próprios, pois dizem-se num dia e contradizem-se no outro, quais jogadores da bola que até se fintam a eles mesmos.

    Estamos pois e para já condenados a ser não liderados e também que as nossas colheres permaneçam direitas e intactas, mas talvez não por muito tempo, suspeito que um destes dias vamos ter uma grande surpresa pois ao abrirmos a gaveta dos talheres lá de casa ainda nos vamos deparar com as belas colheres do faqueiro de família todas torcidinhas.

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  8. “Ao jantar”

    A crise, ao jantar, foi ontem discutida entre Passos e Aznar, para primeiro veio um parmentier de pato confit com cèpes e morilles, emulsão de trufa negra e pimenta Malgache, regado com um Quinta D.Carlos 2007, bem fresquinho, a combinação estava divinal e o D.Carlos escorregou pela goela como nenhum outro.

    Para melhor compor o estômago vieram depois de segundo uns medalhões de vitela de leite, croquete de batata e amêndoas, tomate e tomilho, regado a preceito por Herdade da Feiteira 2006, temperatura 22º, não podia ser melhor para contrastar com o branquinho anterior, frutado quanto baste.

    Já com o estômago aconchegado e a alma bem regada veio depois para sobremesa um tortillon de chocolate Guanaja com frutos secos e gelado de baunilha, contraste perfeito entre o chocolate e o fresco da baunilha gelada, a alma e o estômago agradeceram.

    Veio depois o café e mignardises e o indispensável digestivo, um fabuloso Remy Martin em balão aquecido, que aqueceu desde a fronte até à parte posterior da nuca e garantiu pela certa imunidade ao vírus H1N1 já até à próxima época da gripe.

    Então e para a crise, àh pois para a crise, então pode vir uma sopinha de beldroega que tem a vantagem de ser uma erva que cresce por todo o lado, faz uma sopa nada indigesta e que condiz lindamente com estes malfadados tempos.

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  9. “Liberalizar”

    Entre muitos outros, um antigo ministro da nossa economia defendeu esta noite mais privatizações, nomeadamente saúde e educação, o economista disse que se trata do melhor caminho tendo em conta a situação das contas do país, apontando assim o caminho da liberalização de sectores fundamentais da nossa sociedade, subscrevo.

    O dito economista não referiu, mas podia e devia tê-lo feito, a justiça, pois se esta custa milhões ao estado e é forte para com os fracos, mas perante os fortes já a música é outra, entenda-se fortes nos cifrões, significa que esta já está ultra-liberalizada, pois só com muito dinheiro se usufrui das suas benesses, poupava assim muito o estado.

    Quanto à saúde também era uma boa opção, pois acabavam-se com as listas de espera, quem tinha dinheiro era atendido, quem não tivesse ou possuía seguro de saúde, ou era custeado pela segurança social enquanto esta tivesse orçamento, ou em última análise não adoecia, poupava-se sem dúvida e ninguém esperava.

    Na educação então o tiro não podia ser mais certeiro pois se andam a estudar para depois serem licenciados desempregados, equilibrava-se desta forma o mercado de emprego, licenciava-se quem pudesse pagar, seriam certamente menos e as necessidades para caixas de supermercado e empregados do sector terciário eram mais rapidamente satisfeitas, sem ser por pessoas hiper-habilitadas.

    E por último liberalizávamos a inteligência, pois não vejo necessidade de num país tão pequeno existirem tantos tipos inteligentes, nomeadamente ex-ministros, suspeito mesmo que esta liberalização já esteja em vigor pois quando exercem o cargo não os vejo tão dotados, será talvez por os políticos serem mal pagos e só quando deixam os cargos conseguem posições melhor remuneradas, passando a ter maior capacidade de acesso a este mercado liberalizado.

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  10. Comentado por: Anónimo em 10-06-2010 12:58

    Eu também "apuparia" se estivesse lá ! Pelo mau serviço prestado. Temos falta de homens de Estado, só politiqueiros mestres em retórica e que se movimentam bem na trafulhice.

    http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/Jose+Socrates+apupado+em+Faro+a+chegada+das+cerimonias+do+Dia+de+Portugal.htm

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  11. “Insustentável ou não”

    Em mais um dia de condecorações e declarações, ficámos a saber que chegámos a uma situação insustentável, mas não estamos numa situação insustentável, hum estranho, então chegámos e não estamos, tenho cá para mim que aqui anda mãozinha do Albert, sim do Albert Einstein.

    É possível segundo ele e à luz da sua teoria da relatividade especial que eventos que ocorrem simultaneamente num referencial inercial não sejam simultâneos noutro referencial em movimento relativo, este fenómeno é tanto mais observável quanto mais o movimento relativo se aproxime da velocidade da luz.

    Assim é possível a dois observadores da uma mesma realidade conseguirem observar coisas diferentes, dependendo da velocidade a que se deslocam relativamente ao referencial observado, deste modo podemos ter alguém que deslocando-se lentamente veja uma situação sustentável, enquanto alguém que se desloca a uma velocidade próxima à da luz, veja essa mesma realidade como insustentável.

    Graças ao Albert ficamos assim a saber que a realidade pode ser percepcionada de forma distinta dependendo da velocidade a que nos deslocamos, assim é possível ao sujeito que se deslocava lentamente ter percepcionado uma realidade sustentável, enquanto o sujeito que se deslocava à velocidade da luz ter percepcionado uma realidade insustentável.

    Isto tudo não passam de suposições é claro, porque também é possível que a realidade insustentável observada pelo sujeito que se deslocava à velocidade da luz se tratasse apenas de uma alucinação provocada por uma qualquer substância psicotrópica, e que a realidade sustentável observada pelo sujeito que se deslocava a menor velocidade derivasse do facto de este estar já a ressacar.

    Mas insustentável ou não, também o Albert afirmava “temos o destino que merecemos, o nosso destino está de acordo com os nossos méritos” e se a isto juntarmos a sabedoria popular “no meio é que está a virtude”, então provavelmente o quadro ainda não é como o pintam, mas virá a ser tão bom ou tão mau consoante sejam os nossos dotes artísticos.

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  12. Anónimo
    10.06.2010/19:05

    POIS É, SR. CAVACO: PEÇA A TODOS OS QUE PASSARAM PELO (DES)GOVERNO QUE DEVOLVAM O QUE ROUBARAM, META-OS NA PRISÃO E DE SEGUIDA É POSSÍVEL TER A "COESÃO" !!! SÓ É PRECISO COESÃO, QUANDO É PARA CONTINUAR A SACAR AOS MAIS POBRES ? ESTÃO COM MEDO QUE ACABE O TACHO ? NÃO FAZEM VOCÊS TODOS PARTE DO PROBLEMA E QUEREM CONTINUAR A ROUVAR QUEM TRABALHA ? NÃO ACHA QUE ESTÁ MUITO OU TUDO POR EXPLICAR ? OS REFORMADOS, OS QUE SÃO ROUBADOS TODOS OS DIAS, ESTÃO Á ESPERA QUE APAREÇA ALGUÉM FORA DO "SISTEMA", QUE SEJA UMA PESSOA SÉRIA, QUE NÃO COMPACTUE COM LADRÕES...PERCEBEU ??? PARA ALÉM DISSO, COMO PROMULGA LEIS COM AS QUAIS NÃO CONCORDA ? PORQUE É QUE OS SECRETÁRIOS, ASSESSORES E TODA A CORJA POLÍTICA NÃO REDUZEM O QUE "SACAM" AO POVO ?

    http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1589981#AreaComentarios

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  13. “Circo Europa”

    Meninas e meninos, senhoras e cavalheiros, o maior espectáculo do mundo vai começar, bem vindos ao Circo Europa, bem sei que a tenda está rota, os animais estão subnutridos e os artistas estão em greve, mas meninas e meninos, senhoras e cavalheiros nada pode parar o maior espectáculo do mundo, mais uma vez sejam bem vindos.

    Meninas e meninos, senhoras e cavalheiros, temos uma boa notícia é que os palhaços não estão em greve, apesar de o palhaço rico estar cada vez mais rico e o palhaço pobre estar cada vez mais pobre, ainda assim aí estão, o Batatinha mais remendado do que habitualmente e o Rico com muito mais brilhantes, lindo número para agrado da pequenada.

    Foi assim uma primeira vez e uma segunda, mas não mais, não era possível satisfazer o público só com o número de palhaços, assim foi declarada a crise profunda no circo e a direcção reuniu de emergência, nada poderia parar o maior espectáculo do mundo, as soluções tinham que ser encontradas.

    E logo alguém com muita propriedade se lembrou, estamos assim por causa da globalização, há circos no mundo muito mais baratos que o nosso, por isso as pessoas não vêm a este, tiro certeiro, bastou identificar o mal para faltar apenas meio caminho para a cura, foram só mais umas poucas reuniões, alguns contactos e um plano detalhado para o sucesso do espectáculo estar de novo garantido.

    O circo teria que mudar de nome, a nova tenda foi mandada vir de local mais competitivo, a ração para os animais foi negociada a nível global e os novos artistas foram contratados num país longínquo, o sucesso foi de tal ordem que os prémios dos directores do circo foram aumentados em trezentos por cento e de novo o público pode aplaudir não só os palhaços como todos os restantes números.

    Meninas e meninos, senhoras e cavalheiros, o maior espectáculo do mundo vai começar, bem vindos ao Circo Global, nesta magnífica tenda nova, made in Bangladesh, com os nossos vistosos animais alimentados a ração Paquistanesa e os melhores artistas vindos directamente de Pequim, meninas e meninos, senhoras e cavalheiros nada pode parar o maior espectáculo do mundo, mais uma vez sejam bem vindos.

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  14. O poeta Al berto recitando na casa Fernando Pessoa :

    http://www.youtube.com/watch?v=hQIh_II8hMM&feature=related

    Ler Al Berto é ler a bíblia da poesia portuguesa.

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  15. Maria Bethânia diz o "Poema do menino Jesus", de Fernando Pessoa e canta "O doce mistério da vida"

    http://www.youtube.com/watch?v=HakV--x6LXM&feature=related

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  16. LINDO ESTE POEMA! OBRIGADA PEDRO.

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  17. “Alargar Portugal”

    Nem verde esperança, nem vermelho ketchup, ainda não foi desta, assim como não tem sido desde há um bom par de anos a esta parte, mas não desistamos porque este país não está condenado a ser o mais atrasado da Europa, nem a nossa selecção está condenada a ser eterna portadora de vitórias morais.

    Digo e repito esta não é uma república das bananas, não estamos condenados a viver só de corrupções, de fundações, processos judicias mediáticos, inquéritos parlamentares sem eira nem beira, orçamentos não cumpridos, suspeições nunca provadas, PEC’s I, II e III, há que dar a volta e buscar insistentemente o verde esperança.

    Digo e repito a nossa selecção não é uma selecção de bananas, não estamos condenados a acertar sempre na barra e no poste, ainda se bola à barra valesse meio golo, ao fim de duas boladas com o ferro a abanar já tinhamos um tento, mas nem isso, temos que acabar com o mau agoiro e buscar insistentemente o vermelho ketchup.

    O país está demasiado estreito, a democracia instalada e consistentemente instalada afunila-nos as vistas, este sistema de partidos alapados ao poder com meia dúzia de protagonistas como timoneiros dos nossos destinos, sempre os mesmos, sem provas dadas, mas que saem sempre bem, deixando-nos a nós nas embrulhadas.

    O nosso futebol também está demasiado afunilado, parece que esquecemos o jogo pelas alas, os centros à linha, as trivelas e agora para mal dos nossos pecados ainda surgiram as vuvuzelas para desconcentrar as nossas estrelas, também aqui sem provas dadas tudo parece apontar para um boa embrulhada.

    Mas ainda há tempo, vamos fazer o que ainda não foi feito, vamos alargar Portugal, integremo-nos em Espanha, eles vão desembrulhar-se da crise primeiro do que nós e podemos aproveitar a boleia, com o benefício para todos do efeito de escala e podemos desde já beneficiar da sua vitória no campeonato do mundo de futebol.

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  18. “O amigo americano”

    O amigo americano morreu esta madrugada, após ter estado vinte e cinco anos preso pelo crime a que fora condenado, a aguardar a execução da pena capital, no estado do Utah onde escolheu ser morto por fuzilamento, após ter escolhido a sua última refeição e o referido método de execução, direitos consagrados na lei americana.

    Apesar da execução de condenados por fuzilamento estar proibida desde há seis anos neste estado americano, este condenado pôde usufruir deste modo de execução por ter sido condenado antes da entrada em vigor desta proibição que para os devidos efeitos não pôde nos termos da constituição produzir efeitos retroactivos.

    Não sei qual foi o seu crime e apesar da discussão em torno da pena capital, os críticos consideram-no arcaico, no entanto alguns peritos defendem ser este um método “mais humano” do que a injecção letal, rápido é seguramente, mas mais humano seria praticar o mandamento “não matarás”, coisa que em pleno século XXI ainda não é possível infelizmente.

    Em pleno século XXI já deveria ter sido também proferido o mandamento “não asfixiarás os teus concidadãos mais desfavorecidos pela via fiscal”, mas tal não foi ainda possível infelizmente e muitos de nós estamos assim a ser condenados a uma morte lenta nesta conquista pacífica do primado da economia sobre o primado dos valores humanos, sem inversão à vista, antes pelo contrário.

    Poderia então instituir-se aqui a discussão entre o direito a uma morte rápida ou uma morte lenta, sendo certo que o único direito que qualquer ser humano tem quando nasce é ter uma morte e não deveria aos poderes instituídos ser conferido qualquer poder de interferir na sua velocidade, coisa que em pleno século XXI ainda não é possível infelizmente.

    Século XXI do caraças, bom mas já que nada disto é possível, ao menos e tal como no primeiro exemplo, a forma de interferir na velocidade da morte dos cidadãos não deveria nunca produzir efeitos retroactivos, fosse esta por fuzilamento ou sob a forma de aumento gradual dos impostos, século XXI do caraças.

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  19. “As intermitências da vida”

    Ontem sentimo-nos todos morrer, a vida tem destas intermitências, foi precisamente como se de um vazio se tratasse, algo estranho acontecera, por alguns instantes não conseguimos sintonizar-nos com a vida, precisamente por essa intermitência que se havia dado, mas afinal logo verificámos que tudo estava bem.

    A vida prosseguia normal, a polémica em torno de um grande da nossa cultura, prosseguia como até então, incomodando e desassossegando, como sempre quis e sempre parece ter conseguido, pelo menos deve ter incomodado e desassossegado todos aqueles a quem a consciência pesa, ou talvez não, não sei.

    Não sei, mas sei que essa intermitência cedo cessou pois logo vozes se levantaram a criticar a sua próxima viagem de avião, pobres diabos de má consciência, incomodada e desassossegada, deixem o homem viajar em paz ao menos uma vez na vida, é fim de semana vão para a praia bronzear, bronzeiem por fora e por dentro, torrem de vez essas consciências.

    E se muitos apareceram a criticar as suas tomadas de decisão, logo outros tantos se apressaram a elogiar e a colar-se a tão distinta figura, mesmo muitos que antes ignoraram, agora colam-se, para quê logo agora, deixem o homem tomar as suas decisões em paz ao menos uma vez na vida, é fim semana vão para o casino Lisboa, torrar as vossas carteiras após terem torrado essas consciências.

    E já agora Zé, se sempre desassossegaste e deixaste na ignorância todos esses ignorantes, continua a fazê-lo como até aqui, não aceites a boleia que te querem oferecer, não deixes que invadam o espaço da tua intimidade e sobretudo conserva essa capacidade de continuar a desassossegar quem continuar a teimar cruzar-se pelos teus caminhos.

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  20. “Sexo, mentiras e golos”

    Crise “oblige”, a dar uma no casamento e outra no funeral, não sendo pornográfico digamos que terá sido obsceno, primeiro uma forçada comunicação para defender o indefensável com toda uma séria de desculpas esfarrapadas, entre as quais o argumento da crise e o de querer manter a paz social, não há dúvida que a pressão dos média e o facto de querer agradar a gregos e troianos consegue destas coisas.

    Mas se na primeira tirada os gregos levaram a melhor sobre os troianos, havia agora necessidade de reequilibrar as coisas para que as perdas não fossem demasiado grandes, o facto de estar longe demais logo serviu para justificar o injustificável, evitando desta forma uma presença incomoda, resolvendo as coisas com uma agradável presença espiritual, ficando desta forma gregos e troianos empatados em agrado.

    Mudando do sexo para as mentiras ficámos hoje todos a saber que vamos começar amanhã a cortar nas despesas, o problema está precisamente em começar amanhã, desde que me conheço que vamos começar amanhã e porque não ontem ou hoje.

    Se ainda ontem tivemos que adquirir mais um milhar e tal de novos veículos para a frota, passar mais uns quantos ilustres à reforma dourada e nomear mais uns tantos de tal para uns chorudos cargos públicos, ficava mal começar logo hoje a poupar, é assim como a viúva que não arranja logo novo marido no mês a seguir ao período de nojo.

    Mas se de sexo e mentiras estamos nós fartinhos nestes últimos anos e já nem estranhamos, aquilo que nos vinha faltando como pão para a boca eram golos e eles aí estão, aconteceram hoje, nada mais, nada menos do que sete, aos 29 minutos Raul Meireles, aos 53 Simão, 56 Hugo Almeida, 60 Tiago, 70 míssil de Liedson, aos 87 golo de pescoço de Ronaldo e a fechar a contagem ao cair do pano mais um tento de Tiago, viva a nossa selecção bacalhau com todos e não venham cá falar mais em ketchup.

    Só espero que a cabazada que demos aos troianos, perdão aos coreanos, não nos tenha deixado de cabaz vazio e que ainda consigamos até ao final do campeonato, com mestria e sem vitórias morais ou espirituais, reequilibrar as coisas e ir aviando da mesma forma todos os gregos que se nos atravessarem pela frente.

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  21. "Nenhum sonhador é insignificante; nenhum sonho é irrealizável"

    do original,

    Laurent J.V. Dubois "No dreamer is ever too small; no dream is ever too big "

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  22. "Não me julgues baseado na tua ignorância."

    "Tentarei ser mais simpático se tentares ser mais inteligente."

    do original,

    inscrições que li no capacete de um motard.

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  23. O BCP foi primeiro roubado pelos seus administradores e depois Varado pelo Pinóquio, com a benção do Joe e companhia.
    Entretanto o povo assiste a tudo isto na esperança de continuar a conseguir empréstimos para ir de férias para as Caraíbas...

    Liberdade, em 2010-06-25 09:44:56

    http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=176789&tab=community

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  24. “Sem oxigénio”

    Oito anos depois, o PSD regressa ao topo, não sou eu que o digo, é notícia de primeira página, tem sido sempre assim ao longo desta nossa curta existência em democracia, de oito em oito anos algo de novo acontece para gáudio das massas, massas essas que nesta fase andam mais preocupadas com o ketchup, e se ketchup vai bem com massas, mas é só até terça-feira porque daí em diante é mais zapateado.

    Mas as massas cada vez olham mais de baixo para estes valorosos trepadores, porquê não sei, é uma constatação pura e dura, a base está a distanciar-se cada vez mais do pico, provavelmente no futuro estes valorosos trepadores e em função desde dado novo, passem a levar mais tempo a atingir esse pico, quem sabe no limite poderão levar quarenta e oito anos nesta árdua tarefa de escalada.

    Porque se pensarmos bem os custos de andar sempre a mudar são superiores aos custos de conservarmos por mais tempo os nossos trepadores no topo, assim mal comparado que o digam as nossas socialites, por cada festa que frequentam levam uma toilette nova, o quanto isso lhes pesa na carteira, se ao contrário usassem o mesmo vestidinho em três ou quatro festas o quanto poupavam.

    Mas já que estamos a falar de trepar, nós até temos a sorte de ter entre os nossos um dos melhores alpinistas do planeta que em dezassete anos conseguiu o feito de se tornar no primeiro alpinista português e dos poucos do mundo a completar os catorze picos do planeta acima dos oito mil metros, sem ajuda de oxigénio, tendo sido agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique por tão valorosos feitos.

    É sem sombra de dúvida um exemplo para todos nós e por maioria de razão também para os nossos políticos que à espinhosa missão de trepar têm ainda que adicionar a árdua tarefa de tentar aproximar a base do cume, isto para que a nossa e a sua realidade não sejam tão distantes e para que a escalada possa ser mais rápida, até para nós se torna mais agradável ver caras novas lá no cume.

    Mas prática vem demonstrando o oposto, pois já se viu que de oito em oito anos, talvez mais no futuro e só com oxigénio é que os nossos políticos conseguem atingir o topo, enquanto nós temos que ficar cá em baixo a vê-los trepar, sempre os mesmos, daí a minha proposta, seguindo o exemplo valoroso do nosso alpinista de classe mundial, para que os nossos políticos testem as suas reais capacidades e tentem atingir o topo, mas sem oxigénio.

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  25. ces, 28/06/10 22:49

    Esta notícia é um muito mau sinal.
    Há vários notícias à espreita de aparecerem:
    1 - BCP a precisar ser salvo
    2 - BCE a fechar a única torneira de financiamento
    3 - Ajuda internacional a ser accionada
    Qual destas chegará primeiro? Será que importa? Não irá dar tudo ao mesmo?

    http://economico.sapo.pt/noticias/socrates-chama-banqueiros-para-discutir-financiamento-a-economia_93189.html

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  26. “Real”

    Atrapalhado, nas bocas da oposição, está o governo, isto segundo dizem a propósito do adiamento da entrada em vigor das portagens nas Scuts, após a apresentação das condições que estes, oposição, apresentaram para viabilizar no parlamento a entrada em vigor destas alterações.

    Atrapalhada, nas bocas do governo, está oposição, pois segundo estes o adiamento nada teve a ver com esta jogada da oposição, mas sim com a forma de encontrar a solução técnica que melhor assegure a concretização do acordo com vista à defesa do superior interesse nacional.

    Atrapalhados ficarão os que no futuro tiverem que cruzar aquelas vias pois a portagem segundo ouvi não vai ser nada meiga, só que no entretanto enquanto o pau vai e vem folgam as costas, o pior será quando terminar a trapalhada em que estão metidos governantes e oposição, para nós melhor será que não termine, assim folgamos um pouco mais.

    A propósito de folgar e trapalhadas à parte três notícias do país Real me marcaram hoje, a primeira mais triste, foi a do encerramento do 24 horas após 12 anos nas bancas, dizem eles, “Os trafulhas já podem descansar. Os políticos já podem prometer o céu. Os famosos já podem acumular dívidas. Os actores já podem trocar de namorada todos os dias. A partir de amanhã, o 24 horas já não estará cá para contar tudo. FIM”, é o convite à trapalhada silenciosa.

    A segunda mais alegre, também por ora silenciada, é bem Real e revela um sentido dos valores tradicionais e da família, muito vincados, bem como uma grande inteligência, revelada na resposta à pergunta “Faz nudismo ou topless?”, “Adoro as marcas do biquíni.”, mas é também reveladora de uma grande trapalhada pela forma como o assunto foi tratado pelas autoridades.

    E a terceira exuberante, é a forma como iremos festejar a vitória no jogo de logo mais, quer vença Portugal, ou Espanha, festejemos até cair para o lado a fabulosa vitória Ibérica que esta representará no campeonato do mundo, pois só desta forma folgaremos um pouco mais, esquecendo as trapalhadas do país Real, das oposições e das governações.

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  27. “Espanha não cumpre”

    Espera-se amanhã em Madrid o segundo dia de caos, depois dos sete mil e quinhentos trabalhadores do metro terem decidido não cumprir os serviços mínimos decretados pelo governo, desta forma Espanha não cumpre o que lhe querem impor, Espanha cumpre apenas e só o que lhe vai na alma, em suma cumpre a sua raça.

    Nós por cá cumprimos escrupulosamente duas coisas, a saudade e o passado, ou melhor uma coisa só, o saudosismo do passado, o passado dourado que nos proporcionaram as minas do Brasil e os valorosos feitos a bordo das naus, conseguidos por dois ou três de nós que viveram há mais de cinco séculos, em suma cumprimos a nossa nostalgia.

    Hoje em campo cumprimos uma vez mais a nossa nostalgia, baseada em metáforas sobre naus e adamastores, mas como se viu não foi suficiente e como já não há vitórias morais considero que apenas um de nós cumpriu a sua raça e esse um foi o nosso guardião que resistiu a quase todas as bombas, excepto uma, é o azar.

    Enquanto isso do outro meio campo surgiram todas as bombas, estoicamente defendidas pelo nosso guardião, excepto uma, é a sorte, será caso para dizer a nostalgia do passado navegou junto com o azar e não conseguiu cumprir, enquanto isso a raça fez um qualquer pacto com a sorte e logrou cumprir.

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  28. “A revolta do ketchup”

    Visivelmente abalado e desapontado a estrela da nossa selecção ao passar pela zona de entrevistas rápidas ao ser questionado sobre as razões do desaire terá respondido para que todos ouvissem “Perguntem ao ketchup !”, e razões terá de sobra pois o desejado turbilhão que sairia da embalagem não aconteceu.

    Já não bastava o vuvuzelar constante com que a sua carola foi assediada, bem como o facto de não ter conseguido explodir, para finalmente ter-se visto a braços com a esta espécie de ketchup sem capacidade de seleccionar os melhores tomates, para que em cada momento o ketchup gorgolhasse da embalagem.

    Triste sina a nossa que no final ainda tivemos que ouvir o ketchup entregar os louros ao adversário pela sua brilhante vitória, não fossemos todos provenientes do mesmo tomatal dir-se-ia estarmos perante a revolta do ketchup, mas não creio, o que se passou foi que escorregamos numa imensa tomada.

    A tomatada, ou tomatina é como sabem uma guerra de tomates tradicionalmente espanhola à qual não nos conseguimos adaptar e o facto de o ketchup não nos ter sido de grande utilidade terá ficado a dever-se também ao facto de as principais unidades produtoras do dito se situarem no país vizinho e alguns dos lotes podem ter vindo adulterados.

    Maiores cuidados teremos que ter na selecção da matéria prima para as futuras guerras do tomate e também a empregue na produção de ketchup, para que este resulte de melhor qualidade se de facto queremos ir para campo lutar de igual para igual, sabendo que se vamos correndo o risco de levar com alguns tomates na cabeça, também nos arriscamos a acertar com uns valentes esguichos vermelhos no coração dos nossos adversários.

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  29. “A bolsa”

    A bolsa ou a vida, não claro que não, tem que haver um equilíbrio entre a extorsão e aquilo que nos deixam ficar na bolsa, senão matariam a galinha dos ovos de oiro, ou melhor matavam de fome o Zé pagante e o Zé morto não poderia ser alvo da extorsão que hoje precisamente se viu agravada em mais uns pontos percentuais.

    Mas se para o Zé é tudo uma questão de equilíbrio entre a vida e a bolsa, porque mesmo trabalhando não pode chegar junto do patrão e alegar o aumento da despesa e dos impostos para pedir mais salário.

    Já para o estado, que sendo nosso empregado, pois trabalha para nós, é muito fácil manter o desequilíbrio entre a vida e a bolsa, basta-lhe aumentar o nível de vida que nós como patrões mãos largas logo tratamos de lhe encher mais a bolsa para que não passe mal.

    Já na outra bolsa, a da jogatana, lembrou-se agora o nosso empregado de fazer às claras aquilo que antes fazia em surdina, tentar interferir nos negócios do domínio privado impedindo a realização de mais valias chorudas que poderiam trazer alguma vitalidade à nossa débil economia nesta fase complicada.

    É apenas e só mais um desequilíbrio fácil de manter por este nosso empregado, joga na bolsa com os recursos da nossa bolsa, mas a continuar assim nós os patrões mãos largas temos que reunir a associação representativa dos nossos interesses para decidir outro rumo, já que este é insustentável, pois pagamos os combustíveis, a energia e as telecomunicações mais caras, será o nosso contributo para as participações douradas ?

    Não se vislumbrando no panorama nacional outro empregado para colocar no lugar, após o despedimento deste, talvez o recurso ao mercado internacional seja uma boa opção, não sendo de descartar a contratação de Hugo Chávez já que tem feito um bom trabalho na Venezuela e no caso deste pedir muito de ordenado poderemos sempre recorrer ao Lula da Silva, já que em breve ficará desempregado.

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