sábado, 16 de janeiro de 2010

Um deputado a multiplicar…


Esta semana iniciaram a sua actividade as três comissões permanentes da Assembleia Municipal. Tratam-se de grupos de trabalho especializado compostos, cada um, por cinco deputados que têm como objectivo acompanhar áreas de intervenção específicas:
-Educação, Saúde e Acção Social;
-Urbanismo, Mobilidade, Segurança e Ambiente;
- Planeamento, Administração, Finanças e Desenvolvimento.
O deputado do Bloco de Esquerda faz parte das duas primeiras comissões. Para além disso, integra, também, o grupo de cinco deputados que representa Alcácer na Assembleia da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL).
Tal como no Parlamento, nas autarquias os eleitos do Bloco vêm demonstrando como política significa serviço, estar ao serviço das populações onde, quando e sempre que necessário.

3 comentários:

  1. “A dor da gente”

    Todos sabemos como a realidade pode ultrapassar a ficção … e sabemos também como a ficção pode ultrapassar a realidade, pois uma e outra são a mesma coisa, tudo depende do referencial temporal onde nos colocamos, como nos colocamos e como observamos os acontecimentos, de modo a que estes possam ser vistos de uma ou doutra forma.

    Vejamos exemplo bem recente, de hoje, em que nos foi dado a conhecer que o nosso Presidente condecorou com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, o único ex-primeiro-ministro deste nosso país de ficção que na realidade ainda não tinha sido agraciado, aqui houve nitidamente um ponto no tempo em que a ficção e a realidade se cruzaram e obrigaram a este acto de mera reposição da justiça.

    Já na longínqua China um artigo publicado hoje no jornal China Daily, a propósito da exibição do filme de ficção Avatar, reconhece que “o Ministério da Propaganda de Pandora conquistou o coração e a mente dos chineses” e aconselha os responsáveis chineses do sector a “enviarem uma delegação” àquele planeta, já os governantes chineses consideram potencialmente subversiva a mensagem deste filme, o que não acontecerá com a promoção dos “valores chineses” pretendida pelos autores de “Confúcio” que irá assim substituir o primeiro nas salas de cinema daquele país a partir de sexta-feira, aqui estamos perante o fluir de uma realidade ficcionada e de uma realidade distante no tempo que por mais que tentem não irão nunca cruzar-se e em caso algum conseguirão alterar a realidade pura e dura.

    Também no palco da tragédia recente no Haiti, a mais pura realidade de sofrimento de uma população e a necessidade de ajuda urgente parecem não ser suficientes para pôr em marcha rápida toda a ajuda já disponibilizada, pois à boa maneira dos EUA, estes resolveram tomar o controlo do aeroporto de Port-au-Prince e estão a dificultar a já de si complexa tarefa logística de uma operação desta envergadura, a tal ponto que vários países Europeus já pediram a clarificação do papel deste país à ONU, é triste dizê-lo mas mais parece um filme de ficção em rodagem no aeroporto, enquanto as populações desesperam pela necessária ajuda, aqui a todo o tempo a ficção criada se sobrepõe à dramática realidade e o tempo para reverter a ficção em realidade parece esgotar-se a cada instante.

    Destes casos bem recentes podemos verificar como é difícil por vezes distinguir a ficção da realidade e vice-versa e quais os objectivos a alcançar com o condicionamento ou ficcionamento das realidades, que muitas vezes mais nos parecem ser meros actos de propaganda ou ocultação de outras realidades, pois salvaguardando honrosas excepções, a preocupação real já não parece ser a da salvaguarda dos direitos básicos de cada um de nós, nós todos apenas contamos na hora de ficcionar os números que traduzem a realidade estatística e aqui sou forçado a dar razão a Chico Buarque quando canta, “a dor da gente não vem no jornal”.

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  2. “Salvador”

    Antes rezava-se assim :
    Chegou a crise
    Não há razão para temer
    É que nesta crise
    O Teixeira dos Santos vai-nos proteger.

    E o futuro foi aquilo que se viu, o défice triplicou, é natural como o iogurte, pois o número de desempregados subiu em flecha, logo menos receita proveniente de impostos e mais despesa em prestações sociais, mais despesa com os milhões que foram oferecidos a instituições bancárias em dificuldade, mas tudo para nos proteger, só que sem sucesso.

    E agora vem Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia e certamente um grande desmancha prazeres, afirmar que a crise financeira mundial ainda está longe do fim e que não acontecerá antes de 2013, alertando para a necessidade de medidas urgentes, sinceramente homem vens para aqui para nos enterrar ainda mais ? Xô ave de agoiro.

    Agora reza-se assim :
    Continua a crise
    Não há razão para amargar
    É que entretanto
    O FMI veio para nos salvar.

    Assim sim já é outra conversa, mas instituição aconselha o aumento da base contributiva, pondo mais pessoas e empresas a pagar mais impostos, contenção dos salários, corte nas prestações sociais e por aí fora, bolas homens, assim também não vejo salvação possível, como é possível pedir mais sacrifícios a quem vive com o salário mínimo ou pouco mais.

    Talvez fosse melhor falar com o Lula da Silva que apelidou de inferno e humilhação o período em que o Brasil recebia visitas regulares de executivos do FMI com o objectivo de avaliar a evolução da economia brasileira e o cumprimento de acordos firmados pelo País com a instituição, assim este resolveu pagar a dívida àquela instituição e passar de devedor a credor, como falamos a mesma língua pode ser que tenhamos algo a aprender com este estadista que está prestes a receber o prémio de Estadista Global do Fórum Económico Mundial.

    E então passaríamos a rezar assim :
    Mesmo com toda a fama, com toda a brahma
    Com toda a cama, com toda a lama
    A gente vai levando, a gente vai levando
    A gente vai levando essa chama.

    E se a solução para a crise não passar por aqui ainda assim temos que manter a esperança, do tipo daquela que tivemos durante décadas em que sonhámos sempre que Portugal iria vencer o festival da canção, nunca venceu é certo, mas a esperança é a última a morrer e havemos certamente de ter o nosso novo momento de glória, seja com o regresso d’El Rei D.Sebastião ou de qualquer outro salvador.

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  3. Muda o superficial
    Muda também o profundo
    Muda o modo de pensar
    Muda tudo neste mundo

    Muda o clima com os anos
    Muda o pastor e seu rebanho
    E assim como tudo muda
    Que eu mude não é estranho

    Muda o mais fino brilhante
    De mão em mão seu brilho
    Muda o ninho o passaro
    Muda a sensação de um amante

    Muda o rumo do andarilho
    Ainda que isto lhe cause dano
    E assim como tudo muda
    Que eu mude não é estranho

    ...

    http://www.youtube.com/watch?v=bkan9AmOWwQ

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