domingo, 8 de maio de 2011

Sessão de encerramento da VII Convenção do Bloco Esquerda

4 comentários:

  1. “Reencontro”

    À sombra duma bananeira
    Viveu uma geração inteira
    Todos viram a bandalheira
    Tapando o sol com a peneira

    Não há sombra nem bananas
    Vamos construir as cabanas
    E calçamos umas havaianas
    Serão vidas mais espartanas

    Se nos habituámos a viajar
    Vamos reaprender a passear
    Não às catedrais do consumo

    Onde nos vamos desencontrar
    Tentemos valores reencontrar
    Noutras catedrais há um rumo.

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  2. “Desgrândola”

    Oh Grândola, vila morena
    Povo pensa que ordenou
    Mas alguém os ludibriou
    E a ilusão não é pequena

    Ordena o cortex frontal
    Fraternidade é pr’acabar
    A esquina é pr’a destroçar
    Igualdade, não sou igual

    Talvez me reste um amigo
    Mas não me leves a mal
    É um gajo já muito antigo

    Contra ele tanta atrocidade
    Num tempo tão irracional
    Por isso não sabe a idade.

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  3. “Estado da nação”

    Discutir o estado da nação
    É um must dos nossos dias
    Mas não entrem em fobias
    O resgate obteve aprovação

    Quem manda são os credores
    Tentaremos ser cumpridores
    Para amenizar nossas dores
    E no fim levar uns louvores

    Profícua seria essa discussão
    Antes do caldo ter entornado
    O resgate teria sido evitado

    Agora é ver chover no molhado
    É como olhar o leite derramado
    Mudem lá para outra canção.

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  4. “Campanha pentelhuda”

    Campanha ao nível dos mentores
    Sejam engenheiros ou doutores
    Pobre povo este, de sofredores
    Sempre às mãos destes senhores

    Emitiram cautelas de penhores
    Conseguiram penhorar a vontade
    De grande parte desta sociedade
    Que não se revê na teia de favores

    Discurso para apresentar miudezas
    E esconder as imensas fraquezas
    Este circo é da república o espelho

    Em que o polvo absorve riquezas
    E aos figurantes sem trambelho
    Se oferece a discussão do pentelho.

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