quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Em Alcácer, Liberdade de Expressão, um valor a defender!

Na sequência de uma proposta do deputado do Bloco de Esquerda, a Assembleia Municipal fez uma recomendação ao Executivo Camarário para que analise a participação das forças políticas presentes na Assembleia na “Folha de Alcácer” (o boletim municipal).
Para debater essa participação foi agendada, para 26 de Fevereiro (terça-feira), uma reunião de deputados municipais das várias bancadas com o Sr. Presidente da Câmara.
Seria útil uma descrição pormenorizada dessa reunião. Diremos apenas que, depois de uma acesa discussão, a proposta final do Sr. Presidente Paredes foi a seguinte:
- a adição de um encarte à “Folha de Alcácer” em que cada partido, proporcionalmente, teria espaço desigual. Segundo o esboço apresentado, nesse encarte seriam atribuídos 2000 a 2500 caracteres para o PS e igual número para a CDU, 1200 a 1700 caracteres para o BE e igual número para o PSD. Curiosamente, o PS aparece agora a defender a proposta feita pela CDU na Assembleia.
- a inclusão na “Folha de Alcácer” de um espaço para divulgação dos trabalhos da Assembleia que, como o Sr. Presidente explicou, não será pré-determinado, não terá periodicidade, aparecerá naturalmente e será da responsabilidade do director – o próprio Presidente Pedro Paredes.
PS e CDU não contestaram estas propostas - o PSD esteve ausente da reunião. Não foi essa a posição do Bloco de Esquerda.
O deputado do Bloco de Esquerda entendeu que a adição de um encarte à “Folha de Alcácer” é, no mínimo, discutível. Não tem a Assembleia Municipal dignidade para estar presente no boletim? Que razão sustenta esta opção? Não obtivemos resposta. De resto, não é aceitável a desigual repartição do espaço gráfico. Terão uns direito, numa publicação autárquica, a expressar as suas ideias com clareza e outros de forma telegráfica? Que nome podemos dar a esta atitude?
Quanto ao espaço destinado à Assembleia, é de registar que não constava da proposta inicial de Pedro Paredes. Ele surge na sequência da intervenção deputado do Bloco de Esquerda. Não obstante, pelo que fica dito acima, percebe-se que a solução proposta pelo Sr. Presidente não é aceitável. O deputado do Bloco confrontou-o com o facto de a Assembleia ser uma instituição distinta da Vereação. O Sr. Presidente anuiu, e disse mais, compete à Assembleia fiscalizar a Câmara. Assim sendo, foi-lhe dito: como pode o Presidente da Câmara querer controlar a opinião do órgão que fiscaliza o seu trabalho; essa posição não é sustentável. Resposta do Sr. Presidente: Não é sustentável mas é a minha!
Esta última frase é exemplar. É exemplar da postura do Sr. Presidente durante toda a reunião, uma postura nada condigna com o cargo que exerce. Ser autarca é antes de mais pugnar pelos valores da Democracia, da Liberdade e da Cidadania. Nunca o contrário!
Infelizmente, parece haver quem tenha dificuldade em lidar com a liberdade de expressão e, por isso, a tente condicionar. Não é aceitável que o Sr. Presidente inicie a reunião dizendo que estão proibidos os ataques pessoais na "Folha de Alcácer" porque ela não servirá para falar da corrupção na Câmara, como o deputado do Bloco de Esquerda fez na Assembleia. É ainda menos aceitável que, ao longo de toda a reunião, persista numa deriva censória como se viu no exemplo supracitado.
É legitimo esperar do Presidente da nossa Autarquia que esteja disponível para ouvir e dialogar. Já agora, que quando confrontado pelo deputado do Bloco de Esquerda com as suas contradições, não resvale para a incorrecção e o desnorte, e não responda com um desconsolado: a porta está aberta, se não estiver bem, faça favor de sair. Como lhe foi dito, Sr. Presidente, quando o faz, está a faltar ao respeito ao autarca eleito pelos munícipes.
A reunião foi inconclusiva. Como é lógico o Bloco de Esquerda não transigiu com a proposta do Sr. Presidente Pedro Paredes. Mas, seja como for, a reunião teve um mérito. Demonstrar como a liberdade de expressão não é um valor adquirido. Poderá até nem o ser para quem tem como função, justamente, a sua defesa. Sê-lo-á sempre para o Bloco de Esquerda, que tratará de a defender a qualquer preço.

22 comentários:

  1. “Arco-íris”

    Estão a decorrer em simultâneo as novas edições do Fórum Social Mundial em Porto Alegre e do Fórum Económico Mundial em Davos, ou seja o fórum dos que vêem as coisas de baixo para cima e o dos que vêem as coisas de cima para baixo, mas diga-se em abono da verdade que já nem um nem outro parecem entusiasmar os seus públicos alvo como o fizeram no passado.

    Num participam inúmeras organizações que discutem temas como o trabalho, a justiça social, a educação e a saúde e no outro estão os principais líderes governamentais e de organizações financeiras mundiais e que como máximos responsáveis discutem o estado a que isto chegou, muito por culpa deles mesmo e que rumo dar à economia para retomar o caminho do crescimento.

    Em ambas aparece um denominador comum, coisa impensável há um par de anos atrás, seu nome Lula da Silva, num faz o balanço dos progressos conseguidos no seu país e no outro defende a reforma das Nações Unidas e do sistema financeiro internacional, será possível tal coisa ?

    Não creio, são pois dois Lulas da Silva um para consumo interno, onde conseguiu alguns progressos no plano social e económico mas onde seguramente não será aplaudido pois santos da casa não fazem milagres e outro para consumo externo cujas ideias reformistas serão de imediato ignoradas, mas onde será sem dúvida muito aplaudido, isto para branquear um pouco o desastre em que o sistema financeiro nos fez mergulhar.

    Perante este cenário cinzento, onde nem de um, nem de outro fórum se perspectivam quaisquer receitas milagrosas, a nós que vemos as coisas de baixo e cada vez mais de baixo para cima, mercê do descrédito em que caíram todas estas organizações, governos e respectivos fóruns, já só resta olhar para cima e bem para cima, pormo-nos a caminho e tentar alcançar o pote com moedas de ouro que se encontra no fim do arco-íris.

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  2. Roubini aponta Portugal como perigo para a Europa

    António Freitas de Sousa
    28/01/10 00:05

    Nouriel Roubini, que ‘descobriu’ a crise actual, disse no Forum Económico Mundial apontou Portugal como um perigo para a Europa.

    Depois do anúncio possivelmente prematuro da morte lenta da economia portuguesa e da sucessão de notações negativas atribuídas a Portugal pelas agências de ‘rating' internacionais, o Fórum Económico Mundial de Davos arrisca-se a ser o passo seguinte da penosa conjuntura por que passa a imagem do país a nível internacional. Isto porque o economista norte-americano Nouriel Roubini - que se tornou (ainda mais) célebre por ter sido um dos muito poucos a prever a crise financeira patrocinada pelo ‘subprime' - afirmou, sobre a situação económica da Europa, que "o problema não é só a Grécia, é também a Espanha, Portugal e a Itália"; e concretizou: "todos esses países apresentam não só um endividamento público crescente, como também um problema de competitividade".

    http://economico.sapo.pt/noticias/roubini-aponta-portugal-como-perigo-para-a-europa_80009.html

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  3. As verdades vêm sempre ao de cima28 de janeiro de 2010 às 22:48

    Caro Luis Silva, antes de abrir a boca para o Pedro Maximino, deverias ponderar, que o pai do próprio deu uma parte do seu ordenado como vereador na Câmara para pagar metade do ordenado do oportunista Balona que a CDU, deixou cá sem fazer a ponta de um corno para ser candidato da primeira vez que o pária se candidatou a Vereador pela CDU!
    Nesse partido os oportunistas também foram muitos, que como bons párias recebiam dinheiro que o partido ia tirar a gente que na realidade trabalhava, só para que permanecessem na terra à espera, quais Abutres de um bom tacho em nome do partido Comunista!

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  4. Para que se saiba veio aqui um certo assinante Luis Silva tentar publicar um comentário a atacar o Pedro Maximino; Esse tal luis Silva pelo comentário fazia crer que era um Tipo da Cdu que tentava agora dar lições de moral ao Pedro. Porém como a verdade deve vir sempre ao de cima e como tive a oportunidade de ler esse comentário mal intencionado decidi dar a resposta anterior, a meu ver bem merecida e em abono da verdade dos factos. Previno que, não devem os pseudo-comunistas vir para aqui atacar pessoas honestas sobre pena de terem que encarar a verdade dos factos que nunca foi divulgada, mas da qual muitos Alcacerences têm conhecimento!
    Cuidado!
    Não arrisquem em vir para aqui fazer difamações!
    Ainda haverá muita porcaria para divulgar caso teimem em difamar pessoas honestas!
    Será que pensam que alguns Alcacerences andavam a dormir durante 30 e tal anos?!
    Tenham cuidado e ponderem bem as calúnias!

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  5. “Lições de moral”

    Andam por aí agora alguns Srs. Ministros a dizer que se for preciso até baixam os seus próprios salários, e saberão eles se é preciso ? Melhor seria deixarem-se de falsos moralismos, cumprirem bem a sua missão que é fazer com que o país progrida, nós até aplaudimos e proporemos seguramente nessas circunstancias o aumento dos seus salários.

    Vieram também agora a terreiro uns Srs. Banqueiros afirmar que com a novas medidas tributárias sobre os seus salários e prémios muito quadros de valor irão fugir para o estrangeiro, mas esquecem-se todos eles que foi precisamente o sistema financeiro gerido por quem é e com a sua ganância que nos colocaram a todos no patamar onde agora estamos.

    Vêm agora também alguns grupos parlamentares propor medidas de moralização da vida pública, quando proponentes anteriores de medidas semelhantes esses sim tiveram que procurar ocupação no estrangeiro, pois nessa altura essas medidas foram rejeitadas, ou será só agora quando o descrédito é total é que se querem proteger com o escudo do falso moralismo.

    E vem agora também o Sr. Luis Silva dar-me lições de moral a mim, agradeço e não enjeito, pois sou daqueles que tenta sempre extrair o que de positivo têm as situações por que tenho passado, sejam elas positivas ou negativas, eu que até já vi um finado que parecia rir-se da sua vida que terminara, eu próprio quando me finar não vou parar de rir da minha própria vida, portanto venham de lá essas lições de moral.

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  6. ESTA VIDA NÃO VIVI!

    ROMASI
    (Rogério Martins Simões)

    Será que na vida não vive
    Quem na vida já viveu?
    Ou será que terá vida
    Quem nesta vida sofreu?
    Eu que morri e que vivo
    Dentro do mundo que passou:
    Nos versos que não morrerão,
    Após rasgar a vida,
    Irão lembrar quem chorou
    E esta vida não viveu.

    1971

    http://poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt/172930.html

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  7. Mas que comentário é esse? Não estou a perceber... BE, pode publicar? Se entende que não pode porque é que os fulanos de tal sabem dele??? BE faz censura??? Ou não faz só para alguns???

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  8. No BE não somos imunes aos problemas "técnicos". Nem sempre sabemos lidar com o Softwarwe da melhor maneira.
    Quanto ao comentário, lendo os anteriores pode adivinhar-se facilmente o seu conteúdo!
    Obrigado pela visita!

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  9. BE, desculpem a insistência mas, não sou dado a adivinhas. Muito menos a «diz que disse», ou seja, a opinião de outros a respeito de algo pertensamente ocorrido é incompatível com o meu modo de viver a vida.
    Compreendo que os problemas técnicos ocorram, só não entendo a vossa opção em publicar a opinião de outros sobre um comentário que quase ninguém leu.
    É, quanto a mim, uma opção que não faz sentido. Outros leitores poderiam ter uma visão diferente do comentário em questão se tivessem tido oportunidade de o ler...

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  10. “A nova cabala”

    A fotografia que fez capa de primeira página do semanário Expresso deste fim de semana não deixa de ser preocupante, pela postura do ministro na mesma, mas mais preocupante ainda pelo título que a acompanha e onde se lê “TGV tem de ser adaptado à realidade orçamental”.

    Por seu lado uma das manchetes de primeira página do DN de hoje será caso para nos deixar também preocupados ao afirmar que “Ministros têm mais 3,2% para viagens e carros”.

    Mas motivo de enorme preocupação deve ser para nós uma crónica de opinião que deveria ter sido hoje publicada no JN e onde se deveria ler a dado passo da mesma “é mais um louco, um problema que tem que ser solucionado”.

    No primeiro caso a preocupação é de índole financeira e de gestão e resta-nos saber se um TGV adaptado à nossa realidade orçamental significa que vamos ter um TGV que anda mais devagar, ou se depois não iremos ter dinheiro para a sua manutenção, mas apesar de tudo não passa disso mesmo, gestão.

    Já o segundo caso afigura-se um pouco mais preocupante, pois revela que no momento complicado que atravessamos e em que o exemplo deveria vir de cima, ou melhor vem de cima, nos dá um sinal oposto àquele que deveria ser dado e já se trata de uma questão de postura perante as situações.

    Agora o último caso é de todo inaceitável pois trata-se de uma situação em que os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, consagrados na constituição começam a ser postos em causa e significa o atravessar de uma perigosa fronteira entre a democracia higiénica e a ditadura encapotada pelo voto do povo, ou então não é nada e estamos apenas perante uma nova cabala.

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  11. O Fim da Linha
    Mário Crespo

    Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

    Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicacado hoje (1/2/2010) na imprensa.

    http://www.institutosacarneiro.pt/?idc=509&idi=2500

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  12. Como foi possível Portugal descer tão baixo até estar à beira da bancarrota?

    Como foi possível o Portugal democrático descer tão baixo até admitir a censura do poder político?

    Como foi possível o Portugal do 25 de Abril Abril e do 1º de Maio descer tão baixo até a sua população se divorciar do regime?

    Como foi possível o Portugal das liberdades descer tão baixo que pariu uma classe política corrupta, desavergonhada, ladra, irresponsável e possidente?

    Como foi possível que políticos que detêm o poder e que se bateram contra o fascismo tenham o mesmo comportamento deste?

    Como foi possível assassinar o sonho?!

    meccc, em 2010-02-01 20:16:28

    http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=161455&tab=community

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  13. A crónica do jornalista da SIC - "O Fim da Linha" - que não foi publicada hoje no "Jornal de Notícias" por decisão da direcção, sairá em livro já no próximo dia 11. A obra reúne mais de cem crónicas publicadas nos últimos dois anos por Mário Crespo e tem prefácio de Medina Carreira.

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  14. Manuel Jarego
    02.02.2010/10:25

    Não temos, mais uma vez, um governo capaz de tirar o nosso país da fossa onde caiu, muito porque culpa dos governos anteriores e do actual, devido às suas incompetências. Não é com TGV e o novo aeroporto que vamos criar emprego. Os países ricos do norte da europa não têm estes luxos. Estou de acordo com o que diz o jornalista Miguel Sousa Tavares no seu último artigo do jornal "Expresso", quando diz que o parlamento deve constituir uma comissão para definir as prioridades dos projectos e cortar as despesas supérfluas.Este país caminha a passos gigantes para a miséria e para a bancarrota. Faz falta alguém que nos salve deste desastre nacional em que nos encontramos.

    http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1484632

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  15. “No topo da pirâmide”

    Será possível que existam três respostas certas e um errada para uma mesma questão, claro que sim, vamos então demonstrá-lo usando para tal a seguinte pergunta “A imprensa em Portugal é verdadeiramente livre?” e verificar o que daqui resulta.

    Analisemos então a primeira resposta “Não, de todo”, é pela certa a primeira das respostas certas, pois vemos televisão, ouvimos rádio e lemos jornais, vemos, ouvimos e lemos mas se não soubermos filtrar e analisar não passa disso mesmo, um mero exercício lúdico em que ocupamos um pouco do nosso tempo, sem grande proveito para a nossa percepção das realidades ocultas.

    Em relação à segunda resposta “Não. É controlada pelo poder político”, é também uma resposta certa com evidências cada vez mais nítidas de que assim é, por inúmeros exemplos recentes vindos a público, muitas vezes são fugas de informação indesejáveis e que causam grandes embaraços aos visados.

    A terceira resposta em escrutínio “Não. É controlada pelo poder económico”, é também ela muito certa pois este é o poder que condiciona todos os outros e condiciona até por vezes a nossa capacidade de vermos, ouvirmos e lermos para além das evidências que nos querem vender e que acabamos por comprar pelo mesmo preço.

    Daqui resulta que nós estamos condicionados pelo poder político que por sua vez está subjugado ao poder económico, o que dá que andemos todos movidos a euros que condicionam a nossa capacidade de percepção da realidade e nos movamos em realidades alheias construídas pelos poderes acima, ou seja troco de uns trocos aceitamos participar no jogo.

    Então e a última resposta, bem essa resposta é “Sim”, e decorre de tudo o que foi dito anteriormente que é precisamente esta a resposta errada, pois se alguém paga, esse alguém quer ver-nos a beber a sua informação e a movermo-nos nas realidades decorrentes dos cenários virtuais apresentados.

    Então e estamos nós em circuito fechado e condenamos neste mundo real a deixarmo-nos aprisionar por estes cenários virtuais ? Não como nem tudo são más notícias apresentasse-nos agora um mundo virtual em que já é possível vislumbrar alguns cenários reais, mas ainda assim também aqui é necessário que façamos uso das nossas faculdades de filtrar e analisar a informação se não quisermos ficar reféns daqueles que detêm o poder económico e como tal também no mundo virtual se posicionam no topo da pirâmide.

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  16. Isto parece mais fofoqueiras do que realmente pessoas com nivel e prestigio. Degradante ao nivel baixo que chegaram politicos,comunicacao social e justica.

    londonuk, em 2010-02-03 10:06:54

    http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=161591&tab=community

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  17. Vimos chegar as andorinhas
    conjugarem-se as estrelas
    impacientarem-se os ventos

    Agora
    esperemos o verão do teu nascimento
    tranquilos, preguiçosos

    Tão inseparáveis as nossas fomes
    Tão emaranhadas as nossas veias
    Tão indestrutíveis os nossos sonhos

    Espera-te um nome
    breve como um beijo
    e o reino ilimitado
    dos meus braços

    Virás
    como a luz maior
    no solstício de junho.

    Rosa Lobato de Faria

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  18. "A paciência dos povos é a manjedoura dos tiranos"
    Marchi, E.

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  19. “Segurança visceral”

    Quando no ano de 1994 tive que fazer algumas deslocações ao México por motivos profissionais lembro-me bem que os procedimentos de segurança para embarque num voo intercontinental apenas contemplavam a revista aleatória das bagagens e a vistoria pessoal através de um bastão electromagnético para detecção de objectos metálicos.

    Já nos voos domésticos na época não recordo qualquer procedimento particular de segurança, a não ser o preenchimento de um pequeno questionário, o embarque era feito a pé pela pista até ao aparelho e as bagagens não eram sequer inspeccionadas.

    Coincidiu com uma das minhas estadas nesse país o infeliz acontecimento que foi o assassinato do candidato à presidência pelo Partido Revolucionário Institucional, Luis Donaldo Colosio, e aí o incremento das medidas de segurança nas ruas e aeroportos resumiu-se à presença do exército e aumento do número dos efectivos policiais para vigilância, pois não existia ainda a vídeo-vigilância.

    Mais tarde o recurso à vídeo-vigilância foi-se banalizando, a instalação de pórticos electromagnéticos para controlo de passageiros e de scanners ultra-sónicos para inspecção de bagagens passaram também a ser conhecidos de todos, mais tarde tivemos também que passar descalços nos pórticos e o calçado passava junto com a bagagem de mão, não sei se foi moda ou se a prática ainda se mantem.

    Mais recentemente e com a necessidade de apertar ainda mais as medidas de segurança vieram os scanners corporais que já permitem inspeccionar-nos até à epiderme sem termos que nos despir, a proibição de transporte de líquidos, entre outras medidas, tudo em prol de uma segurança máxima que todos nós já não dispensamos.

    Nesta década e meia muito se evoluiu em matéria de segurança, mas que fazer agora que os terroristas ameaçam realizar intervenções cirúrgicas para colocar explosivos líquidos nas entranhas mais profundas dos seus corpos ? Já se adivinha a necessidade de realização de uma endoscopia antes de embarcarmos num qualquer voo, estamos assim prestes a entrar na época da segurança visceral.

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  20. “A besta”

    As notícias não são as melhores para os PIGS, Portugal, Itália, Grécia e Spain (Espanha), designação atribuída pelo mundo da economia europeia por considerar estes os países que mais divergem em termos económicos, situação esta que se viu agravada pela grave crise mundial que atravessamos, ou seja ficámos todos ainda mais PIGS.

    Apesar de tudo a Itália pelas mãos do seu multimilionário primeiro-ministro que controla os media e uma boa parte da economia do país por esta estar dependente do estado, tem sabido ocultar com mestria todas as debilidades por que o país atravessa e sabido porventura corrigir os factores mais visíveis para o exterior, jogando com estes meios que domina.

    Já a Espanha com o patriotismo que se lhes reconhece conseguiu agora com uma jogada de mestre do seu comissário europeu para a economia e política monetária, desviar as atenções da sua também débil situação económica ao afirmar que “Portugal e Grécia partilham dos mesmos problemas económicos, como a perda permanente de competitividade e um défice público que não tem origem na crise, mas que é sobretudo estrutural”.

    E até a Grécia onde a situação é sem dúvida das mais graves da UE, conseguiu temporariamente desviar as atenções do resto do mundo ao apresentar de imediato o PEC, Pacto de Estabilidade e Crescimento, e embora estando sob supervisão da UE, conseguiu com esta manobra algum tempo para respirar e iniciar as necessárias correcções das suas políticas internas.

    E agora faltamos nós, o que não seria de estranhar com o habitual espírito de deixar tudo para o último dia, só que desta vez o último dia aproxima-se a passos muito largos, a julgar pelos títulos “O PSI 20 é o índice que mais cai em todo o mundo”, “Risco da dívida portuguesa bate novo recorde”, e apesar de fazermos parte de uma União este estado de coisas parece estar mais próximo do salve-se quem puder.

    É pois necessário fazer o trabalho de casa e com a máxima urgência apresentar junto da UE o nosso PEC e não adiantam os lamentos do tipo dos que ouvi hoje “Investidores estão com espírito animal”, ao nosso ministro da economia, ou não saberá ele que esse é o verdadeiro espírito do sistema capitalista, que procura presa após presa para rapidamente saciar o seu apetite voraz, urge pois arregaçar as mangas e fazer aquilo que tem que ser feito para tentar desviar a atenção da besta.

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  21. “O nosso Berlusconi”

    O nosso Berlusconi é também um sedutor, quando antes se falava que teria comportamentos sexuais desviantes, sabe-se agora que amealha conquistas com direito a capa de revista e tudo, rodeia-se de várias mulheres seja na governação, seja em comemorações de eventos relevantes para a Pátria, está seguramente no bom caninho.

    O nosso Berlusconi tem também um fraquinho pelo controlo do sector da comunicação social, sabe-se agora que tem um plano bem delineado para assumir essa posição, tendo já promovido com recurso a amigos alterações várias nos conselhos de administração de vários órgãos e enviado para estágio alguns profissionais mais incómodos, também aqui segue pelo caminho certo.

    O nosso Berlusconi tem também um esquema bem urdido, embora um pouco assucatado, por forma a dominar o sistema económica e os lugares chave de várias empresas públicas e algumas privadas, para poder oferecer aos boys e amigalhaços lugares de destaque por valorosos serviços prestados à Nação, é este o caminho certo, não poderia ser outro.

    Ao nosso Berlusconi só faltam dois pequenos pormenores para facilitar o trilhar do caminho com maior celeridade, um é ser multimilionário, pois o poderio económico facilita muita coisa e o outro é ser atingido por uma réplica do Mosteiro dos Jerónimos nos dentes para que a sua fama corra mundo.

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  22. Gosto dos textos do Pedro,por isso venho muitas vezes ao Blog do BE. Continuem!!!

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